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Alexandre Cose

Alexandre Cose

“No nosso país tudo é virgem e tem de ser investigado” – Armando Valente, Director Geral do CNIC.

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT) está a desenvolver desde 2ª feira, 20 de Abril, um  curso sobre Elaboração de Projectos, Gestão e Publicação Científica.

As acções de formação decorrem no Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC) e  estão enquadradas no âmbito do Plano de Formação Contínua do MINCT.

Trata-se de uma ocasião que visa assegurar aos investigadores angolanos e aos demais actores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, as ferramentas que lhes vão permitir elaborar os projectos  para a mobilização de financiamentos quer em Angola, quer no estrangeiro.

Sobre o assunto leia a entrevista aos jornalistas, do Director Geral do CNIC, Dr. Armando Manuel Valente.

- Que dificuldades foram identificadas pelo MINCT no domínio da abordagem dos desafios da investigação científica em Angola?

- Angola como país, tem técnicos e quadros provenientes de diferentes escolas do mundo. Se comparadas, hão de verificar que algumas dessas escolas têm critérios de diferenciação de conteúdos muito acentuados e exigentes em relação às outras, pelo que impõe a uniformização dos conhecimentos adquiridos. Aqui também a ideia é formalizar a partilha dos conhecimentos existentes.  Ao estarmos em Angola e havendo necessidade para formatar os conhecimentos adquiridos, o MINCT decidiu levar a cabo um curso de formação com o qual pretendemos uniformizar os mecanismos e métodos de eleição, concepção, elaboração e gestão de projectos de investigação científica. Vamos aqui uniformizar os conhecimentos para que possamos falar a uma só voz.

- Em que termos avalia os trabalho feitos pelos investigadores angolanos?

- Os investigadores angolanos têm muito boa preparação. Como disse, eles vêm de escolas  muito diferenciadas, cuja dinâmica lhes confere uma capacidade que deveria ser melhor aproveitada caso tivéssemos já uma instituição que financiasse, de modo directo, os projectos de investigação científica. Estou a falar, por exemplo, de  uma  instituição que anualmente convocasse os investigadores nacionais, a desenvolverem a concepção de projectos naqueles domínios que fossem identificados pelo Estado angolano como prioritários, para poderem ser financiados. Aí então os investigadores poderiam apresentar os seus projectros perante essa entidade, os quais seriam submetidos a estudos de avaliação, de tal forma que, uma vez aprovados, poderiam beneficiar de financiamento.  Eu acredito que mais cedo ou mais tarde, esse ente público vai surgir, porque  os desafios da investigação científica o impõem.

Contudo, mesmo não dispondo desta solução, os investigadores angolanos, ainda assim, têm mobilizado financiamento suficiente para realizar os seus trabalhos. É só recordar que o Ministério da Ciência e Tecnologia tem, em desenvolvimento, um Edital Conjunto com parceiros sul africanos, em cujo âmbito, os angolanos têm sabido situar-se ao nível das suas realizações.

Cito-lhe ainda o SASSCAL (Centro da África Austral para Ciência e Serviços para Adaptação as Alterações Climáticas e Gestão Sustentável dos Solos), um projecto de fomento à investigação científica desenvolvido pelo Governo Alemão e que reúne 5 países da África Austral, nomeadamente Angola, África do Sul, Botswana, Namíbia e Zâmbia.

O objectivo principal do SASSCAL é unir cientistas dos diferentes países e com base nos pressupostos da ciência e da tecnologia, estudar os diferentes fenómenos relacionados com as alterações climáticas e proporcionar informação que ajudem no aconselhamento e na tomada de decisões.

O objectivo principal do SASSCAL é unir cientistas dos diferentes países e estudar os diferentes fenómenos relacionados com as alterações climáticas e proporcionar informação que ajude no aconselhamento e tomada de decisões.

O nosso desafio deve se o de nos organizarmos, enquanto não vem a autorização para a abertura de um fundo cujo fim é financiar directamente à investigação. Até agora trabalhamos com base no Orçamento Geral do Estado. No entanto, pelas regras de execução do OGE, nem sempre a dinâmica da investigação vem salvaguardada.

- Quais são as áreas de investigaçãoo que no actual contexto do país mais interessam a Angola.

