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dezembro 2014

Caracterização da Cidadania em Angola

A questão da cidadania africana que tanto se fala é incipiente do ponto de vista universal, quando as infraestruturas sociais e técnicas não conseguem responder às necessidades dos cidadãos e a pobreza acompanhada das enfermidades que lhe são características, toma proporções incontroláveis. A introdução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na actividade académica permitiu que a abordagem do tema que nos propomos trabalhar tivesse uma maior abrangência na participação dos interlocutores a vários níveis, tornando assim mais simples a acção de pesquisa e recolha de dados.

Dissertar sobre a cidadania em África surge como necessidade de estudar factos que têm sido ignorados por algumas academias para o estudo das ciências africanas. Entre estas lacunas identificamos o entendimento, o papel da cidade no ser africano, a defesa dos direitos civis e políticos na identificação da personalidade, aspectos e marcos sociais e económicos que contribuirão para a cidadania em África e em particular em Angola.

As cidades africanas ganharam um novo sentido na forma de participação dos cidadãos no desenvolvimento do continente, como sugere Milando (2005). A forma como as populações em África participam no seu próprio desenvolvimento tem sido controverso e ambíguo. As populações africanas e algumas comunidades da América Latina e Asiática cuja génese de estudo é referenciada em pobreza devido ao "seu sistema de valores", encaram a pobreza como uma condição natural para uns e, outros, como "uma predeterminação divina" (Milando, 2005).

Estabelecer um projecto filosófico para enquadrar a natureza da vida social das cidades africanas torna-se uma tarefa complexa porquanto elas estão marcadas por uma variedade de fenómenos culturais e processos sociais complexos. Marshall criou o conceito de cidadania social (Marshall, 1965), argumentando que a experiência ideal de cidadania implicava o acesso a direitos políticos, civis e sociais no seio do Estado. Alguns estudiosos defensores de ideologias feministas argumentam que o ensaio de Marshall reflecte apenas a perspectiva dos homens brancos da classe trabalhadora. Argumentavam ainda que a sua afirmação de que na Inglaterra todas as pessoas eram livres e tinham direitos civis iguais era falsa, uma vez que apenas os homens tinham alguma liberdade jurídica e capacidade de exercício de direitos políticos ou civis. Para Marshall, a cidadania social representava o fim da história da cidadania, ideia que não é partilhada por autores como Steenbergen (1994), Gunsteren (1998) e Habermas (1994), entre outros que defendem diferentes noções de cidadania. Encontramos assim a cidadania neorepublicana de Gunsteren, a cidadania europeia de Habermas e a cidadania ecológica de Steenbergen. Herman Van Gunsteren (1998) desenvolve uma teoria de cidadania adaptada a era de reforma política que foi inaugurada pelas revoluções de 1989. Este autor interrogou-se sobre se a cidadania requereria um consenso moral, ou se seria a habilidade de organizar as diferenças o factor que permite as pessoas viverem juntas como cidadãos numa república.

Assim, o objectivo deste trabalho foi de identificar o papel que a cidade exerce sobre o exercício de cidadania nas províncias de Angola, especificamente em Benguela e Luanda.

A cidadania tornou-se global, alargando o seu horizonte. Os seus preceitos estão em mudança há quarenta anos, fruto da democracia participativa, embora haja uma corrente que defende que a cidadania deva ser repensada (Ribeiro, 2010). A partir da análise das cidades de Benguela e Luanda, conclui-se que estas vivem uma experiência de cooperação com técnicos estrangeiros há 40 anos, uma parceria que se revelou inglória em determinados sectores fundamentalmente na área produtiva, agrária e industrial, porque os dirigentes do país não dominavam os princípios de direcção e gestão dos referidos sectores.

