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Os Crimes Cibernéticos na Era Digital: Uma Ameaça Global

Fruto dos avanços tecnológicos sem precedentes e de um mundo cada vez mais digital, com o andar do tempo, a força de trabalho humana tem sido substituída por máquinas inteligentes capazes de executar tarefas anteriormente reservadas a humanos. O mundo digital quebrou a noção de tempo-espaço, pois permite a interacção a qualquer momento e lugar. Mas há um risco! 

A Internet, sistemas de redes de computadores interligados, tanto pode ser um caminho aberto para o alcance de inúmeros objectivos, desde o trabalho ao lazer, como pode ser uma porta aberta para vitimizar os seus usuários. Neste último caso, falamos especificamente dos crimes cibernéticos.

Os crimes cibernéticos são reais e eminentes, o seu resultado pode ser nefasto e, muitas vezes, de abrangência mundial. As questões que aqui se colocam são: até que ponto se fala sobre os crimes cibernéticos em Angola? Qual é a real situação destes crimes em Angola?

Foi no intuito de reflectir sobre estes tipos de crimes que no passado dia 3 de Agosto de 2016 se realizou no Centro Tecnológico Nacional tutelado, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, mais uma edição do Café com Ciência e Tecnologia sob o tema “Os crimes cibernéticos e as sociedades actuais” com o prelector Dr. Tunga Pinto (de pé na foto), doutorando em Tecnologias de Informação, especialização em Ataques Cibernéticos de Negação de Serviços (DDoS Attack) pela Universidade de Cape Town da República da África do Sul. 

Numa palestra com participantes de áreas afins, o Dr. Pinto usou o seu conhecimento para chamar a atenção das formas de ataques cibernéticos, explicando que os mesmos podem ocorrer de forma silenciosa (sem alarmes e sem vestígios), precisa (personalizados, usando códigos específicos e tirando vantagem sobre fraquezas tecnológicas e humanas) e patrocinada (por governos, empresas concorrentes, empresas de hacking o ainda grupos terroristas). “As principais motivações destas práticas estão relacionadas, na sua maioria, com questões governamentais e com a prática deliberada de hackismo” frisou.

Esclareceu, assim, aos participantes, que os crimes cibernéticos obedecem normalmente a quatro (4) mecanismos de acção:

  • Interrupção - onde o fluxo normal da mensagem é interrompido, impossibilitando que a informação chegue ao destino (negação de serviço);
  • Interceptação - onde uma parte não autorizada obtém acesso à informação (violação de revelação não autorizada de informação);
  • Modificação - onde uma parte não autorizada modifica a informação recebida da origem e transmite-a para o verdadeiro destino (violação de modificação não autorizada de informação);
  • Personificação - caso em que a entidade não autorizada transmite uma mensagem maliciosa pela rede, passando-se por uma parte autêntica.

Segundo o Relatório sobre Ameaças de Segurança na Internet da empresa americana Symantec, 556 milhões de pessoas são vítimas de crimes cibernéticos anualmente, 1.5 milhões de pessoas por dia e 18 pessoas por segundo.

 

Escrito por:

Antónia Djamila e Osvaldo Estrela

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Monitorização das Pragas da Mandioca Mediante as Feromonas Sexuais

Tendo em vista o Ante-Projecto sobre a “Monitorização das pragas da mandioca mediante as feromonas sexuais”, a ser desenvolvido pelos técnicos do  Centro Nacional de Investigação Científica e do Centro Tecnológico Nacional, realizou-se, no dia 25 de Julho de 2016, no Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), uma reunião com o Director Geral Adjunto desta instituição. Nesta reunião foram apresentadas as ideias gerais do Ante-Projecto, tendo-se solicitado a participação do IDA, pela sua natureza, no referido Ante-Projecto. 

O Ante-Projecto surge na sequência das visitas realizadas às zonas agrícolas da Funda Prédio, de Ganguela, de Mukulo e de Sequele, na circunscrição do município de Cacuaco, onde se constatou que a maior parte dos camponeses dessas zonas, utiliza de forma excessiva produtos agrotóxicos, como  insecticidas, para o controlo de pragas nas culturas agrícolas.  

