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janeiro 2018

Chamada de Candidaturas ao Programa Europeu de Metrologia para a Inovação e a Investigação - EMPIR

A Associação Europeia dos Institutos Nacionais de Metrologia – EURAMET anuncia a abertura de candidaturas ao Programa Europeu de Metrologia para a Inovação e a Investigação (EMPIR), dirigido às seguintes áreas temáticas: "Metrologia para a Saúde, Visão ampla do Sistema Internacional de Unidades (SI), Metrologia para a Investigação Pré- e Co-normativas, Suporte para Redes e Potencial de Investigação".

A chamada terá um processo de duas fases, para projectos conjuntos de investigação:

  • A 1ª Fase da Chamada é para Potenciais Tópicos de Investigação (PRTs), aberto de 10 de Janeiro de 2018 a 19 de Fevereiro de 2018;
  • A 2ª Fase da Chamada destina-se a Projectos de Investigação Conjuntos (JRPs), aberto de 14 de Junho de 2018 a 01 de Outubro de 2018.


Mais informação: http://msu.euramet.org

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Ibuprofeno Pode Causar Infertilidade Masculina

Um estudo desenvolvido por investigadores franceses e dinamarqueses, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) – e retomado pelo jornal de Portugal, o Público, conclui que o ibuprofeno tem um impacto negativo nos testículos e pode levar à infertilidade masculina e a complicações como depressão, disfunção eréctil e doenças cardiovasculares.

O ibuprofeno é um fármaco com propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antipiréticas, pertencendo ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides (AINE). Está indicado para o tratamento sintomático das seguintes situações:

  • Em reumatologia - osteoartrose, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, reumatismo extra-articular;
  • Como analgésico - dor pós-traumática (entorses, contusões, luxações, fraturas), dor pós-cirúrgica (cirurgia geral, episiotomia, extração dentária), odontalgia, dismenorreia, dor ligeira a moderada, cefaleias;
  • Como antipirético - febre de diversas etiologias.

No estudo – em que participaram 31 homens, com idades entre os 18 e os 35 anos – os investigadores aperceberam-se de que a administração de ibuprofeno alterava o sistema endócrino (responsável pela secreção de hormonas) e resultava no desenvolvimento de hipogonadismo, um problema frequente nos idosos que diminui a actividade funcional dos testículos que pode levar à infertilidade e a outras complicações.


Menos testosterona

Além de ser dos comprimidos mais fortes, o analgésico e antipirético ibuprofeno é um dos mais tomados para “dores, febre, artrite”, sendo “muito usado por atletas”, diz o estudo, razão pela qual considera esta investigação não só interessante, como também relevante para a saúde reprodutora masculina.

Dos 31 voluntários do estudo (uma amostra que ainda é pequena), foram seleccionados 14, a quem foi dada uma dose diária de ibuprofeno semelhante à que tomam alguns atletas, tanto profissionais como amadores: 600 miligramas duas vezes por dia, explicou Bernard Jégou à CNN. Aos restantes 17 voluntários, foi dado um placebo. A dose média diária recomendada varia entre 1200 e 1800 miligramas, tomados com um intervalo de oito horas.
Naqueles que tomaram o fármaco, foi possível ver que as suas hormonas luteinizantes (que estimulam as células de Leydig a produzir testosterona) passaram a estar associadas ao nível de ibuprofeno que circulava na corrente sanguínea. E o nível de testosterona, a principal hormona sexual masculina, também diminuiu, um sinal de testículos disfuncionais. Além de produzirem os espermatozoides, os testículos segregam a testosterona, responsável, na idade adulta, pela fertilidade e pela libido do homem.

Bernard Jégou acredita que os efeitos são reversíveis em homens que tenham tomado ibuprofeno durante curtos períodos de tempo, mas não sabe até que ponto é que os efeitos poderão ser revertidos em quem toma a substância há mais tempo, o que volta a gerar preocupação com quem os toma quase diariamente. O investigador refere que é necessário mais investigação na área para responder a muitas das questões que ainda ficaram pendentes. “Mas o alerta está dado”, disse ainda à CNN. “Se isto servir para lembrar as pessoas de que estamos a lidar verdadeiramente com fármacos – e não com coisas que não são perigosas – é uma coisa boa”, disse o investigador.