Um problema salta à vista quanto às debilidades políticas, sociais e económicas de África que coabitam com democracias frágeis, fruto da desorganização estrutural que tais Estados vivem. Denota-se uma falta de coragem em reverem os modelos de governo importados das academias ocidentais em que se formaram, os dirigentes africanos. Os países vivem o dilema da insatisfação social das populações por um lado, o aumento da pobreza e por outro, a estruturação de uma elite de ricos. Tal como Torres (1999) descreve, a roda fora inventada e abdica-se de ser reinventada, não é preciso inventar uma nova democracia, mas sim adequar os modelos existentes e de sucesso à realidade local, para uma Cidadania Africana. 

A necessidade de abstração do “Afropessimismo” (Torres, 1999), que do lado nativo nunca existiu, pois houve sempre a certeza que a barreira das clivagens políticas, tribais e étnicas seriam ultrapassadas e, a partir daí não se assume o afrocentrismo como estado de espírito, partindo do pressuposto que todo o plano estratégico de reconstrução dos Estados-nação no continente serão estruturados com calma.

 

Bibliografia

Bettencourt, Sandro. (2010). Em paz por terras de Angola. Lisboa, Edições Zebra.

Fontin, M. F. (2003). O processo de investigação da concepção e Realização. Loures/Lisboa: Editora Lusociência.

Milando, J. (2005). Cooperação sem Desenvolvimento . Viseu: Imprensa de Ciências Sociais.

Marshall, T. H. (1965)Citizenship and Social Class. Cambridge: Cambridge University Press.

Raposo, I.& Salvador C. (2007). Subúrbios de Luanda de Luanda e Maputo. Lisboa, Edições Colibri.

Ribeiro, I.P. F. (2010). Prática Pedagógica e Cidadania: uma interpretação crítica baseada na ideia da competência. Dissertação no Instituto de Educação da Universidade do Minho para a obtenção do grau de doutor.

Torres, C. A.Educando o cidadão Global – Cidadania, democracia e multiculturalismo. Disponível em www.eduglobalkcitizen.net.

 

 

Autora:

Rita Neto

Doutorada em Ciência Política, Cidadania e Relações Internacionais

Universidade Lusíada de Angola

E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

 

* Este trabalho foi apresentado na 5ª Conferência Nacional sobre Ciência e Tecnologia, realizada em Luanda entre 26 e 28 de Abril de 2017.

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Fumar Aumenta a Sensibilidade ao Stress

  • Publicado em Saúde

Sugere-se, geralmente, que a falta de nicotina produz stress, sendo que o uso do cigarro relaxa. Porém, um estudo realizado por investigadores do Laboratório de Neurociências Paris-Seine (CNRS/Inserm/UPMC) e do Instituto de Farmacologia Molecular e Celular (CNRS/Université de Nice Sophia Antipolis) concluiu que a exposição à nicotina aumenta a sensibilidade ao stress, contrariando a ideia popular da sensação de relaxamento transmitida pelo uso do cigarro. Usando dados comportamentais e electrofisiológicos, os investigadores avaliaram o impacto do stress social em ratos, bloqueando ou activando certos agentes moleculares: receptores de acetilcolina nicotínica. O estudo demonstrou que os sinais de stress social em ratos são suprimidos no primeiro caso (de bloqueio), mas aumentados no segundo caso (de activação), o que indica que esses receptores estão envolvidos nas vias fisiológicas, induzindo os efeitos do stress

Os investigadores também demonstraram que um rato exposto a agressão por um congénere mostra sinais de stress apenas no caso de ter sido exposto à nicotina de antemão. Este estudo, publicado no dia 25 de Julho na Revista Molecular Psychiatry, questiona o papel desses receptores de acetilcolina nicotínicos como elementos de controlo de stress. No futuro, os investigadores tentarão perceber se este estudo é generalizável a todos os transtornos de humor e se esses resultados podem ser aplicados aos humanos.

