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dezembro 2014

Vírus Zika no Sémen e Espermatozoides

 

Um estudo recente revela que, após a infecção, o vírus Zika permanece no esperma até seis (6) meses. Num trabalho publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, os investigadores para além de confirmarem a longa permanência do vírus Zika no esperma (mais de 130 dias ou mais de quatro (4) meses), mostram também a sua presença no interior dos espermatozoides. 

Este estudo é o resultado da colaboração entre investigadores de instituições francesas, nomeadamente do Inserm (Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale), do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), do Hospital Universitário de Toulouse III - Paul Sabatier e do Centro Hospitalar Universitário (CHU) de Toulouse.

Neste estudo, os cientistas relatam o caso de um homem de 32 anos de idade retornado de Guiana Francesa (departamento ultramarino de França na América do Sul) com sintomas sugestivos de infecção pelo vírus Zika: febre ligeira, erupções cutâneas, dores musculares e articulares. O vírus Zika foi detectado no plasma e na urina do paciente dois (2) dias após o aparecimento dos sintomas. Foram recolhidas 11 amostras de esperma, 10 de sangue e 5 de urina e analisadas durante 141 dias.

Após a análise, verificou-se o vírus Zika em todas as amostras até o 37º dia. Adicionalmente, detectou-se o vírus apenas no esperma, onde permanece por mais de 130 dias, enquanto o paciente se sente bem. Este resultado foi confirmado noutros dois (2) pacientes, aos quais o vírus permaneceu no esperma de 69 a 115 dias. Actualmente, os factores que influenciam nessa variação de período de um indivíduo para o outro ainda são desconhecidos. Após o diagnóstico feito, os pacientes foram aconselhados a ter ralações sexuais protegidas.

A equipe de investigadores analisou ainda o esperma do paciente e examinou com diferentes técnicas de microscopia os espermatozoides. "Nós detectámos a presença de vírus Zika em cerca de 3.5% do interior do espermatozoide do paciente", explicou Guillaume Martin-Blondel, investigador do Inserm no Centro de Fisiopatologia de Toulouse Purpan (Inserm / CNRS / Université Toulouse III - Paul Sabatier) e médico de Doenças Infecciosas e Tropicais ao serviço  do Hospital Universitário de Toulouse.

Os investigadores explicam que no caso de outros vírus sexualmente transmissíveis, como o HIV, o vírus permanece "colado" à superfície do espermatozoide. Pelo que no contexto de uma fertilização in vitro, é assim possível "lavar" os espermatozoides de pacientes infectados pelo HIV, enquanto que este procedimento parece, portanto, excluído para os espermatozoides de pacientes positivos para vírus Zika. Resta determinar o carácter "activo" do vírus Zika presente nos espermatozoides, bem como a capacidade de os espermatozoides transmitirem a infecção (o vírus está também presente fora do espermatozoide, no sémen).

Em conclusão, a análise deste caso tem implicações significativas na prevenção da transmissão sexual deste vírus, cujos modos permanecem até hoje desconhecidos. Estas observações também levantam muitas questões relativas à necessidade de incluir investigações do vírus Zika em doações de espermatozoides nos centros de fertilidade.

 

Autores

Jean Michel Mansuya, Elsa Suberbielleb, Sabine Chapuy-Regauda,b, Catherine Mengellea, Louis Bujand, Bruno Marchouc, Pierre Delobelb,c, Daniel Gonzalez-Duniab, Cécile E Malnoub, Jacques Izopeta,b, Guillaume Martin-Blondelb, c

a Laboratoire de virologie, Institut Fédératif de Biologie, CHU Toulouse, Toulouse, 31059, France

b Centre de Physiopathologie Toulouse-Purpan, Université de Toulouse, CNRS, INSERM, UPS, Toulouse, France

c Service des Maladies Infectieuses et Tropicales, CHU Toulouse, France

d Groupe de Recherche en Fertilité Humaine (Human Fertility Research Group), CECOS, Centre Hospitalier Universitaire Paule de Viguier, Université de Toulouse, UPS, Toulouse, France 

 

 

Texto de divulgação original publicado pelo CNRS (em françês):

http://www2.cnrs.fr/sites/communique/fichier/2016_09_29_cp_zikaspermato.pdf (em francês.)