A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma das culturas mais importantes de Angola, pois, constitui o alimento básico de cerca de 40 a 50% da população, a seguir ao milho(2). Entretanto, a sua produtividade é ainda relativamente baixa. Os problemas da baixa produtividade da mandioca podem estar relacionados com as pragas que atacam o cultivo em diferentes fases do seu desenvolvimento. 

Neste contexto, os esforços para aumentar os rendimentos da mandioca devem basear-se no entendimento dos problemas que afectam o cultivo, a fim de eliminá-los ou contê-los. O uso das feromonas sexuais para a monitorização das pragas prejudiciais ao cultivo, poderia significar uma medida de grande interesse para substituir ou complementar outros métodos de controlo já existentes. 

As feromonas são produtos orgânicos expedidos por insectos, em quantidades mínimas, que funcionam como mensageiros químicos, voláteis ou solúveis na água(4). Actualmente, as feromonas têm vindo a substituir os insecticidas convencionais para o controlo dos insectos, pois estas moléculas induzem reacções comportamentais com a vantagem de não serem tóxicas, são eficazes em pequenas quantidades (10-18 g) para a mensagem, são dirigidas para indivíduos da mesma espécie e não deixam resíduos contaminantes(1,3,4). Estas vantagens têm despertado um enorme interesse no estudo aprofundado das feromonas, permitindo o incremento no que respeita à sua síntese e comercialização, com vista a sua aplicação no combate das pragas nocivas a agricultura (1).

 

Bibliografia 

1.Anónimo. 2008. Universidade da Madeira. Projecto bichado da castanha. Disponível em: http://www.uma.pt/bichado/resultados.htm.

2. António, M.P. 2013. Culturas intercalares e agricultura familiar em Angola. Caso: Mandioca/Cajanus; Mandioca/Leucaena. Tese de Doutoramento. Universidade Técnica de Lisboa, 173 páginas. 

3. José, A.S.C. e Augusto, C.T. 2000. Comunicação química, feromonas e controle de insectos. Departamento de Química, Universidade de Aveiro.

4. Tegoni, M., Companacci, V. e Cambillau, C. 2004. Structural aspects of attraction and chemical communication in insects. Trends in Biochemical Sci 257-264.   

 

 

Para informação adicional contacte:

1- Dr. João Carlos Ferreira (Coordenador do projecto) - E-mails: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., T: 924 224 839
2- Dr. Domingos Bongue
3- Msc. Eusébio Panzo
4- Msc. Joaquim Cordeiro
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Encontro de Auscultação às IDI Reúne MINCT e ISCED de Luanda

 

No intuito de auscultar às Instituições Públicas de Investigação Científica, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (IDI) e esclarecer dúvidas sobre as actividades de Investigação Científica, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT), na figura dos seus Directores, reuniu-se, no dia 19 de Julho, com a Direcção e Professores do Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED) de Luanda.  

A auscultação às IDI é resultado das recomendações da 1ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada no dia 4 de Julho, presidida pela Ministra da Ciência e Tecnologia, Cândida Teixeira.

Neste encontro com o ISCED, que congregou mais de 40 professores desta Instituição, foram discutidas, essencialmente, questões ligadas à investigação científica, à extensão dos resultados da investigação, aos mecanismos de financiamento de projectos de investigação científica, bem como aos critérios de elegibilidade de eventos científicos. 

Durante o encontro, o MINCT, tendo como base os Documentos Reitores de Ciência Tecnologia e Inovação (CTI), abordou questões sobre os Indicadores de CTI versus o alinhamento das actividades de Investigação Científica,  Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e sobre a caracterização do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI).

Foram igualmente abordadas a transferência de tecnologias, as actividades de extensão das IDI, a propriedade intelectual e a necessidade de adequação dos estatutos orgânicos das IDI ao Decreto Presidencial nº 125/15, de 1 de Junho, relativo ao Regulamento Geral das Instituições Públicas de Investigação Científica, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação.  E finalmente a abordagem sobre quem faz parte dos Recursos Humanos de uma IDI.

O encontro foi interactivo e elucidativo, destacando-se, no final, a necessidade de mais encontros do género, com vista a aprofundar as questões relacionadas com a Investigação Científica, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação.

