A Organização da Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) lançou em 2015 o seu relatório sobre ciência, cujo objectivo principal é fornecer valiosas reflexões sobre as preocupações e prioridades dos estados membros e partilhar informação crítica, destacando o poder da ciência para a sustentabilidade. Por outro lado, apresenta um enquadramento compreensivo das várias facetas da ciência num mundo cada vez mais complexo – incluindo tendências na inovação e mobilidade, big data e a contribuição do conhecimento tradicional e local para abordar os desafios globais.
Apesar da crise financeira, o investimento global em investigação científica e desenvolvimento tem crescido mais rápido do que a economia global, mostrando confiança que o investimento em ciência trará benefícios no futuro. Adicionalmente, há cada vez mais cientistas no mundo e a sua mobilidade tem aumentado. O número de investigadores científicos e de publicações científicas a nível global aumentou em mais de 20% entre 2007 e 2014.
Informação sobre ciência em Angola aparece pela primeira vez em 2010, no Relatório "African Innovation Outlook/2010" da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD). Posteriormente, o Relatório "African Innovation Outlook/2014" já contém os dados provenientes do Primeiro Inquérito Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
O referido relatório sobre ciência da UNESCO de 2015 (clique aqui para fazer o download), apresenta resumidamente os seguintes dados relativos a Angola:
- Gastos públicos em Educação: 3.5 % do PIB, 2010
- Não estão disponíveis dados sobre os gastos em Investigação e Desenvolvimento (I&D)
- Patentes: 7, 2008-2013
- Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação: Sim, 2011
- Investigadores por um milhão de habitantes: 73 (2011), dos quais 27.1% são mulheres
- Angola tem tido um forte crescimento, embora ainda com valores relativos muito baixos, em termos de publicações: de 17 em 2005 para 45 em 2014
- As publicações em Angola têm incidido principalmente nas seguintes áreas: Ciências médicas (61 publicações, 35.7%), Ciências biológicas (48 publicações, 28.1%) e Geociências (38 publicações, 22.2 %), de 2008 a 2014
- Publicações por milhão de habitantes: 2, 2014
- Principais parceiros de investigação internacionais: Portugal (73 publicações), USA (34 publicações), Brasil (32 publicações), UK (31 publicações) e Espanha/França (26 publicações), de 2008 a 2014
- Estado do sistema nacional de inovação: Viável (A UNESCO prevê 3 níveis: Frágil, Viável e Evoluindo)
- Número de universidades: Mais de 60
- Número de estudantes no ensino superior: Mais de 200000
- Existe o Plano Nacional de Formação de Quadros (PNFQ)
Finalmente, o relatório aponta a gestão como o principal obstáculo para aumentar a produção científica.