 

Artigo original (em inglês): 

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S147330991630336X

http://dx.doi.org/10.1016/S1473-3099(16)30336-X

 

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Entrevista: Ministra da Ciência e Tecnologia

 

Dados Pessoais: 

Nome: Maria Cândida Pereira Teixeira

Naturalidade: Moxico

Formação Académica: Doutorada (PhD) em Física Atómica e Nuclear Aplicada, Universidade Politécnica de Hanói/Vietname

Cargos que ocupou antes de ser nomeada Ministra da Ciência e Tecnologia: Vice-Decana p/ Área Científica, Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (2006 ‑ 2008); Coordenadora do Núcleo Multi-Sectorial de Ciência e Tecnologia Nuclear, MINCIT (2000‑ 2008)

 

 

1. Portal Ciencia.ao: Como é que a Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) pode contribuir para a diversificação da nossa economia e consequente desenvolvimento do país? 

Profª. Cândida Teixeira: O objectivo estratégico da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (PNCTI) é o de criar uma base de conhecimento com o qual se possa abordar as preocupações da sociedade hoje, bem como apoiar as aspirações das gerações futuras, tanto do ponto de vista do apoio ao alavancamento da economia como da sustentabilidade ambiental. A Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) são ferramentas importantes para qualquer economia, já que são fundamentais para o desenvolvimento sustentável de qualquer país (Dec. Pres. 201/11, de 20 de Julho).

Se contextualizarmos o real contributo da CTI nas várias etapas de desenvolvimento do nosso país, curiosamente conclui-se que o crescimento económico observado em Angola após 2002 tem suas origens na CTI. O referido crescimento deveu-se essencialmente ao impacto da transferência de tecnologias avançadas do exterior do país para a indústria petrolífera angolana, sector que contribuiu grandemente para o crescimento económico observado. E de onde provieram as tecnologias? Da ciência. Evidentemente, da ciência feita fora de portas, o que em termos de sustentabilidade significa depender de outros países.  

Para que a ciência feita no nosso país possa efectivamente alavancar a economia, é incontornável que ela esteja focada na obtenção de resultados relevantes e que estejam alinhados com os indicadores de investigação científica e desenvolvimento experimental e de inovação, voltados para a resolução de problemas da sociedade para que haja maior eficiência e eficácia. 

Para além deste pressuposto, no contexto actual de diversificação, é importante que se observe uma maior inserção da CTI nos mais variados sectores da vida nacional, de forma a reforçar a redução, a longo prazo, da dependência em termos de geração de conhecimento e de tecnologias capazes de apoiar efectivamente o desenvolvimento do nosso país.

 

2. Portal Ciencia.ao: Sente-se, enquanto dirigente, satisfeita com a visibilidade da CTI realizada em Angola? Se não, o que está a ser feito ou pensa fazer para que se alcance este fim?

Profª. Cândida Teixeira: Para se responder a esta pergunta, torna-se importante fazer uma incursão sobre alguns aspectos dentro do que de mais importante foi realizado desde a criação do MINCT.

Em 1997 criou-se um Departamento Ministerial responsável pela C&T em Angola, o que constitui um marco importante em termos de estruturação de políticas para este sector. Desde a criação do MINCT até 2008 observou-se a produção de legislação de base, foram dados alguns passos no sentido de se tirar partido da cooperação internacional, como é o caso da criação da legislação de base em C&T, bons resultados no capítulo de transferência de TIC, aumento da consciência nacional sobre a importância da C&T e o estabelecimento de uma Autoridade Nacional no domínio de Energia Atómica, resultante do reforço da interacção com a Agência de Energia Atómica. Esta fase culmina com a disponibilização do diagnóstico sobre o estado da ciência em Angola, encomendado pelo Governo de Angola a um Organismo especializado das Nações Unidas (UNTACD). 

De 2008 a 2012 foram intensificadas as acções que visavam reforçar o aumento da consciência nacional sobre a importância da C&T, particularmente no que tange à redução significativa do fosso então existente entre os actores que implementavam actividades de investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação (IDI) e o Departamento Ministerial responsável pela Política de Ciência e Tecnologia e Inovação (MINCT). Para tal, terão contribuído o reforço do diálogo com as instituições e actores singulares, o lançamento da Feira do Inventor/Criador Angolano (FeICA) e da Conferência Nacional sobre Ciência e Tecnologia e pela aprovação dos documentos reitores da Ciência e Tecnologia em Angola, nomeadamente a Politica Nacional de Ciência; tecnologia e Inovação - PNCTI (Decreto Presidencial 201/11, de 20 de Julho), a Estratégia Nacional de Ciência; tecnologia e Inovação – ENCTI (Dec. Pres. 196/11, de 11 de Julho) e o Mecanismo de Coordenação do Sistema Nacional de Ciência; tecnologia e Inovação - MCSNCTI (Dec. Pres. 224/11, de 11 de Agosto), elaborados com base no diagnóstico da UNCTAD posteriormente aprofundado por especialistas nacionais e que vieram reforçar as linhas orientadoras e estabelecer os meios e forma para a implementação da CTI em Angola, bem como reforçar a coordenação e articulação entre os actores e parceiros do SNCTI, que, por sua vez, formalizou-se a sua criação. 

