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Augusto Inácio, dentre os mais medalhados em Nuremberga

A persistência e a total entrega ao trabalho são as divisas que norteiam a vida de Inácio Augusto Simão, um jovem criador de 24 anos que conquistou para Angola, até hoje, o maior número de medalhas na Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos, realizada anualmente na cidade de Nuremberga, na Alemanha. Inácio Augusto Simão, um dos 11 expositores que   representam Angola na edição deste ano da Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos, que começa hoje e termina domingo, conquistou dez medalhas e já vai na sua quinta participação,   resultante do terceiro lugar alcançado na categoria de “Frelancer” da Feira do Inventor/Criador Angolano, realizada em Setembro, em Luanda.

O jovem criador disse ao Jornal de Angola, em Nuremberga, que a conquista das dez medalhas é resultado de um grande sacrifício, persistência, dedicação e, acima de tudo, humildade.

“Em cada ano que passa ganho mais experiência e maturidade, procura superar erros cometidos antes e perspectivar desafios”, acentuou Inácio Augusto Simão, para quem “é uma grande responsabilidade representar o país em eventos internacionais”. O jovem criador, que disse ter descoberto o talento para o mundo da ciência e tecnologia desde muito cedo,  manifestou a sua crença na obtenção de pelo menos uma medalha, devido à qualidade e originalidade dos dois projectos que levou para a Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos, uma das mais prestigiadas do Mundo, realizada desde 1948.

Trata-se de uma bicicleta multifuncional e de um dispositivo multifuncional para pessoas com deficiência física e visual e também para doentes, que vêm juntar-se aos 18 projectos tecnológicos que já havia criado.

Embora diga que as 20 criações lhe dão muito orgulho, Inácio Augusto Simão fica visivelmente emocionado quando cita três delas, o tradutor gestual, o rato para computador  para pessoas com deficiência física e a base de velas.

“O tradutor gestual, além de ser um projecto de integração social, foi o que me fez merecer, em 2013, a primeira medalha de ouro na feira”, salientou o inventor, sublinhando que o rato para computador  é também   de “grande estima” por ser um projecto simples e de extrema importância para pessoas com deficiência.

Já sobre a base de velas, o jovem disse que o projecto garante sustentabilidade às pessoas carenciadas, pois evita gastos desnecessários na compra de velas.

 Apesar de ter conquistado dez medalhas, o inventor lamenta que nenhum dos seus projectos, sobretudo os estiveram na origem da distinção na Alemanha, foi até hoje aproveitado para uma produção industrial em grande escala.

“Nós precisamos  de encontrar uma indústria em Angola e no estrangeiro para a produção em grande escala dos nossos inventos”, referiu Inácio Augusto Simão, que, desde os cinco anos, como  disse ao Jornal de Angola, sente curiosidade em  entender o princípio de funcionamento dos aparelhos electrónicos, desmontando e concertando alguns.

Inácio Augusto Simão disse que  a sua família e a sociedade  angolana são as suas principais fontes de inspiração. “Há pessoas que  sofrem muito para verem realizadas determinadas tarefas do quotidiano.”

 

Jornal de Angola

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A Indústria é a esperança dos inventores angolanos

A Zona Económica Especial de Viana e outros pólos de desenvolvimento que estão a ser criados em Angola contemplam espaços onde vão ser aproveitados protótipos e ideias de inventores angolanos para terem uma produção industrial em grande escala.

A informação foi avançada ontem ao Jornal de Angola pelo director-geral do Centro Tecnológico Nacional, Gabriel Luís Miguel, que confirmou haver contactos “muito avançados” nesse sentido com o Ministério da Indústria.

Gabriel Luís Miguel está desde terça-feira na Alemanha à frente de uma delegação integrada por 11 expositores que  representam o país na Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos (IENA), que é aberta hoje e termina domingo em Nuremberga.

O “stand” de Angola ocupa uma área de 38 metros quadrados no pavilhão F15,  numa zona privilegiada do espaço onde é realizada a Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos, que existe desde 1948.

Em Angola, disse Gabriel Luís Miguel, “há uma série de soluções integradoras que já têm ajudado a solucionar pequenos problemas e que agora precisam de ser produzidas em grande escala”.

Para este objectivo ser alcançado,  Gabriel Luís Miguel disse ser necessário não só o envolvimento do Estado, que já faz a sua parte ao identificar ideias e projectos de inventores nacionais, como também da classe empresarial.