 

Mais informação, consulte: http://www.cnrs.fr/insb/recherche/parutions/articles2017/p-faure.html

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Congresso Internacional em Humanidades Digitais – HDRio2018: Chamada para Artigos

  • Publicado em Eventos

 

A Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, por meio do Laboratório de Preservação e Gestão de Acervos Digitais - LABOGAD e a Fundação Getúlio Vargas – FGV, por meio do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC e do Laboratório de Humanidades Digitais - LHuD, organizam-se para a realização do Congresso Internacional em Humanidades Digitais – HDRio2018, que terá lugar na Cidade do Rio de Janeiro, no período de 9 a 13 de Abril de 2018.

O objectivo é trazer para a Cidade do Rio de Janeiro e inaugurar no Brasil um debate amplo e internacional sobre esse relevante e emergente campo transdisciplinar das humanidades digitais no mundo contemporâneo, convidando pensadores, investigadores e tecnólogos das Artes, da Cultura e das Ciências Sociais, Humanas, Exactas e Computacionais para discutir, entre outros temas, o impacto das tecnologias de informação, das redes de comunicação e da digitalização de acervos e processos na vida quotidiana dos indivíduos e os seus efeitos nas instituições e sociedades locais e globais, em especial, na realidade brasileira.

 

Eixos Temáticos

  1. Pensamentos Contemporâneos e Mundo Digital - Coordenador: Charles Feitosa (Escola de Filosofia/CCH/UNIRIO)
  2. Tecnologia, Cultura, Política e Sociedade - Coordenador: Eduardo Magrani (Direito-Rio/FGV)
  3. Acervos Digitais e Memória Social - Coordenadores: Ana Ligia Medeiros (CMI/Fundação Casa de Rui Barbosa), Aquiles Alencar Brayner (British Library) Jair Martins de Miranda (LABOGAD/CCH/UNIRIO)
  4. Representação do Conhecimento, Semântica e Dados Abertos - Coordenadores: Alexandre Rademaker (IBM, EMAp/FGV), Carlos Henrique Marcondes (PPGCI/UFF) & Cláudio José Silva Ribeiro (LABOGAD/CCH,DPTD/CCH/UNIRIO)
  5. Grandes Acervos de Dados Textuais nas Humanidades Digitais - Coordenadores: Cláudia Freitas (PUC/RJ) & Renato Rocha Souza (EMAp/FGV)
  6. Artes e Expressões Digitais - Coordenadores: Luisa Guimarães (UERJ, MediaArt) & Erick Filinto (PPGCS/UERJ)
  7. Visualização, Sonificação e Análise de Dados - Coordenadores: Daniel Alves (FCSH/Universidade Nova de Lisboa) & Luis Ferla (Dep. História/Unifesp)
  8. Humanidades Digitais e Realidade Brasileira - Coords.: Ricardo M. Pimenta (IBICT; PPGCI/IBICT-UFRJ) & Bruno Leal (UFF; IH/UFRJ; Café História)

 

Datas

  • Submissão dos resumos expandidos: 10 de Setembro a 10 de Novembro de 2017
  • Submissão de propostas de tutoriais/workshops: 10 de Setembro a 10 de Novembro de 2017
  • Divulgação de resultados: 10 de Dezembro de 2017
  • Inscrições: 10 de Dezembro de 2017 a 8 de Abril de 2018
  • Evento HDRio2018: 9 a 13 de Abril de 2018
  • Submissão de texto completo para anais: 31 de Maio de 2018

Mais informações em: 

https://eventos.fgv.br/hdrio2018

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II Congresso Internacional – Desafios da Qualidade em Instituições de Ensino Superior.

  • Publicado em Eventos

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra informa que estão abertas, até o dia 31 de Agosto, as inscrições para o II Congresso Internacional – Desafios da Qualidade em Instituições de Ensino Superior, que se realizará nos dias 19 e 20 de Outubro de 2017 no Polo-A da mesma instituição. 

O II Congresso Internacional constituirá uma nova oportunidade para, aprofundar experiências, partilhar projectos e dar visibilidade social e académica a trabalhos de investigação, já realizados ou em curso, no âmbito da qualidade.