Com a aprovação dos documentos reitores de CTI em Angola, sob orientação do Chefe do Executivo, Sua Excelência José Eduardo dos Santos, o MINCT, em interacção com o Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial, estabeleceu, no período 2012/2014, o Plano Anual de Ciência, Tecnologia e Inovação (PLANCTI) como um Mecanismo para a inserção dos projectos de Investigação e Desenvolvimento (projectos de I&D) no OGE, o que permitiu lançar em 2014 o Primeiro Edital Nacional para selecção e financiamento de projectos de I&D. Infelizmente, a implementação deste mecanismo regista constrangimentos por ter sido lançado quando já se faziam sentir as dificuldades financeiras e também porque carece de algum ajuste para se tornar mais efectiva a orientação, segundo a qual, em matéria de I&D, seriam inseridos no OGE os projectos sectoriais aprovados no âmbito do PLANCTI.

Ainda em relação ao financiamento de projectos de I&D e de toda actividade de IDI levada a cabo pelos actores do SNCTI, está em fase de apreciação a proposta de criação de um Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECIT), que tem a premissa de vir a contribuir para o reforço da optimização, da mobilização e disponibilização de meios financeiros para a CTI em Angola.

Em paralelo está a trabalhar-se para a implementação de um Sistema Nacional de Avaliação e Acreditação das actividades de CTI e dos respectivos actores, de modo a reforçar a eficiência e eficácia, visando a obtenção de resultados relevantes e que possam constituir valor acrescentado à economia nacional e para a melhoria da qualidade do ensino.

É exactamente na obtenção de resultados que tenham incidência no reforço da produção científica e tecnológica que se vai trabalhando cada vez mais, visto que os resultados do 1º Inquérito Nacional de CTI, realizado em 2013 para o período 2011/2012 mostram haver ainda muita ineficácia na implementação de actividades de IDI, com destaque para aquilo que é a aplicação dos recursos disponíveis versus obtenção de resultados.

Em resumo, as instituições e actores singulares que realizam actividades de IDI precisam de reforçar a optimização da utilização de recursos, tanto no que se refere à aplicação de meios financeiros como na criação de equipas de investigação fortes e multidisciplinares, bem como estarem cada vez mais alinhados aos indicadores de CTI, de forma a aumentar a eficiência e eficácia rumo à obtenção de resultados relevantes.

Como é obvio, é necessário melhorar o mecanismo de financiamento de projectos e estabelecer um sistema de avaliação e de acreditação. Pensamos que o processo em curso da criação do FUNDECIT e a criação em 2014 de uma Direcção de Avaliação e Acreditação da Ciência e Tecnologia venham a corresponder às nossas expectativas e contribuir para a supressão das lacunas existentes.

 

3. Portal Ciencia.ao: O que pensa do impacto da actual produção científica dos angolanos? O que está a ser feito ou pensa fazer para melhorar? 

Profª. Cândida Teixeira: O relatório da UNESCO, de 2015, sobre o estado da ciência no mundo, revela um crescimento de publicações de Angola em revistas indexadas de 17 papers (artigos científicos) em 2005 para 45 em 2014. Todavia, se tivermos que expressar pelo número de habitantes do país e compararmo-nos  com outros países, estes mesmos dados da UNESCO/2015 mostram que Angola detém apenas 2 artigos por milhão de habitantes, exactamente o mesmo que a RDC, enquanto que Moçambique detém 6, Lesoto e Madagáscar – 8 cada, Tanzânia – 15, Zâmbia – 16, Malawi – 19, Suazilândia – 20, Zimbabwe – 21, Namíbia – 59, Ilhas Maurícias – 71, Botswana – 103, África do Sul 175 e Seychelles - 364. Neste caso, apesar da produção científica em Angola ter melhorado em quase 300% entre 2005 e 2014, todavia, precisamos de melhorar muito mais, particularmente no tocante ao aumento de publicações em revistas de grande impacto científico e de ir-se, cada vez mais, ao encontro dos problemas da sociedade.