- Normalmente como é prática no mundo, e claro, Angola não é excepção, as áreas prioritárias de investigação se correspondem com os programas de governação. Atenção que isto não é política. Note que, quem vai financiar a investigação é o Estado e este quer ver a investigação desenvolvida naqueles domínios que suscitam as suas maiores preocupações e expectativas. Por outro lado, o nosso país está em reconstrução e isto pressupõe maiores desafios em matéria de investigação científica. A investigação impõe-se nas áreas da mineralogia, petróleos, enfim, da biomedicina, farmacologia, segurança alimentar, a toxicologia dos alimentos, a toxicologia clínica, a toxicologia ambiental, entre outras. A ideia é adquirir novos conhecimentos, o que é excelente, ou, pelo menos, para optimizar os conhecimentos já existentes. No nosso país tudo é virgem e tudo tem de ser investigado.

- Qual é o contributo do Ministério da Ciência e Tecnologia no sentido de fomentar a investigação científica e levar os investigadores a trabalharem mais?

- Foi agora aprovado o Regulamento das Instituições de Investigação Científica e Desenvolvimento, que vai regular a actuação e o desempenho de todas as instituições que desenvolvem acções de investigação científica, identificando para estas, os marcos e as balizas dessas acções de investigação científica.

Outro instrumento importante, igualmente aprovado é o Regulamento do Conselho Científico que vai identificar a entidade que detém a autoridade para dizer quem poder desenvolver actividades de investigação científica.

Em 2011 foi aprovada a Política Nacional de Ciência e Tecnologia e foram, nesta base, definidos todos os actores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

O Ministério da Ciência e Tecnologia continua a trabalhar no sentido de criar condições políticas e ambiente de trabalho necessários para que os investigadores avancem.

Nós estamos a desenvolver agora o curso de Preparação e Gestão de projectos de Investigação Científica. A seguir vamos desenvolver o curso de elaboraçãoo de artigos de teor científico.

De resto, o elemento dinamizador da investigação científica é o dinheiro. É preciso que o país crie condições para financiar a investigação científica, por mais ínfimo que seja este financiamento.

- Temos muitos investigadores no país?

- Temos poucos. A carreira de investigador, infelizmente, ainda não é muito apetecível. Os investigadores ainda não sabem onde é que, internamente deverão concorrer para receber financiamento. Temos tido alguma participação em ambientes internacionais. De resto, o número de investigadores, à luz do trabalho incentivador liderado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, tem aumentado. Todos os anos angola tem medalhas de ouro, prata, bronze, menções  honrosas em eventos internacionais, com destaque para a Feira Anual de Ideias e Novos Produtos de Nuremberga, na Alemanha. Temos também todos os anos a Feira do Inventor/Criador Angola que junta expositores vindos de todas as províncias, tendo como pano de fundo a criatividade tecnológica e a inovação e a qualidade. E são eles que, de facto constituem algumas das grandes apostas que vamos conhecendo no país em matéria de promessas da actividade investigativa e de inovação.

 

 

Aplicativo de interacção médica vence final do Imagine Cup Angola2015

Um aplicativo que permite a interação entre médico e paciente que se encontre numa região de difícil acesso aos serviços primários de saúde venceu nesta quarta-feira, em Luanda, a final nacional do concurso internacional de tecnologia "Imagine Cup Angola 2015".

caso o paciente esteja inconsciente ou incapacitado, alguém introduz o seus sintomas no aplicativo e estes são enviados online a um especialista de saúde para diagnóstico.

Denominado Revolution, o produto foi concebido pelo grupo KDMM, que com o prémio conquista acesso à semi-final online, em Maio deste ano, que irá apurar os finalistas para o "Imagine Cup World 2015", a realizar-se no mês de Julho, em Seattle, EUA.

Além disto, os vencedores terão direito a um vale de compras no valor de 100 mil kwanzas nas lojas Unitel, duas impressoras e dois tablets.

Outros dois projectos também vão à semi-final online, designadamente Teclado Uassama (categoria Inovação), que permite escrever enquanto se movimenta com as opções de toque ou de arrasto das letras em touchscreen.

Para a categoria (Jogos) venceu Fleety, um software fácil e básico com três níveis baseados nos desafios do trânsito automóvel de cidade de Luanda, onde o congestionamento é um dos grandes obstáculos.

A competição, realizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e a multinacional Microsoft, observou apenas um concorrente em cada uma das três categorias.

Presenciaram o acto a directora-geral adjunta para a área administrativa do Centro Tecnológico Nacional, Rosa Maurício, e o decano da Faculdade de Engenharia Informática da Universidade Metodista de Angola (UMA), Márcio Ngolo.