 

Objectivos

  • Dar continuidade ao aprofundamento de perspectivas teórico -conceptuais e metodológicas no âmbito da avaliação e da qualidade em instituições de ensino;  
  • Divulgar experiências inovadoras que se referenciem à melhoria das práticas profissionais e institucionais;  
  • Apresentar resultados de projectos de investigação sobre as potencialidades e limites dos sistemas internos de avaliação da qualidade;
  • Analisar novos referenciais para a avaliação e garantia da qualidade em organizações educativas ou com valências educativas;
  • Criar oportunidades para estabelecer contactos e intercâmbios entre profissionais nacionais e estrangeiros com responsabilidades no campo da avaliação e da garantia da qualidade.

 

Destinatários

Professores do ensino superior e do ensino não superior, directores, gestores, investigadores, decisores políticos, profissionais da área da avaliação e da qualidade, estudantes de graduação e pós-graduação.

 

Para mais informação

https://www.esenfc.pt/event/event/home/index.php?target=home&event=200&defLang=1

 

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Conheça a StartupNano e Submeta a sua Ideia na Área de Nanotecnologia

A StartupNano é o primeiro programa de incubação e aceleração para a inovação em nanotecnologia em Portugal. Este programa, que resulta de uma iniciativa do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) e do Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos (CeNTI), em parceria com a Startup Braga, tem como objectivo apoiar novos negócios em nanotecnologia ao nível mundial. 

Desde a ideia até à concretização do negócio para o mercado global, este acelerador oferece às startups acesso a laboratórios e equipas especializadas em nanotecnologia.

Na StartupNano o Launchpad corresponde à primeira fase do processo de aceleração em nanotecnologia. O processo consiste na apresentação das ideias, para validação quer da tecnologia quer do potencial de mercado. Só depois as equipas entram no programa de aceleração para desenvolver o produto e entrar no mercado. Durante quatro meses intensivos, as startups usam os apoios do programa para desenvolver o produtos e o negócio, com o apoio de mentores e especialistas portugueses e internacionais, antes de se juntarem a programas de imersão nos EUA e Reino Unido.

 

Mais informações: http://startupnano.eu/launchpad/

 

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TICs Aplicadas a Emergências de Saúde Pública

Uma emergência de saúde pública de importância internacional é um evento extraordinário, capaz de constituir um risco para a saúde pública de outros Estados, devido à propagação internacional da doença; provocar o desencadeamento de uma potencial resposta internacional coordenada; e ainda elevar o risco de restrições ao comércio ou tráfego de pessoas.

Em Angola nos últimos dezoito anos, os desastres de ordem física, química e biológica (ver diagrama), mais relevantes, prenderam-se com: Febre Hemorrágica de Marburg no (Uíge 2005); Febre Amarela (2016); Cólera (2016); Desastres geofísicos (inundações, estiagem, ravinas, erosão hídrica) e Desastres tecnológicos ou antropogénicos (águas poluídas por derramamento de petróleo).

Os modelos de previsão de epidemias actualmente são ferramentas poderosas para a epidemiologia que aplicada à saúde pública permite vigiar e tomar acção preventiva de doenças e promotora da saúde de populações vulneráveis a determinadas ameaças. O modelo de previsão de epidemias baseado no estudo do nicho ecológico das espécies facilita a análise teórica e a consequente previsão do evento nosológico. A seguinte imagem mostra o modelo de nicho ecológico para o Filovirus (família do Ébola e Marburg). Este modelo mostra que o papel de uma população dentro de uma comunidade possa ser explicado pelo seu nicho: Habitat (espaço ocupado); Aspectos alimentares (nutrientes essenciais); Requerimento; Reprodutivo (locais de nidificações ou tocas) e Sazonalidade (quando as suas necessidades são requeridas e usadas). Deste modo, quer o comportamento animal, como humano podem ser descritos, mapeados e analisados estrategicamente de modo a objectivamente apurar-se os principais factores determinantes das doenças passíveis de controlo.

