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Guia de Orientação Prático para Minimizar os Efeitos do Confinamento em Período de Quarentena

1ª- Preparação Anímica

É imperativo ter consciência que o mal existe e seguir as instruções de higiene estabelecidas pelas autoridades sanitárias. A primeira coisa que se recomenda as pessoas em quarentena é ter em mente que este problema teve um inicio e certamente terá um fim que será positivo em função do nosso comportamento.

 

2ª - Gerir a informação

É muito importante confiar nas autoridades sanitárias e nas informações clínicas oficiais e não prestar atenção ao boatos e opiniões de natureza especulativa.

 

3ª - Auto-avaliarmo-nos sem projectar nos outros

Quando estamos a travar importantes batalhas internas como as que surgem nesta fase de quarentena, lidar com as nossas próprias angústias, os medos os medos despertados pela incerteza e sensação  de falta de controlo é difícil compartilhar algo diferentes das demandas ou conflitos que falam do nosso desejo de que o outro faça algo que ajude a acalmar o que sentimos. Por outras palavras o bem-estar e a tranquilidade são coisas que devemos procurar e encontrar em nós mesmos e não nos outros.

 

4ª- Ter um foco positivo

Não nos devemos concentrar no sentimento de imposição e de desamparo diante da ideia de não poder escolher. É uma boa oportunidade para voltar a nos questionar-mos sobre o que realmente importa nas nossas vidas. Recuperar o essencial, o contacto com as pessoas que amamos. (De forma directa ou virtual)

 

5ª- Educação e respeito

É possível que o confinamento nos obrigue a ficar-mos sozinhos, como parceiro (a), com os filhos, com outras pessoas e até com colegas e a receita é a mesma: “Ser suficientemente educado. Controlar as nossas manias, sendo benevolentes com as dos outros.

 

6ª- Rotinas essenciais

Estabelecer horários, organizadas e rotinas para dar sentido aos dias, para evitar a sensação de perda de tempo:

- Resgatar leituras

- Resolver questões pendentes

- Cuidar de si

 

7ª Evitar velhos e novos conflitos

A vida do casal torna-se mais complicada na situação de confinamento, porque quando passamos muito tempo juntos, assim como durante as férias surgem problemas pendentes. As vezes a reunião é positiva do ponto de vista afectivo. Outras vezes os assuntos pendentes podem abrir a “ porta para conflito”. Diante de tal perspectiva Sanchez Martin enfatiza a necessidade de ser extremamente educados e respeitosos.

 

8ª- Formar equipa

Temos de nos lembrar que este “faça algo para que eu me sinta melhor” muitas vezes não é possível pois que ambos estão numa situação difícil e devem reservar um tempo para observar o que está a acontecer connosco em vez de culpar os outros ou usa-los como “bodes expiatórios” Este pequeno exercício mental pode transformar o confinamento numa espécie de terapia.
Esta é a oportunidade para formarmos uma equipa, de nos colocar-mos do mesmo lado, de compartilhar-mos como é que nos estamos a sentir com tudo isto e encontrar alguém ao lado que nos escute, que nos fale também da sua  experiencia, e finalmente nos acompanhe (villaumbrales).

 

9- Interiorizar Que Existe a Vida lá fora

As novas tecnologias frequentemente vilipendiadas podem ajudar muito nesta fase de quarentena (Watsapp, Skipe Facebock Istagram)  servem para que nos comuniquemos com as outras pessoas e evitemos a sensação de isolamento. “ é aconselhável a fazer  videochamadas com as pessoas de que gostamos e compartihar a experiencia com eles” (Villaumbralles)

 

10- Importância da expressão amorosa

“A única verdade desta vida e a única força é o amor

O patriotismo é amor e a amizade é amor

O amor é delicadeza é esperança fina é merecimento e é respeito

O amor é o laço entre os homens, é o modo de ensinar, é o centro do mundo

Tal como uma árvore o amor há-de passar de semente a arbusto, a flor e a fruto

Com o amor renasce a esperança”

José Martí

 

A expressão amorosa manifesta-se antes demais por:

- Declarar

- Acarinhar

- Confiar

- Ceder

- Mostrar interesse através da ajuda neste momento difícil

- Apoiar/Preocupar-se com os outros

-  acolher

- Procurar pelos outros e quere-los por perto

- Sorrir (O sorriso é a manifestação dos lábios quando os olhos encontram o que o coração procura)

O valor de um sorriso

 

Não custa nada, mas cria muito.