Mais informações em: https://www.publico.pt/2018/01/09/ciencia/noticia/ibuprofeno-pode-causar-infertilidade-masculina-e-outras-complicacoes-1798749

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Chamada de Candidaturas: Workshop ASSAf-TWAS-AAAS Sobre Diplomacia Científica

A Academia de Ciências da África do Sul (ASSAf, em inglês), o Escritório Regional da Academia Mundial das Ciências da África Subsaariana (TWAS-ROSSA, em inglês) e a Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, em inglês) têm abertas as candidaturas para o primeiro workshop regional de treinamento sobre diplomacia científica, a ser realizada na África do Sul, de 21 a 25 de Maio de 2018.

Tendo em conta o crescente papel da ciência e da tecnologia nas relações internacionais, este workshop, de 5 dias, irá expor os participantes às principais questões contemporâneas sobre políticas científicas internacionais e regionais, incluindo as grandes infra-estruturas científicas colaborativas, abordagens transnacionais para a conservação da biodiversidade, segurança alimentar e energética, gestão dos recursos hídricos e da saúde, entre outras.  Fornecerá também uma visão geral de como a ciência, a tecnologia e a inovação contribuem para o desenvolvimento de políticas globais de governança e resolução de conflitos. Outro foco do encontro será o de obter uma melhor compreensão e apreciação dos papéis que os governos, a academia, as organizações internacionais e o sector privado desempenham na abordagem de questões complexas baseadas em ciência, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDG, em inglês). Por último, o workshop avaliará estudos de caso e experiencias de diplomacia científica em África, nas suas diversas formas, e criará fortes redes para a promoção da próxima geração de diplomatas de ciência na região.

 

Destinatários
Este workshop de treinamento destina-se a jovens cientistas (com idade inferior a 40 anos) que vivem e trabalham na África subsaariana, bem como políticos e diplomatas interessados nalguns dos temas centrais de base científica que possam influenciar o seu trabalho e representantes de ONGs e outros sectores que trabalham na interface ciência-diplomacia.

 

Candidaturas

O formulário devidamente preenchido deve ser submetido através do endereço: http://bit.ly/sciencedipcourse. O prazo para a apresentação das candidaturas é o dia 9 de Fevereiro de 2018.

 

Mais informação

Mais informações em: https://twas.org/science-diplomacy

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Chamada para Submissão de Resumos para a Conferência Anual da Associação de Gestão de Investigação e Inovação da África Austral – SARIMA 2018

  • Publicado em Eventos

Está aberta, até ao dia 26 de Janeiro, a chamada para submissão de resumos para a Conferência Anual da Associação de Gestão de Investigação e Inovação da África Austral – SARIMA 2018, sob o tema: “A Investigação e a Inovação Contínua na 4ª Revolução Industrial”, a realizar-se de 29 de Maio a 1 Junho de 2018, em Johannesburgo, África do Sul.
A actividade compreenderá uma série de sessões com diferentes formatos que serão projectados para estimular e promover a participação e a discussão. Para além de três sessões plenárias, haverá  sessões “estruturadas”, bem como sessões para as quais são necessários resumos de apresentadores. Algumas das sessões estruturadas utilizarão o estilo World Café para a participação, enquanto outras oferecerão apresentações curtas de cinco minutos, seguidas de debates.
Os candidatos também são convidados a enviar apresentações de pósteres relacionados com os tópicos da sessão. Os pósteres serão exibidos durante toda a conferência.

Requisitos para a submissão de resumos

  • Os candidatos que desejam fazer uma apresentação oral ou em forma de póster, deverão enviar um resumo de 250 palavras para avaliação e inclusão no programa;
  • Os resumos devem ser submetidos on-line em: www.sarimaconf.co.za;
  • O Comité Organizador da Conferência receberá os resumos para exposição nas sessões de apresentação oral e de póster, em função da disponibilidade de espaço. Os resumos recebidos serão avaliados e a notificação de aceitação ou de rejeição será feita por e-mail até ao dia 28 de Fevereiro de 2018. Somente os trabalhos em formato MS Power Point serão aceites para apresentações orais.