 

Para mais informações sobre o ISCED de Luanda, consulte o portal: http://isced.ed.ao

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Faculdade de Engenharia da UAN Abre Candidaturas para 3ª edição do Mestrado em Engenharia do Ambiente

Encontram-se abertas, para o ano lectivo 2017, as candidaturas para a 3ª Edição do Mestrado em Engenharia do Ambiente. O curso é promovido pela Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto e tem previsto o seu arranque no dia 6 de Fevereiro de 2017.

O curso tem como objectivo melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentado. Propõe-se a formação de técnicos altamente especializados em 1 ou 2 anos, habilitados a contribuir de forma integrada para a protecção do ambiente, a correcção de disfunções ambientais e a saúde pública, bem como docentes e investigadores da Universidade Agostinho Neto em 2 anos, que garantam a continuidade da formação pós-graduada em Engenharia do Ambiente e a reciclagem de quadros intermédios com alguma experiência profissional neste domínio.

A formação tem a duração de dois (2) anos. O valor das propinas no curso de mestrado é de 6.000,00 USD, a pagar 50% no acto da matrícula e 50% no acto de inscrição no 2º ano do curso. Por cada renovação da inscrição anual no curso, a propina é de 3.000,00 USD.

O curso introdutório de 90 horas, obrigatório para todos os candidatos, deverá ser pago no acto de inscrição e tem o custo de 400 USD por candidato.

 

ÁREAS DE ESPECIALIZAÇÃO:

i.Tratamento de Águas e Águas Residuais,  

ii.Geoambiente.

 

CONDIÇÕES DE ACESSO

São admitidos à matrícula no curso de Mestrado os titulares de diplomas de licenciatura em:

i.Perfil Académico “A” - Engenharia (Civil, Química, Sanitária, Minas, Mecânica,

Geográfica, Agronómica), Ciências ou Engenharia do Ambiente, Química, Biologia,

Geologia.

ii.Perfil Académico “B” - Física, Ciências da Educação (Química, Biologia, Geografia,

outras).

 

PRAZOS DE CANDIDATURAS

As candidaturas decorrem até ao mês de Outubro. Os candidatos deverão preencher um boletim de candidatura fornecido pelo Departamento de Investigação Científica e Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia de Universidade Agostinho Neto e entregá-lo nestes serviços acompanhado dos seguintes documentos:

•Certificado de conclusão da licenciatura com notas descriminadas; 

•Curriculum-vitae; 

•1 Carta de referência;

•Cópia do bilhete de identidade;

•2 Fotografias.

 

Todos os candidatos, que tenham entregue a documentação exigida, frequentarão o curso introdutório, nos meses de Novembro e Dezembro de 2016.

A selecção dos candidatos para a parte escolar do curso de Mestrado será realizada pela Comissão Científica do curso até meados do mês de Janeiro.

 

Para mais informação contactar: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., ou consulte http://www.uan.ao/courses/engenharia-do-ambiente/

 

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CTN Certifica 21 Técnicos em Técnicas de Ensaios Não Destrutivos

O Centro Tecnológico Nacional (CTN), instituição tutelada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT) realizou, no passado dia 8 de Julho, a cerimónia de entrega de certificados a 21 finalistas da 1ª e 2ª edição do Curso de Técnicas de Ensaios Não Destrutivos. Este curso teve como objetivo a criação do sistema de certificação para operadores do controlo de qualidade de materiais em conformidade com as normas internacionais.

A formação de técnicos nesta área é uma forte aposta do CTN, através do seu Laboratório de Testes Não Destrutivos (LTND), enquanto factor determinante para desenvolvimento e melhoria de desempenho dos sectores tecnológicos nacionais. Pretende-se, deste modo, formar localmente os actores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Técnicas de Ensaios Não Destrutivos para responder às necessidades do crescimento do sector industrial observado nos últimos anos.  

De forma a conciliar a teoria à prática os formandos contaram com um período de estágio na TAAG. Deste modo, puderam adquirir experiência profissional nas actividades que envolvem Testes Não Destrutivos, cumprindo com as exigências da Norma Internacional ISO 9712. Por outro lado, os formadores deste curso são investigadores do CTN, Qualificados de Nível 2, em Técnicas de Ensaios Não Destrutivos, certificados pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). 

