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A elaboração do Livro Branco do Ensino Superior resulta de um pedido de assistência técnica do Governo de Angola dirigido ao Banco Mundial, no âmbito da Estratégia de Parceria Revista entre o Banco Mundial e a República de Angola. Assim, foram identificadas e discutidas as seguintes actividades entre as Partes, que se desenvolveriam nos próximos 18 a 20 meses, concretamente:

  1. Realizar um diagnóstico sólido de onde o sector está e quais são as lacunas urgentes que requerem atenção. O diagnóstico irá focar no acesso, equidade (com foco no gênero), qualidade e financiamento;
  2. Ajudar a montar um quadro de políticas em torno do ensino superior, estendendo-se às competências pós-secundárias. O quadro de políticas seria elaborado através de uma série de consultas a fim de construir um consenso em torno das principais conclusões;
  3. Realizar uma série de seminários sobre tópicos específicos relacionados com o Ensino Superior, procurando estabelecer sempre um quadro comparativos com alguns países e suas experiencias;
  4. Desenvolvimento e aprovação de uma Estratégia para o Ensino Superior (Livro Branco), a ser elaborada, aprovada e lançada até Maio de 2023.

O acto de lançamento do processo de elaboração do Livro Branco, realizado a 28 de Janeiro do corrente, constituiu um momento simbólico em que o Governo de Angola tornou público esta importante iniciativa que visa contribuir para um melhor planeamento do desenvolvimento do Ensino Superior.

Para mais informação, contribuições e solicitações, envie um e-mail para: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

 

A Deficiência de Zinco Interage com Parasitas Intestinais/Urogenitais no Caminho para a Anemia em Crianças Pré-Escolares, Bengo-Angola

Autores: Cláudia Fançony 1Ânia Soares 1João Lavinha 2Miguel Brito 1 3

A deficiência de zinco em crianças até aos três anos prejudica o seu sistema imunitário e aumenta os níveis de anemia, em conjunto com os parasitas intestinais, que se adaptam e resistem à falta de zinco e défice de nutrientes.

Este é um dos principais resultados de um estudo transversal, levado a cabo pelo CISA em 2015, que recrutou mais de 850 crianças com menos de três anos de idade e cujos resultados demonstraram que uma deficiência de zinco pode prejudicar uma resposta imunitária a infeções. Para além disso, com a falta de zinco os parasitas intestinais adaptam-se a estes ambientes levando a um aumento dos índices de anemia e de inflamação.  

Este estudo demonstra a importância de controlar o défice alimentar através de mudanças na alimentação uma vez que o zinco é um micronutriente indispensável, que se encontra na carne, feijão, amendoim e cajus.

Os investigadores perceberam ainda que a deficiência de zinco aumenta significativamente a probabilidade de anemia mais fortemente em crianças que tinham anemia causada por deficiência em ferro.

Os resultados deste estudo foram revelados recentemente num artigo científico publicado na revista científica internacional “Nutrients” por investigadores do CISA que desenvolveram entre 2015 e 2017 o projeto “Intervenção Educacional Comunitária em Nutrição, WASH/Malária e anemia” com o apoio do Banco BFA e da Fundação Calouste Gulbenkian e Camões IP.

 

Afiliações:

  • 1Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA), Caxito, Estação Central de Luanda, Apartado IV n °5547, Luanda 5547, Angola.
  • 2Departamento de Genética Humana, Avenida Padre Cruz, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, 1649-016 Lisboa, Portugal.
  • 3Health and Technology Research Center, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Av. Dom João II Lote 4.69 01, 1990-096 Lisboa, Portugal.

 

Leia o artigo em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35406005/

 

Os benefícios da energia nuclear no desenvolvimento da agricultura angolana

Por não existirem métodos alternativos, os estudos relativos a dinâmica do nitrogénio no sistema solo-planta-atmosfera, a mutação induzida, a radioentomologia, a irradiação de alimentos e a compreensão do ciclo hidrológico, não teriam lugar na agricultura sem o uso da energia nuclear.

Actualmente, a aplicação da energia nuclear na agricultura é feita através do uso de isótopos. Os isótopos são átomos do mesmo elemento químico, constituídos pelo mesmo número de protões e electrões, mas que diferem no número de neutrões. Eles podem ser estáveis e instáveis ou radioactivos. Consideram-se estáveis, os isótopos que não se transformam em outros radioactivos. As espécies isotópicas radioactivas, correspondem aos isótopos, que ao longo do tempo vão se transformar em outro, que pode ser estável ou radioactivo como ele.

Nos países desenvolvidos,os isótopos são amplamente utilizados como ferramenta de trabalho nas diferentes linhas de investigação. Em Angola, existem poucos estudos publicados que fazem referência, sobre a aplicação dos isótopos para o desenvolvimento da agricultura. O Laboratório de Isótopos do Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC) em colaboração com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), no ano de 2019, realizou o Projecto ANG-5015 “Obtenção de plantas tolerantes à seca nos solos da província do Cunene por mutação induzida com raios gama”. Actualmente, está a desenvolver o Projecto F30056 “Rede de dados isotópicos de precipitação nas províncias de Luanda, CuanzaSul e Cuanza Norte”.

O Projecto ANG-5015, foi desenvolvido com o objectivo de se obter por via de mutação induzida, plantas de feijão (Phaseolus vulgaris) com as raízes mas longas, grossas e tolerantes ao stress hídrico. As sementes das variedades feijão preto e rajado, foram previamente irradiadas com doses de 200 e 225 Gy de raios gama. A irradiação das sementes foi realizada pelo Instituto Agronómico de Campinas, Brasil. A fase experimental decorreu no campo do Centro Nacional dos Recursos Fitogenéticos da Universidade Agostinho Neto. Utilizou-se o desenho factorial em blocos completos casualizados com três repetições. Nas subparcelas, determinaram-se os parâmetros de crescimentos e de produtividade.