Todos os candidatos deverão inscrever-se para a conferência até ao dia 20 de Março de 2018. Se o registo e o pagamento da Conferência SARIMA de 2018 não tiverem sido recebidos, até este prazo, a apresentação não pode ser registada no programa.

Mais informação 
https://easternsun.eventsair.com/QuickEventWebsitePortal/sarima-conference-2018/sarima

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Instituições de Ensino Superior Angolanas Não Fazem Parte de Nenhum Ranking Académico

Rankings das Instituições de Ensino Superior

Considerando que de forma recorrente surgem notícias sobre a presença de Instituições de Ensino Superior (IES) angolanas em classificações (rankings) internacionais, que têm causado alguma confusão, o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) vem esclarecer o seguinte:

1. A classificação das IES é a principal ferramenta utilizada internacionalmente para comparação dos respectivos desempenhos, embora não existam rankings perfeitos;

2. Existem vários rankings de IES, sendo que uns são académicos e outros não, dependendo dos indicadores utilizados;

3. Os rankings académicos baseiam-se nas principais missões das IES: Ensino, Investigação, Transferência de Conhecimento e Perspectiva internacional. Os não académicos baseiam-se tipicamente na presença das IES na Internet, através dos seus portais;

4. Os rankings mais conceituados (ex. ARWU-Shanghai, Times Higher Education e QS) são académicos. Contudo, os não académicos (ex. Webometrics e uniRank) têm a sua importância uma vez que actualmente a presença na Internet é um indicador da popularidade de uma instituição;

5. A presença das IES nos rankings académicos internacionais conceituados permite:

  • Aumento da visibilidade e credibilidade;
  • Monitorização de desempenho, facilitando a comparação a nível internacional;
  • Atracção de melhores estudantes/professores/investigadores;
  • Arrecadação de fundos;
  • Influência na concepção de políticas/reformas de governos;
  • Divulgação de dados académicos/científicos;
  • Colaboração internacional.


6. A nível mundial, em 2017, os Estados Unidos da América lideraram destacadamente os principais rankings, seguidos pelo Reino Unido;

7. Ao nível de África, a África do Sul é líder incontestável em qualquer um dos rankings académicos acima referidos, sendo que, no geral, é seguida pelo Egipto. A Universidade de Cape Town, da África do Sul, foi considerada em 2017 a melhor universidade africana, ocupando a posição 148 a nível mundial, no ranking Times Higher Education;

8. Importa salientar que Angola ainda não está presente em nenhum ranking académico internacional conceituado, estando apenas presente em rankings não académicos. Assim, as IES angolanas devem envidar esforços no sentido de constarem nos referidos rankings;

9. Destaca-se ainda que, dada a natureza dos indicadores utilizados ser completamente diferente, existem discrepâncias significativas entre os rankings académicos e os não académicos. Por exemplo, no uniRank a melhor IES africana é a Universidade de Pretória, ocupando a posição 254 a nível global, enquanto que esta mesma IES ocupa uma posição superior a 500 em qualquer um dos referidos rankings académicos. Ou seja, o uniRank é um ranking não académico, classificando apenas a presença das IES na Internet.

10. Neste contexto, o MESCTI e seus parceiros sociais continuarão a trabalhar no sentido de se incutir mais qualidade (eficiência e eficácia) nos processos de ensino, investigação científica, extensão e internacionalização das suas instituições, em consonância com o rigor dos padrões internacionalmente aceites, de forma a que Angola possa aspirar incluir as suas IES nos conceituados rankings académicos internacionais.


Luanda, 17 de Janeiro de 2018.

Nota:

Para mais informação clique aqui para baixar uma Apresentação (.pdf) sobre o assunto, feita no Conselho Nacional de Ensino Superior, realizado em Dezembro de 2017.

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Bolsas de Doutoramento em Biodiversidade, Genética e Evolução 2017-2018

Estão abertas, até ao dia 20 de Janeiro de 2018, as candidaturas a 12 bolsas de estudo para o Programa de Doutoramento em Biodiversidade, Genética e Evolução (BIODIV), para o ano lectivo 2017-2018.
O Programa de Doutoramento BIODIV é organizado pela Universidade do Porto e pela Universidade de Lisboa, em parceria com o CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos / Laboratório Associado) e com o cE3c (Centro de Ecologia, Evolução e Mudanças Ambientais). O Programa conta com o financiamento da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) de Portugal.