 

Assim, o objectivo geral do estudo foi identificar os mecanismos técnicos e científicos de previsão, prevenção e resposta actualmente existentes que possam servir para mitigar as emergências de saúde pública em Angola. Para o efeito, a metodologia seguida baseou-se no estudo observacional descritivo exploratório, com recurso a análise documental, observação, e entrevistas informais e semi-estruturadas a quatro instituições vocacionadas à previsão, prevenção e controlo de desastres: Serviço de Protecção Civil e Bombeiros; Ministério da Saúde; Forças Armadas Angolanas e Instituto de Defesa Nacional.

Obteve-se um quadro ilustrativo do modelo de prevenção e resposta aos desastres em contexto nacional alinhado com as prioridades definidas internacionalmente. A coordenação da resposta nacional aos desastres biológicos (epidemias) é liderada pela Comissão Nacional de Protecção Civil, juntamente com Ministério do Ambiente; Ministério da Defesa Nacional; Ministério do Planeamento; Ministério das Finanças e Ministério da Comunicação Social. A implementação cabe ao Serviço Nacional de Protecção Civil; Comissões Provinciais e Municipais, Ministérios integrantes da Comissão Nacional de protecção Civil. As fontes de informação sobre eventos críticos de importância para a saúde pública nacional e internacional são Oficiais (Profissionais de saúde, Agentes da Protecção Civil, Unidades de saúde, Direcções Provinciais de Saúde e Governos Provinciais) e Não Oficiais, sempre sujeitas a verificação (pessoas individuais, páginas Web sobre notícias de saúde.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) aplicadas à saúde usadas em Angola são essencialmente as seguintes: Sistema de informação Geoespacial (aproximam a população em zonas mais remotas);  no futuro próximo, o ANGOSAT poderá contribuir também como um sistema de alerta e previsão do clima e de epidemias; os e-saúde (todas as redes de informação e comunicação sobre saúde disponíveis online); Sistemas de informação (permitem a monitorização de acções de vigilância em saúde); Os media (educam e esclarecem as pessoas sobre riscos, ameaças e vulnerabilidade de epidemias potenciais e em curso em território nacional e internacional).

Concluindo, a saúde pública nacional precisa de ser repensada e de incorporar pequenas mudanças. É urgente a orientação do sistema nacional de saúde e dos restantes subsistemas para os cuidados primários de saúde que aproximam o cidadão do sistema de cuidados, tornando mais fácil a promoção de educação e a realização da vigilância de saúde, não menos importante é ampliação da cobertura dos sistemas de pré-aviso fora da capital, com ênfase para as áreas remotas. Desenvolvimento da inteligência epidemiológica com recursos aos modelos de nicho ecológico e sistema de informação geoespacial para prever epidemias. No qual, espera-se que o Projecto Angosat venha a ser um marco fundamental nesse aspecto na expansão e da capacidade nacional e internacional na aplicação de tecnologias de previsão de epidemias, de modos a reduzir os anos de vida perdidos por incapacidade e a mortalidade evitável.

 

Autores

Neida Ramos1 e Miguel Gaspar2

1- Mestre em Saúde e Desenvolvimento, E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. 

2- Mestre em Saúde Pública

 

 

* Este trabalho foi apresentado na 5ª Conferência Nacional sobre Ciência e Tecnologia, realizada em Luanda entre 26 e 28 de Abril de 2017.

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Submissão de Artigos para o Congresso Internacional de Engenharia – Vision for the Future ICEUBI2017

Estão abertas até o dia 28 de Agosto, as candidaturas para submissão de artigos para o Congresso Internacional de Engenharia – Vision for the Future ICEUBI2017, que se realizará de 5 a 7 de Dezembro de 2017 na Faculdade de Engenharia da Universidade de Beira Interior, Covilhã – Portugal, nas seguintes línguas oficiais: Português, Inglês e Espanhol.