Os dados das sementes de feijão preto não irradiadas, revelaram uma germinação de 27% do total. Enquanto a germinação das sementes irradiadas com as doses de 200 e 225 Gy de raios gama foi de 21 e 10%, respectivamente. No entanto, as sementes de feijão da variedade rajada, utilizadas como controlo, mostraram uma capacidade germinativa de 37% do total. E a germinação das sementes irradiadas com as doses de 200 e 225 Gy de raios gama foi de42 e 9%, respectivamente. Estes resultados permitiram concluir o seguinte: de um modo geral a germinação foi baixa em todos tratamentos incluindo o controlo. No entanto, foi muito baixa nas sementes irradiadas com a dose de 225. Provavelmente, a alta dose mutagénica, influenciou na germinação das sementes. Os parâmetros de produtividade, não foram avaliados porque na fase de formação de botões florais, registou-se a morte acentuada das plantas, com ênfase na dose mais elevada.

A escassez de água para o consumo humano, para o gado e para prática de agricultura em determinadas regiões do nosso país é bastante preocupante. A hidrologia isotópica, sendo uma técnica nuclear utilizada para rastrear os movimentos da água no ciclo hidrológico, pode ajudar a compreender as mudanças regionais e globais do clima. Neste contexto, o Projecto F30056 tem o objectivo de estudar as variações sazonais na composição dos isótopos estáveis (2H e 18O) na água da Chuva. As amostras semanais de chuva utilizadas para as análises isotópicas foram colectadas utilizando-se o colector Palmex RS-1. As amostras semanais foram colectadas nas estações meteóricas instaladas no CNIC, no Zango 8.000, no Instituto Nacional de Petróleo do Sumbe e no Instituto Médio Agrário do Cuanza Norte; e foram transferidas em garrafão de 10 L para compor a amostra mensal. Desta retirou-se uma alíquota, que foi analisada no laboratório do CNIC e outra no laboratório de Hidrologia da AIEA.

Os resultados preliminares deste trabalho estão disponíveis no banco de dados do GNIP (Rede Global de Isótopos na Precipitação - da sigla em inglês). Os mesmos permitiram criar uma base de dados nacional de isótopos de precipitação e assim como uma recta meteórica local de grande benefício tanto para avaliação dos recursos hídricos em Angola, como para a cobertura regional da rede do GNIP.

 

Bibliografia:

Habib, R. (1988). Total root length as estimated from small sub-samples. Plant and Soil, Dordrecht, v. 108, p. 267 - 274.
Jouzel, J. e Merlivat, L. (1984). Deuterium and oxygen-18 in precipitation: modelling of the isotopic effects during snow formation. Journal of Geophysical Research, v. 89, p. 11749-11757.

 

Autores:

  1. João Carlos Ferreira, PhD. Investigador Auxiliar do Centro Nacional de Investigação Científica, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. +244 926 289 870.
  2. Muteb Rumang, Licenciado. Investigador Assistente do Centro Nacional de Investigação Científica, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. +244 924 360 198.
  3. Kabey Mbaz Rodolfo, Licenciado. Investigador Assistente do Centro Nacional de Investigação Científica, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., +244 924 360 215
  4. Gerónimo José Diogo, Licenciado, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. Investigador Assistente do Centro Nacional de Investigação Científica, +244 923 500 308.
  5. Aristides Ngolo, PhD, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. Investigador Auxiliar do Centro Nacional de Investigação Científica, +244 923 215 414.
  6. Domingos Bongue, Investigador Auxiliar do Centro Nacional de Investigação Científica, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.. +244 926 289 870.

O Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) celebrou 120 anos!

  • Publicado em Saúde

O Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade NOVA de Lisboa, completou este mês 120 anos, tendo ao longo da sua história conseguido desenvolver eixos estratégicos assentes na inovação, na cooperação, na investigação e na comunicação do conhecimento.
 
Actualmente o instituto está activamente empenhado nos objectivos preconizados pela Agenda 2030 e participa em actividades de investigação científica e médica internacional, mantendo fortes ligações aos PALOP. A investigação interliga-se com programas de mestrado e doutoramento e actividades de assessoria técnica a ministérios da saúde, em Portugal e na CPLP. O instituto é um espaço multicultural, com quase 600 alunos, metade pertencentes a países como Moçambique, Guiné-Bissau, Angola, Brasil, Cabo Verde, entre outros.
 
Para celebrar os 120 anos, no dia 22 de abril, na Aula Magna do IHMT, decorreu uma cerimónia solene com convidados nacionais e internacionais. A assinalar a data foram também assinados dois protocolos na área da saúde:
  • Protocolo de colaboração entre a Universidade NOVA de Lisboa e o Centro de Lisboa Ocidental, com o objectivo de impulsionar uma colaboração estreita entre o IHMT e o Hospital Egas Moniz através da partilha de experiências, saber e recursos, de modo a permitir um aproveitamento das sinergias dos profissionais ao serviço de cada uma das entidades.
  • Protocolo de Colaboração entre a Fundação BAI e a ADMT/Consulta do Viajante em áreas de cuidados primários de saúde e de epidemiologia molecular.
Na iniciativa foi igualmente lançado o livro “Serpentes Venenosas de Angola” e inaugurado a exposição “120 anos de Medicina Tropical: ensino e investigação no IHMT”.
 
Veja a peça jornalística em: https://www.youtube.com/watch?v=HHb93XmdYv8
 
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