O Programa de Doutoramento oferece uma variedade de opções de especialização, bem como a oportunidade de trabalhar com investigadores líderes num ambiente de investigação interdisciplinar.

Mais Informações:
http://www.biodiv.pt/call-2017-18

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Programa SANBio para o Ano 2018 - Várias Oportunidades

A SANBio (Southern Africa Network for Biosciences), com o apoio do Programa BioFISA II, informa que estão disponíveis, na sua página, vários eventos com objectivo de reforçar a capacidade entre os Estados-membros da NEPAD (New Partnership for Africa's Development) SANBio e melhorar a capacidade das organizações da SADC (Southern Africa Development Community) na partilha de conhecimento em ciências da vida. 

A SANBio é uma plataforma comunitária de investigação, desenvolvimento e inovação em ciências da vida que trabalha colaborativamente sobre questões relacionadas com a saúde, a nutrição e saúde, bem como com a agricultura e o meio ambiente na África Austral.

Para o ano 2018 estão previstas as seguintes acções:

1. Financiamento de mobilidade

  • Realização de cursos de treinamento entre Abril e Junho de 2018 (o Programa BioFISA II financiará até oito (8) propostas, para um máximo de R 300 000 (aproximadamente 24 000 USD) cada). 
  • Programa de mobilidade com a duração de até três (3) meses e pode incluir viagens na região ou internacional. 
  • Troca de conhecimento / visitas por até duas (2) semanas de duração, incluindo reuniões regionais e internacionais, bem como seminários ou cursos de formação com foco para as áreas da saúde e nutrição.

 

2. Financiamento e Prémios

  • IAAE 2018 Carl K. Eicher: Prémio de Melhor Dissertação de Doutoramento em Economia Agrícola em África. As dissertações devem ter sido concluídas entre 2015 e 2017. Prazo: 26 de Janeiro de 2018.
  • Erasmus +: Chamada para apresentação de propostas para capacitação no domínio do ensino superior 2018. Prazo: 8 de Fevereiro de 2018.
  • WIOMSA Programa de Financiamento de Investigação Marinha: Apoio a jovens cientistas para a apresentação de resultados de investigação em vários fóruns. Prazo: aberto durante todo ano 2018.
  • Fundação Nestlé: Financiamento para Investigação em Nutrição Humana em países de renda média e baixa. O apoio inclui bolsas para projectos de mestrado e doutoramento. Prazo: aberto durante todo ano 2018.

 

3. Bolsas de estudo e cursos de curta duração:

  • Ingresso para 2018 no Instituto de Pós-Graduação de Genebra, para mestrados e doutoramentos. Prazo: 15 de Janeiro de 2018.
  • Fundação MasterCard: Bolsas de estudo de pós-graduação, na Universidade Estadual de Michigan (MSU), para cidadãos e residentes da África Subsaariana. Prazo: 1 de Fevereiro de 2018.
  • Prémio Austrália: Cursos de curta duração. Prazo: 15 de Janeiro de 2018.
  • Erasmus Mundus: Bolsas de Mestrado em Estudos de Desenvolvimento Internacional (GLODEP) 2018-2020. Prazo: 28 de Fevereiro de 2018.
  • Fundação Alexander von Humboldt: 20 bolsas internacionais de protecção climática 2018, para jovens especialistas em clima de países em desenvolvimento. Prazo: 1 de Março de 2018.
  • Bolsas IMMANA: para Pós-doutoramento em Métodos e Métricas Inovadoras em Agricultura e Nutrição. Prazo: 1 de Março de 2018.
  • Cursos on-line gratuitos da Harvard University (HarvardX), incluindo análise de dados, estatísticas e genómica. Os prazos variam.
  • Elsevier Publishing Campus: Plataforma de treinamento on-line gratuita para investigadores, para melhorar conhecimentos e habilidades na publicação de artigos científicos.