Presidiu a cerimónia de entrega de certificados a Ministra da Ciência e Tecnologia, Cândida Teixeira, que considerou ser importante para o país alargar a formação de quadros nesta área. “Tivemos oportunidade de ver que estas técnicas têm impacto ou utilização directa na indústria metalúrgica, na construção civil e na verificação de eventuais defeitos que possam existir em barragens. É uma tecnologia muito importante para o nosso país, precisamos de aumentar o número de pessoas formadas nestas áreas.”, afirmou a Ministra. A titular afirmou ainda, que o CTN está de portas abertas para todas as empresas interessadas em adquirir este conhecimento. 

 

 

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A Reprodução dos Cogumelos como Factor Decisivo na Cultura Alimentar do País

 

A 6ª edição do Café com Ciência e Tecnologia, realizada a 6 de Julho, sob o tema “Segurança Alimentar e Nutricional - O Caso dos Cogumelos”, reuniu nutricionistas, investigadores, docentes, empresários e estudantes, que aprofundaram os seus conhecimentos sobre o cultivo de cogumelos e o seu valor nutricional e medicinal.

Os cogumelos são corpos de frutificações de fungos pertencentes aos filos Ascomycotas e Basidiomycotas. Estes organismos fazem reprodução sexuada pela junção de hifas. Segundo o investigador Hilário Gomes, “os cogumelos já existem há anos servindo como iguaria aos Faraós do antigo Egipto e servido em grandes festas na Grécia”. Estes organismos particularizam-se pelo seu grande teor de carbo-hidratos, proteínas, gordura, além da acção antioxidante e reforço do sistema imunitário. O aspecto peculiar dos cogumelos é o facto de alguns serem comestíveis e outros não, uma vez que alguns são venenosos.

O cultivo do cogumelo é feito por meio de procedimentos científicos. Existem passos de reprodução dos cogumelos que passam pelo cultivo da sua semente, cientificamente conhecida por micélio, que é colocada em substratos apropriados, esterilizados, sob condições assépticas. A investigadora Eunice Mateus, explica que “A produção deste micélio requer alguns procedimentos como: preparação do meio de cultivo, conservação da semente em tubo de ensaio ou placa petri, isolamento de tecidos de cogumelos frescos que à partida são conservados em frascos com grãos de milho para produção de Spawn [grãos colonizados por micélio de cogumelos], conservação destes grãos em frascos de vidro de 500g, esterilização dos frascos de vidro na autoclave, etc”. 

A autoclave é o aparelho em que a semente é exposta a uma temperatura acima de 100 ºC que seria neste caso a temperatura ideal na eliminação de micro-organismos que em meios rurais pode ser substituído por tambor aquecido a lenha ou outra fonte de combustão. A técnica Jun-cao, iniciada em 1983 na China pelo Professor Dr. Lin Zhanxi e Dr. Lin Zhanhua, permite a mistura de Spawn com diferentes tipos de palhas (de milho, de arroz ou de bananeiras) onde o mesmo se desenvolve em ambiente húmido até frutificar. Este é um método acessível aos meios rurais, sem condições laboratoriais para o cultivo de cogumelos.

O estudo desenvolvido enquadra-se no projecto “Cultura de Cogumelo”, do Centro Tecnológico Nacional (CTN), tutelado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT), encontrando-se já em fase de criação o banco de gemoplasma de cogumelos de interesse alimentar e medicinal. O banco conta já com 24 amostras colhidas em diversas regiões do país. As 24 amostras permitirão a classificação dos cogumelos e o conhecimento das espécies existentes.

“O papel fundamental do CTN nesta área de pesquisa é, acima de tudo, o de beneficiar as populações, tendo em conta que só se faz a colheita para consumo em tempo chuvoso. Treinar os camponeses para que tenham forma de renda com o cultivo, perspectivando a criação de um banco de gemoplasma. Desta forma os camponeses passam a colaborar no cultivo enquanto nós colaboramos na área de pesquisa dos cogumelos consumíveis pela sociedade e de possível reprodução”, afirmou Hilário. 

O contributo desta manhã científica, que contou com uma demonstração física dos procedimentos laboratoriais em ambiente externo, deixou bem patente o papel preponderante da ciência no âmbito da diversificação económica no país. 

Este é mais um projecto, dentre os vários do MINCT, com grandes perspectivas de futuro, tendo em conta o seu nível de abrangência e pesquisa. 

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