O evento visa promover o contributo e interesse da Engenharia para a sociedade e fazer uma antevisão do nosso futuro comum, assegurando o contacto entre investigadores e profissionais de diferentes áreas de engenharia e permitir a divulgação das suas actividades de investigação, inovação e desenvolvimento dentro dos vários sectores de actividade económica.

Para obter mais informações consulte: http://iceubi.ubi.pt/, ou envie um e-mail para o Secretariado da Conferência no seguinte endereço: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

 

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Divulgue o seu Artigo Científico no Portal Ciencia.ao

O portal ciencia.ao tem agora uma nova secção (clique aqui para conhecer) para divulgar os artigos publicados em revistas científicas indexadas em bases de dados internacionais, por angolanos ou estrangeiros funcionários de uma instituição de investigação científica ou de ensino superior angolana.

Com esta nova secção, pretende-se atingir os seguintes objectivos:

  • Dar a conhecer os artigos, os autores e as instituições que contribuem para o aumento dos indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação nacionais;
  • Partilhar o conhecimento produzido;
  • Promover a colaboração científica.

A nova secção permite a consulta dos artigos na base de dados, podendo ser realizada por nome do autor, grau académico, nome da Instituição, ano de publicação, factor de impacto da revista, área científica, etc. Adicionalmente, é possível alterar a ordenação do resultado da consulta. 

Por exemplo, é possível consultar todos os artigos na base dados, ou todos os artigos da base de dados publicados após o ano X, ou todos os artigos do autor Y. 

Para divulgar o seu artigo científico envie o link (ex. DOI - Digital Object Identifier) da base de dados onde este se encontra (ex. Science Direct, etc.) para Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

 

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Causalidade entre Despesas e Receitas Públicas em Angola: Uma Abordagem Variável no Tempo

 

Os ganhos de uma política fiscal prudente sobre a economia, nomeadamente estabilidade de preços, crescimento económico e emprego têm sido amplamente discutidos na literatura. Vários autores defendem que severos défices orçamentais podem criar resultados desfavoráveis sobre a economia de um país. Desta forma, perceber a causalidade entre despesas e receitas públicas é fundamental para avaliar o papel da política fiscal durante os ciclos económicos.

São quatro as hipóteses que visam estudar a relação entre receitas e despesas públicas. A primeira hipótese revenue-to-spend indica que variações nas receitas conduzem a variações nas despesas. A segunda hipótese spend-to-revenue indica que variações nas despesas conduzem a variações nas receitas. A terceira hipótese denominada sincronização fiscal sugere que receitas e despesas são fixadas em simultâneo. Finalmente, a hipótese da neutralidade fiscal em que receitas e despesas públicas são definidas e/ou estabelecidas de forma independente uma da outra.

Este estudo tem como objectivos, primeiramente investigar a relação entre despesas e receitas públicas em Angola numa abordagem variável no tempo. Adicionalmente, demonstrar de que forma os choques petrolíferos têm afectado a convergência entre despesas e receitas públicas. A abordagem econométrica seguida consistiu em cointegração, modelo de correcção de erros, teste de causalidade e funções de impulso e resposta. Além das despesas (Gt) e receitas públicas (Rt), usou-se como variáveis de controlo o PIB petrolífero (OILGDPt) e a oferta de moeda (M3t). Todos os dados encontram-se distribuídos mensalmente entre Janeiro de 2004 a Dezembro de 2014.

Este estudo contribui para a literatura em diferentes modos. Primeiro, irá avaliar os caminhos pelos quais as escolhas públicas devem ser feitas em Angola e/ou definição de uma política fiscal mais coerente com a relação dinâmica entre receitas e despesas públicas. 