Ele enriquece aqueles que o recebem, sem empobrecer aqueles que o dão.

Acontece rapidamente e a sua memória, as vezes dura para sempre.

Ninguém é tão rico que possa viver sem ele e existem pobres que se tornam ricos pelo seu sorriso

Dale Carnnegie

 

 

Referencias Bibliográficas:

OLIVEIRA, Margaret, temas em psicologia clínica, editora casa do psicólogo, 2006

ON LINE EDITORA E SAÚDE, On Line editora, guia tua saúde ed. 02 menopausa, On-line editora. Consulta em 29/04/2020.

QUEIROZ, Tânia, educar, uma lição de amor: como criar filhos em um mundo sem valores, editora gente liv e etd, 2016.

REZENDE, Denis. Planeamento estratégico para organizações privadas e públicas, editora brasport, 2008.

SALKOVSKIS, Paul, Fronteiras da terapia cognitiva, editora casa do psicólogo, 2005.

SAMPAIO, Daniel, lavrar o mar um novo olhar o relacionamento entre pais e filhos, Editora Leya,2012.

SERRA, Adriano, o stress na vida de todos os dias, 3ªedição, Revista e aumentada, editora gráfica de Coimbra Lda. Coimbra, 2011.

 

Autor: Amílcar Inácio Evaristo-Ph.D, Biólogo e Psicólogo, Professor Associado do ISCISA-UAN / Email: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. / Telemovel: +244923670797

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Como as Noites de Insónia Podem Comprometer a Nossa Saúde

O sistema imunológico tem fortes implicações em doenças importantes para a saúde pública, como é o caso das doenças inflamatórias, das doenças degenerativas, da obesidade, do câncer, entre outras. O sistema imunológico abriga uma infinidade de células que circulam por todo o corpo, tornando-o uma interface central que percebe, integra e responde a vários estímulos ambientais.

O sono é vital para uma boa saúde. Quando um indivíduo se encontra privado do sono, este não se sente bem.

Uma equipa do Laboratório Veiga-Fernandes, no Centro Champalimaud, em Lisboa, Portugal, descobriu que a função de um certo grupo de células imunitárias, conhecidas por contribuírem de forma muito significativa para a saúde intestinal, encontra-se sob o controlo directo do relógio circadiano do cérebro. O estudo foi publicado na revista Nature.

“A privação de sono, ou os maus hábitos de sono, podem ter efeitos graves sobre a saúde, provocando um leque de doenças que possuem frequentemente uma componente imunitária, tal como as inflamações intestinais”, diz Veiga-Fernandes, o investigador principal que liderou o estudo. “Para perceber porque é que isto acontece fizemos uma série de experiências em ratinhos, começando por perguntar se células imunitárias intestinais são influenciadas pelo relógio circadiano.” 

Os distúrbios do sono ligados ao relógio circadiano ocorrem quando o horário interno de dormir e acordar das pessoas não alinha com o ciclo dia-noite da Terra.

 

Grande relógio, pequenos relógios  

Quase todas as células do corpo possuem uma maquinaria genética interna que acompanha o ritmo circadiano através da expressão dos chamados “genes relógio”. Estes genes funcionam como pequenos relógios que indicam a hora do dia às células, ajudando assim os órgãos e os sistemas por elas compostos a antecipar o que vai acontecer, por exemplo, se são horas de comer ou de dormir.