 

4. Outras Oportunidades

  • Chamada para a apresentação de propostas para seminários, contribuições para painéis, cartazes e materiais para o simpósio sobre "Revalorizar a extensão: evidências e práticas", Universidade de Illinois, EUA. Financiamento disponível para apoiar viagens para um número limitado de estudantes de pós-graduação. Prazo: 15 de Janeiro de 2018.
  • Chamada para o 2º Simpósio sobre Adaptação às Alterações Climáticas na África, a ser realizado em Ibadan, Nigéria, de 14 e 15 de Maio de 2018. Prazo: 20 de janeiro de 2018.

 

5. Eventos

  • 2º Simpósio Africano sobre Micotoxicologia, 24-27 de Junho de 2018, Mombasa, Quénia.

 

As candidaturas devem ser enviadas para: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ou Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

Para mais informações visite o site http://nepadsanbio.org/opportunities-funding/funding/mobility-grants.

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A Qualidade do Ensino Superior em Angola (Do estado real ao estado desejado)

 

A qualidade do ensino superior em Angola é uma preocupação constante de estudantes, professores, encarregados de educação, ou seja, de todas as forças vivas da nossa sociedade. Preocupações como a competência profissional dos docentes, o estímulo e a motivação pela carreira docente, o processo de recrutamento de pessoal para o exercício da profissão, o desenvolvimento das infraestruturas universitárias, a confusão e proliferação de Instituições do Ensino Superior (IES) que não reúnem o mínimo de condições para funcionar, são todas de extrema importância.

A universidade tem três tarefas fundamentais para ser considerada como tal: o ensino, a investigação e a extensão. Isto significa que toda e qualquer universidade deve reger-se por esta tríade para ser considerada como tal. Verificamos com muita apreensão que na nossa sociedade há um grande número de IES que se denominam como universidades e que na maior parte dos casos não cumprem com o que acima mencionamos, ou seja, dentro da sua actividade não incorporam nem combinam o ensino com a investigação científica e muito menos com a extensão, factos que põem em dúvida a natureza destas instituições.

Defendemos a ideia de que a qualidade do ensino superior passa em primeiro lugar por acções de planeamento, organização interna das universidades e sobretudo por acções de avaliação quer sejam internas ou externas para a credibilização da formação que se ministra. Ora não sendo uma prática constante das universidades angolanas os processos de avaliação interna e externa, fazem com que não existam indicadores de referência comparáveis a universidades similares de outros países. Nesta perspectiva quando se fala de qualidade do ensino superior está-se a falar do tipo de quadros que são formados por estas universidades e da sua capacidade de se inserir no exigente, dinâmico e competitivo mundo do emprego.

A nomenclatura dos cursos é ainda restrita e em muitos casos desconhecida pelo patronato de um modo geral e os cursos existentes coincidem com os de algumas profissões integrantes do mercado de trabalho, e o diploma, na maioria dos casos, garante o exercício profissional e os privilégios caracterizados na regulamentação daquela profissão. Isso significa que, formalmente, os estudantes especializam-se precocemente, em detrimento da formação científica geral e das possíveis, futuras, adaptações ao dinâmico mundo do trabalho.

Verificamos ainda que a expansão do leque de ofertas é hoje bastante polémico: deu-se uma pulverização de disciplinas; os cursos desarticularam-se por não terem um órgão colegial responsável pela sua unidade e conjunto; o tempo médio de realização dos cursos pelos estudantes aumentou sensivelmente porque o tempo integral dos professores confunde-se com o tempo parcial, já que muitos professores vão à busca de mecanismos de sobrevivência exercendo e/ou desempenhando outras actvividades fora das suas universidades.

Outro assunto que defendemos é o de que todas as universidades devem ter programas de investigação científica e de formação pós-graduada para fazer face às necessidades cada vez mais exigentes do mercado. Verificamos com muito desagrado que são poucas as IES que se preocupam com a superação académica e científica dos seus professores e pessoal não docente, o que afecta a qualidade de ensino que se ministra, a transição de categoria e por conseguinte os índices motivacionais dos mesmos.

Constatamos também que existem instituições onde há Assistentes Estagiários há mais de cinco, seis ou sete anos no exercício da actividade docente. Os processos de admissão e de progressão na carreira são fortemente emperrados pela burocracia e políticas de quotas que não se coadunam com a dinâmica universitária.