 

Fonte: Angop

Microsoft realiza Final do Imagine Cup Angola 2015

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT), no âmbito da implementação dos programas de Promoção da Cultura Científica e da Transferência de Tecnologia e Empreendedorismo de Base Tecnológica, tem vindo a desenvolver ações que visam elevar a cultura científica, tecnológica e de inovaçãoda população em geral e dos diferentes integrantes do Sistema Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação de Angola.

Neste âmbito, têm sido realizadas diversas atividades envolvendo parceiros na iniciativa.

A Microsoft Angola em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, a NCR, a Rocha Monteiro, Red Bull, HP, assim como a Universidade Metodista de Angola, a Universidade Agostinho Neto e o Instituto Superior de Tecnologias de Informação e Comunicação, realizarão no dia 15 de Abril de 2015, com início as 9:00 horas na Universidade Metodista de Angola, a Final Nacional da Microsoft Imagine Cup, denominado Imagine Cup Angola 2015.

Este concurso, destinado a estudantes com mais de 16 anos de idade, vinculados a Instituições de Ensino legalmente reconhecidas, tem como objetivo principal desafiar e estimular a criatividade e inovação tecnológica para aplicativos desenvolvidos para plataformas Microsoft. Trata-se de um desafio a estudantes de todo o mundo, tendo por base valores sociais e humanitários. A edição nacional de 2015 será baseada nas três categorias principais: Cidadania Mundial (World Citizenship),        Jogos (Games) e Inovação (Innovation).

A categoria Cidadania Mundial premiará a aplicação de      software desenvolvido para plataformas Microsoft que com maior potencial gerar impacto positivo na humanidade. A de   jogos reconhecerá jogos atrativos e divertidos para adolescentes e jovens, construídos para plataformas Microsoft (Windows, Windows Phone). A categoria Inovação vai distinguir os aplicativos mais originais , apelativos e simples para as mãos do consumidor, redes sociais, compras ou pesquisa online.

Entre os vários prémios ainda por anunciar os vencedores terão acesso a um estágio na NCR, assim como classificação para as semifinais mundiais de onde poderão ser escolhidos para a Final Mundial a decorrer em Seattle em Julho do ano corrente.

É de recordar que nos anos anteriores a Microsoft Angola, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e demais parceiros realizou duas Finais Nacionais em solo Angolano sendo que destas finais a equipa da Universidade Metodista de Angola chegou a Final Internacional em São Petersburgo na Rússia em 2013 com o jogo “Não Te Irrites” aonde alcançou o 5o lugar da categoria de Jogos.

 

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

 

 

 

Redes sociais sim, mas muito cuidado

O professor e técnico de Tecnologias de Informação e Comunicação, António Guimarães chamou, em Luanda, atenção aos pais e à sociedade sobre os perigos de expor as crianças nas redes sociais.

O docente fez esta chamada de atenção quando apresentava o projecto "Internet segura nas escolas", no âmbito das acções enquadradas no programa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT) de apoio ao desenvolvimento.

De acordo com o técnico, os adultos são os que deviam ser os principais protetores dos menores nestas redes, mas são os mesmos que, por ignorância das consequências, os expõem.

“Hoje, os miúdos e até adultos não têm consciência dos perigos que estão por detrás das redes sociais, e por esta razão vemos partilharem situações muito pessoais, tais como morada, número de telefone, fotografias pessoais e de familiares. Ora, como é óbvio, desta partilha pode resultar, por exemplo, uma manipulação de imagem ou outra situação negativa qualquer”, disse.

Se, por um lado, como disse, os sites de relacionamento são úteis para a sociedade, por outro lado, são também muito susceptíveis de perigo e insegurança.

“Não vos ocorra pensar que determinada pessoa publicou numa rede social uma determinada fotografia que não devia e ao apaga-la, convence-se de que acabou. Em boa verdade, o simples apagar de uma fotografia não quer dizer que ela despareceu do servidor daquela dada rede social. E portanto, essa fotografia poderá, através de técnicos experientes, ser resgatada”, explicou.

O professor António Guimarães recomenda, por isso, que as redes sociais devam ser usadas tendo em conta as medidas de segurança, tais como protecção dos dados pessoais para que os maldosos não se apropriem da sua identidade, imagem e outras informações relativas família, nomeadamente os filhos e o cônjuge.

"O descuido nestas situações criam consequências como falsa identidade, distúrbio de imagens, de opinião, cyberbulling e, no caso dos menores, vulnerabilidade à pedofilia", explicou.

As instituições que concorrem para a protecção das crianças devem criar um mecanismo alusivo para proferir palestras, criar desdobráveis sobre o assunto, revistas de banda desenhada retratando vivências da má gestão destas redes.

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