Como cada um destes pequenos relógios é autónomo, eles precisam de ser sincronizados. “As células no interior do corpo não recebem informação directa acerca da luminosidade exterior, o que significa que alguns deles poderão não estar a ‘marcar’ a hora certa”, explica Veiga-Fernandes. “A tarefa do grande relógio do cérebro – que, esse sim, recebe informação directa da luz do dia – consiste, portanto, em sincronizar todos os pequenos relógios que existem dentro do corpo de forma a que todos os sistemas fiquem por sua vez sincronizados, o que é absolutamente crucial para o nosso bem-estar.”

Entre as diversas células imunitárias presentes no intestino, a equipa descobriu que as chamadas “células linfóides inatas de tipo 3” (ILC3 na sigla em inglês) eram particularmente sensíveis às perturbações dos seus genes relógio. “Estas células desempenham funções importantes no intestino: lutam contra as infecções, controlam a integridade da parede intestinal e regulam a absorção de lípidos”, explica Veiga-Fernandes. “Ora, quando perturbámos os seus relógios, constatámos que o número de ILC3 no intestino diminuía de forma significativa, o que conduzia a inflamações severas, falhas da barreira intestinal e à acumulação acrescida de gordura.”

Estes resultados levaram a equipa a perguntar-se por que o relógio circadiano do cérebro tinha um efeito tão marcado sobre o número de ILC3 no intestino.

Quando os cientistas analisaram a forma como a perturbação do relógio circadiano cerebral influía sobre a expressão de diversos genes das ILC3, descobriram que desencadeava um problema muito específico: o “código postal” molecular destas células desaparecia! Acontece que, de forma a se localizarem no intestino, as ILC3 precisam de expressar uma proteína na sua membrana que funciona como um código postal molecular. Este marcador diz às ILC3, que só residem no intestino de forma transitória, para onde devem migrar. Na ausência dos sinais vindos do relógio circadiano do cérebro, as ILC3 deixam de expressar este marcador, o que significa que se tornam incapazes de chegar ao seu destino.

Segundo Veiga-Fernandes, estes resultados são muito entusiasmantes porque permitem esclarecer por que é que a saúde intestinal fica afectadanas pessoas que permanecem regularmente activas durante a noite. “Este mecanismo é um belíssimo exemplo de adaptação evolutiva”, diz o investigador. “Durante o período activo do dia, que corresponde aos momentos em que nos alimentamos, o relógio circadiano do cérebro reduz a actividade das ILC3 de forma a promover um metabolismo saudável dos lípidos. Mas ao mesmo tempo, o intestino pode ficar danificado durante as refeições. Por isso, uma vez terminado o período de alimentação, o relógio circadiano do cérebro diz às ILC3 para voltarem ao intestino, onde são agora necessárias para lutar contra eventuais invasores e promover a regeneração do epitélio (parede) intestinal.”

“Não é, portanto, surpreendenteque as pessoas que trabalham à noite sejam susceptíveis de sofrer perturbações inflamatórias do intestino. Tem tudo a ver com o facto de este eixo neuro-imunitário específico estar tão bem regulado pelo relógio do cérebro que qualquer mudança nos nossos hábitos surte efeitos imediatos nestas importantes células primordiais.”,prossegue Veiga-Fernandes.

Este estudo vem juntar-se a uma série de descobertas fundamentais, realizadas por Veiga-Fernandes e a sua equipa, que estabelecem novas relações entre os sistemas imunitário e nervoso. “A noção de que o sistema nervoso é capaz de coordenar a função do sistema imunitário é totalmente nova. Tem sido um percurso muito inspirador; quanto mais aprendemos acerca desta relação, melhor percebemos o quão importante ela é para o nosso bem-estar. Aguardamos agora pelo que iremos descobrir a seguir”, conclui. 

 

Autores: Cristina Godinho-Silva, Rita G. Domingues, Miguel Rendas, Bruno Raposo, Hélder Ribeiro, Joaquim Alves da Silva, Ana Vieira, Rui M. Costa, Nuno L. Barbosa-Morais, Tânia Carvalho, Henrique Veiga-Fernandes. (2019). Light-entrained and brain-tuned circadian circuits regulate ILC3 and gut homeostasis. Nature. DOI: 10.1038/s41586-019-1579-3

 

Fonte: ciência.ao com AR Magazine.

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