Embora se tenha recuado em termos democráticos, temos hoje uma universidade com um maior percentual pertencente à classe média baixa. Essa característica da população estudantil que, entre outras coisas, encontra-se “despolitizada”, acha-se motivada por valores mais complexos e contraditórios, com identidade nova, com expectativas e padrões de comportamento bem diferentes das de vinte anos atrás; na universidade eles veem um “locus” para expressar a sua concepção de vida, criar cultura própria, abraçar ou rechaçar normas, alimentar ideologias e construir modelos de valorização.

O potencial político passou para os professores, elite hoje de uma comunidade académica em expansão. Deles depende a governabilidade das IES, a transmissão da cultura superior do país, a formação de segmentos profissionais e técnicos a cujo status aspira parte razoável da população.

Este vertiginoso processo de mutação, este salto qualitativo da sociedade angolana tem estado a impedir a universidade de desenvolver uma identidade sólida e socialmente legitimada, internacionalmente valorizada e assegurada, e este facto só pode realizar-se durante muitos anos de existência, não sendo justo, portanto, que se queira pôr no mesmo patamar instituições com trajectórias diferentes no que concerne ao tempo de existência, estabilidade e ao desenvolvimento.

Como pode a universidade estabilizar-se e desempenhar as suas funções dentro da sociedade? 

Como pode a universidade construir, em torno destes objectivos, uma tradição válida assente na legitimidade social? 

Como poderá a universidade ser o garante dessa tradição e fundamento de uma cultura institucional que lhe permita, ao mesmo tempo, conservar-se e mudar, ser ela mesma e diferenciar-se, permanecer e inovar-se? 

Tudo isso será possível com o concurso e a viabilização dos processos democráticos institucionais e do conhecimento que devem ser assegurados pelo departamento ministerial responsável pelo ensino superior, enquanto órgão regulador destas políticas e garante da qualidade do ensino que se pretende em Angola.

 

Amílcar Inácio Evaristo, Ph.D.

Biólogo e Psicólogo

Professor Associado da Universidade Agostinho Neto-ISCISA (Instituto Superior de Ciências da Saúde)

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Países Africanos Chamados a Investir Seriamente na Investigação Científica

 

Durante a Conferência Inaugural de Investigação, Inovação e Desenvolvimento de África (ACRID 2017), realizada de 20 a 21 de Junho de 2017, organizada pela Universidade do Zimbábue em parceria com a Aliança Europeia para a Inovação, académicos reuniram e abordaram a temática sobre a falta de investimento na Investigação Científica a nível dos países Africanos, exortando-os a investir mais em investigação e inovação para o apoio ao desenvolvimento do continente.

Na Cimeira dos Chefes de Estado da União Africana, realizada em 2006, foi lançado o desafio aos Governos em África de alocar pelo menos 1% do seu Produto Interno Bruto para a investigação e desenvolvimento, sendo a África do Sul o único país perto da meta.

 

Partilha de Ideias

O Vice-chanceler da Universidade do Zimbábue, Professor Levi Nyagura, frisou que a ideia de organizar a conferência sobre o tema "Movendo a África para o Futuro Através da Engenharia, Tecnologia e Inovação" foi reunir académicos e investigadores para encontrar soluções para os problemas do continente. "Este é um veículo conveniente através do qual os melhores cérebros podem mostrar as suas propostas de investigação e impulsionar a inovação em benefício do Zimbábue e além, reunindo académicos de todas as instituições de Ensino Superior no Zimbábue e em toda a África", disse o Professor.

 

Cooperação na Investigação

O Professor Paul Mapfumo, do Departamento de Ciência do Solo e Engenharia Agrícola da Universidade do Zimbábue, abordou a importância da cooperação na investigação local, regional e internacional para a África. Referiu que entre os desafios enfrentados pelos investigadores em África estão as questões de relevância ou aplicabilidade do seu trabalho, a falta de financiamento e a falta de um ambiente favorável, uma vez que a investigação ainda é de baixa prioridade política em África”. Outro problema é a "falta de financiamento interno na investigação" e a "inconsistente configuração da agenda", disse Mapfumo. Durante a conferência, fez ainda um apelo a uma maior coordenação da ciência, da tecnologia e da inovação, e ressaltou a importância do reconhecimento da cooperação em investigação em África, bem como em todo mundo.