Gabriel Luís Miguel assegurou que está a ser criada uma série de condições para, nos próximos tempos, os projectos de inventores nacionais serem produtos funcionais feitos numa grande escala para servir os interesses dos próprios angolanos.

“Quando chegarmos aí, vamos dizer "missão cumprida"”, salientou  Gabriel Luís Miguel, que insistiu na necessidade de a ciência, tecnologia e inovação serem inseridas na  estratégia de desenvolvimento do país.

Sobre a Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos, na qual Angola participa desde 2009, Gabriel Luís Miguel reiterou o seu optimismo na conquista pelo país de uma medalha de ouro, de duas ou três de prata e mais algumas de bronze, a julgar pela qualidade dos 19 projectos que vão ser expostos, seleccionados nas feiras do Inventor/Criador Angolano e de Ciência e Tecnologia.

O optimismo de Gabriel Luís Miguel deve-se  ao facto de os projectos seleccionados terem sido submetidos, para a sua melhoria, à apreciação de uma comissão criada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e integrada por professores, alguns dos quais ligados à área de investigação, de várias instituições do Ensino Superior.   

“Os projectos, por melhores que sejam, precisam, às vezes, de ser melhorados, mas sem tirar mérito à ideia que o inventor apresenta”, acentuou Gabriel Luís Miguel, que anunciou estar também a ser estudada, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, a possibilidade de Angola participar, já a partir do próximo ano, na feira que se realiza anualmente em Dezembro na Coreia do Sul, também de grande prestígio internacional. Angola conquistou em seis anos de participação na Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos 38 medalhas, o que faz com que este ano, à semelhança do que aconteceu em 2014, a Bandeira Nacional figure na página oficial do evento ao lado das bandeiras de mais 11 nações, uma dos quais a do país anfitrião.

As doze bandeiras são dos países que mais se destacam na feira, sendo o número de medalhas alcançadas um dos indicadores tidos em conta pela organização.

Devido ao facto de a Bandeira Nacional ser a única de um país da África Subsaariana na página oficial da Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos, Angola, além de ser elogiada por vários países do continente, é regularmente contactada por países da África Austral, como Moçambique, interessados em saber o que tem sido feito no país nas áreas da Ciência, Tecnologia e Inovação e qual o nível de organização interna.

A primeira participação oficial de Angola é resultante de um convite, depois de a organização da feira alemã ter conhecimento da existência da Feira do Inventor/Criador Angolano, que é realizada “com um elevado nível técnico e organizacional” para a descoberta de talentos para o mundo da ciência e tecnologia.

O director do Centro Tecnológico Nacional  afirmou ao Jornal de Angola que o Ministério da Ciência e Tecnologia encara anualmente com um alto grau de responsabilidade a participação de Angola na Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos de Nuremberga.

Por isso, acentuou, os preparativos para uma participação com êxito são os mesmos quando, por exemplo, a Selecção de Futebol de Honras tem de treinar para poder conquistar um lugar para o Campeonato do Mundo.

Entre os 19 projectos que são expostos este ano na Feira  Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos seis são da autoria dos inventores “freelancers” Ricardo Antunes Figueiredo, António Kawele e Inácio Augusto Simão, primeiro, segundo e terceiro classificados na categoria de “freelancers” da edição deste ano da Feira do Inventor/Criador Angolano, e de Armelim de Jesus Maria Cardoso, vencedor da sua categoria na Feira de Ciência e Tecnologia.

Estão  entre os 19 projectos dois do Instituto Superior de Tecnologias de Informação e Comunicação (ISUTIC), dois da Faculdade de Medicina de Malanje da Universidade Lueji A’Nkonde, que concorreram na categoria de “Instituições do Ensino Superior”, na Feira do Inventor/Criador Angolano, dois do Centro de Informação de Medicamentos e Toxicologia (CIMETOX) de Malanje e sete da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto, tendo as duas últimas instituições concorrido na categoria de “Instituições de Investigação Científica”.

Além dos 11 expositores que  representam Angola na Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos, está também em Nuremberga o inventor Hélder Silva, em representação da Associação de Inventores Angolanos.

Um dos critérios exigidos aos países que participam na Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos é a pré-inscrição, em cujo processo são colocadas informações detalhadas sobre cada um dos projectos, que chegam, antes da realização do evento, ao conhecimento do júri, integrado por especialistas de várias nacionalidades com grande reputação internacional nas várias áreas do conhecimento.

Durante a realização da Feira Internacional de Ideias, Inovações e Novos Produtos, os projectos são defendidos pelos seus autores perante o júri.

 

Nhuca Júnior, Jornal de Angola

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