Os resultados obtidos pelo modelo de correcção de erros indicam que as despesas e receitas públicas em Angola partilham uma relação de equilíbrio. No curto prazo verifica-se que a hipótese spend-to-revenue explica melhor a relação entre receitas e despesas. Contrariamente, no longo prazo a sincronização fiscal descreve a relação entre receitas e despesas. Estes resultados confirmam-se analisando as respectivas funções de impulso e resposta, sendo que as receitas tendem a responder de forma mais elástica aos choques ocorridos nas despesas públicas (Fig. 1, painel A). Contudo, os choques entre despesas e receitas tendem a ser permanentes.

Adicionalmente, a análise variável no tempo demonstra que o choque petrolífero ocorrido a quando da crise financeira internacional de 2007/09 afectou profundamente ajustamento entre receitas e despesas públicas no longo prazo, sendo que o equilíbrio das despesas no longo prazo foram muito mais afectadas.

Estes resultados têm consideráveis implicações para o papel da política fiscal quer no curto como no longo prazo. No curto prazo, a hipótese spend-to-revenue reforça o problema de limitada gestão fiscal e orçamental, uma vez que é muito comum por parte do governo o atraso de pagamentos e/ou comprometer receitas futuras com despesas actuais. Isto indica que no curto prazo existe um grande risco de défices públicos em Angola. Logo, recomenda-se que o governo deve procurar impor limites nas despesas e/ou envolver-se mais em programas de despesas ou investimentos públicos totalmente financiados de forma a garantir uma política fiscal mais estabilizadora. A sincronização fiscal no longo prazo indica indica que o governo pode ter controlo sobre os principais mecanismos da politica fiscal de um modo em que todo e qualquer rápido crescimento em despesas no curto prazo pode não levar a uma crise da dívida pública no longo prazo se o governo arrecadar mais receitas e/ou reduzir as despesas ao nível necessário.

Existe muita pouca publicação acerca desta temática para Angola. Logo, mais estudos e com dados mais recentes e considerando um período trimestral e/ou anual são necessários. Contudo, estes resultados devem ser levados com muita seriedade, pois têm implicações para a gestão das receitas e despesas e consequentemente para o papel da política fiscal.

 

Autor

Alexandre António

Mestre em Economia e Finanças, University of Leeds, UK (2016)

MBA em Finanças e Gestão Empresarial, Universidade Católica Portuguesa – Porto (2011)

Licenciado em Economia, Universidade Católica de Angola (2009)

Linhas de investigação: Economia Aplicada na vertente política fiscal e monetária; Avaliação e gestão de investimentos privados e públicas.

Instituição: Instituto Superior Politécnico de Tecnológico de Ciências e Tecnologias – ISPTEC.

Contactos: Telemóvel +244 923 604 182| E-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

 

 

* Este trabalho foi apresentado na 5ª Conferência Nacional sobre Ciência e Tecnologia, realizada em Luanda entre 26 e 28 de Abril de 2017.

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Salários dos Docentes Universitários e Pessoal de Investigação Científica Sofre Aumento

 

O vencimento base dos Docentes Universitários e do Pessoal de Investigação Científica sofreu um aumento de 13.4 % no período de Junho de 2013 a Junho de 2017. A título de exemplo, segundo a tabela actual, o Professor Titular, bem como, o Investigador Coordenador têm um vencimento base de 405 265.65 Kz, o equivalente a 2 431 USD. Por sua vez, os Assistentes Estagiários e os Estagiários de Investigação auferem um vencimento base de 190 713.25 Kz, o equivalente a 1 144 USD, tal como mostram as seguintes tabelas:

 

 2013

 

2017

 

2017

 

Decretos consultados:

DP n.º 79/13, de 14 de Junho – Vencimento Base da Carreira Docente Universitária;

DP n.º 104/17 de 8 de Junho – Vencimento Base da Carreira Docente Universitária;

DP n.º 92/17 de 7 de Junho – Vencimento Base do Pessoal de Investigação Científica.

 

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