Foi igualmente debatido a necessidade de se desenvolver um novo manual para o desenvolvimento de África, que estabelecesse um novo contexto para a cooperação em investigação científica e seus benefícios associados. Para o Professor Paul Mapfumo "um realinhamento das linhas de investigação e desenvolvimento de África é urgente para a ciência, a engenharia, a tecnologia e para a inovação, com vista a oferecer benefícios industriais, empresariais e sociais significativos".

Na abertura da Conferência, o Secretário Permanente do Zimbábue do Ministério do Ensino Superior e Terciário, Ciência e Desenvolvimento Tecnológico, Professor Francis Gudyanga, apresentou algumas vantagens comparativas que África possui para o investimento, como: minerais e materiais, água doce, luz solar, biodiversidade, baixa densidade humana e população maioritariamente jovem. Afirmou ainda que "embora África esteja realmente livre do colonialismo convencional, a pobreza, a fome, a doença e as guerras civis ainda são comuns. Apesar dos seus enormes recursos naturais, a África Subsaariana, em particular, não conseguiu aproveitar adequadamente as suas dotações para o seu desenvolvimento sustentável. O fracasso da África Subsaariana no aproveitamento dos seus recursos naturais é atribuível à falta de massa crítica requerida de capital humano com conhecimentos e habilidades adequadas, tecnologia, infra-estrutura para inovação e empreendedorismo e incentivos para inovar ", disse Gudyanga.

 

Corrupção como Obstáculo para o Desenvolvimento

A corrupção foi uma questão levantada como sendo um dos factores para o fraco investimento na investigação científica a nível de África. O engenheiro Martin Manuhwa, Vice-presidente da Federação Mundial de Organizações de Engenharia e Presidente do Comité de Combate à Corrupção, apresentou um documento, em conjunto com Neill Stansbury, do Centro de Combate à Corrupção da Infra-estrutura Global, no qual identificaram a corrupção como um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento em África. Foi dito pelos mesmos que os fundos dos projectos de investigação estavam a ser desviados para funcionários corruptos, financiadores, contratados, consultores, fornecedores e agentes, sob justificação de que havia uma escassez de estradas, escolas e hospitais, etc.

Para concluir a conferência, o cientista zimbabueano, o Professor Christopher Chetsanga, frisou que África precisa avançar com rapidez, abraçando a sociedade do conhecimento e aproveitando a ciência e a tecnologia em sua agenda de industrialização. 

 

Autor: Kudzai Mashininga 

Fonte: http://www.universityworldnews.com/article.php?story=20170706121610832

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3.ª Edição do Prémio Literário UCCLA - Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa

  • Publicado em Eventos

Estão a decorrer, até ao dia 31 de Janeiro de 2018, as candidaturas à 3.ª edição do Prémio Literário UCCLA - Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa.

O Prémio Literário UCCLA - Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa é uma iniciativa conjunta da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e da Editora A Bela e o Monstro. O Prémio tem como objectivo estimular a produção de obras literárias, nos domínios da prosa de ficção (romance, novela e conto) e da poesia, em língua portuguesa, por novos talentos escritores.

 

Candidaturas 

A apresentação de candidaturas à presente edição deverá ser feita até dia 31 de Janeiro de 2018 por correio electrónico para o endereço Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. Devendo o correio electrónico conter:

  • A Obra, nos termos e no formato previstos no regulamento; 
  • Declaração de Conformidade.

São admitidas candidaturas de concorrentes de qualquer nacionalidade, fluentes na língua portuguesa, com idade não inferior a 16 anos. No caso de menores de 18 anos, a atribuição de prémios ficará sujeita à entrega de declaração de aceitação pelos respectivos titulares do poder paternal.

 

Constituição do Júri:

António Carlos Secchin, Brasil

Germano de Almeida, Cabo Verde

Inocência Mata, São Tomé e Príncipe 

Isabel Pires de Lima, Portugal

José Luís Mendonça, Angola

José Pires Laranjeira, Portugal

Biblioteca Nacional do Brasil

Rui Lourido, representante da UCCLA

João Pinto de Sousa, representante da Editora A Bela e o Monstro

 

Mais informação: http://www.uccla.pt/noticias/3a-edicao-do-premio-literario-uccla-novos-talentos-novas-obras-em-lingua-portuguesa

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