 

4. Portal Ciencia.ao: Que importância dá à divulgação da CTI? O que está a ser feito ou pensa fazer para melhorar a divulgação da CTI? 

Profª. Cândida Teixeira: A divulgação da ciência é crucial para o aumento da consciência nacional sobre a importância da C&T, tanto mais que na PNCTI orienta o Objectivo Geral V - Promoção da Cultura Cientifica. Neste capítulo o MINCT tem trabalhado de forma afincada. Realiza uma feira anual de inventor/criador e uma conferência bi-anual sobre C&T (desde 2009) e antecâmaras em todas as províncias (desde 2014) e tantos outros eventos, sem ter em conta muitos outros realizados pelas mais diversas instituições.

Destaque ainda para a implementação em 2014 de um Projecto denominado “Uma Viagem ao Mundo da Ciência e Tecnologia”, que permitiu divulgar as ciências básicas em cerca de 200 escolas de todas as províncias de Angola, tendo abrangido um público-alvo de mais de 100 mil crianças.

Ainda com o propósito de divulgação e partilha de conhecimento foi criado em 2013 o Portal “ciencia.ao” e uma revista convencional (em 2015) denominada “Caminhos da Ciência”, uma publicação de 40 páginas.

O Portal tem estado cada vez melhor, o que muito me regozija. Porém, é imperioso reforçar a adesão dos actores do SNCTI para divulgarem as suas acções e partilharem resultados obtidos. Uma outra vertente a melhorar ou que pode ser potenciada no Portal é a criação de um repositório de actores angolanos e de uma facilidade para o registo/cadastramento voluntário e criação de perfis de investigadores científicos/docentes universitários, com a indicação de Curriculum Vitae (CV) e outro tipo de informação que possa facilitar o processo de criação de equipas de investigação, no âmbito da implementação de projectos de I&D ou do funcionamento em rede. 

Em perspectiva tem-se vindo a trabalhar para que a curto e a médio prazo se possa inaugurar em Luanda o primeiro centro de divulgação da ciência no País, um equipamento lúdico de iniciativa Presidencial e que deverá contribuir para o lazer e aumento da cultura científica de crianças, jovens e adultos. É possível fazer-se muito mais neste capítulo, por exemplo, criação de programas de TV, Rádio, mas tendo em conta as limitações orçamentais, temos os projectos a aguardarem melhores momentos

 

5. Portal Ciencia.ao: Como acha que está o país em termos de documentos reitores da CTI? E quanto à sua aplicação?  

Profª. Cândida Teixeira: Em relação aos documentos reitores, destacam-se os seguintes:

  • Política Nacional de CTI - PNCTI (Dec. Pres. 201/11, de 20 Julho), que estabelece as linhas orientadoras e áreas de incidência para a implementação de actividades de investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação;
  • Estratégia Nacional de CTI – ENCTI (Dec. Pres. 196/11, de 11 Julho), que estabelece a acções, metas e programas necessários, para a materialização a curto e médio prazo dos objectivos estabelecidos na PNCTI em conformidade com a visão e missão do Executivo (Governo) estabelecidos na PNCTI.
  • Mecanismo de Coordenação do SNCTI - MCSNCTI (Dec. Pres., 224/11, de 20 Agosto), que define os princípios e regras de coordenação das instituições de investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação no país, com vista ao incremento, promoção, incentivo, acompanhamento e avaliação das actividades de investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação.
  • Regulamento das Instituições Públicas de Investigação Científica, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Dec. Pres. 125/15, de 1 de Junho), que estabelece o quadro normativo aplicável a estas instituições.
  • Regulamento Geral dos Conselhos Científicos das Instituições de Investigação Científica, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Dec. Pres. 112/15, de 29 de Maio), que estabelece os princípios e regras de criação, composição, coordenação e funcionamento do Conselho Científico das Instituições que se dedicam à investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação e que fazem parte do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI).
  • Regulamento do Conselho Superior de Ciência, Tecnologia e Inovação (Dec. Pres. 321/14, de 1 de Dezembro), que estabelece as normas sobre a sua organização e funcionamento.

A implementação destes documentos é bastante boa, mas está a ser afectada negativamente essencialmente pela falta de recursos financeiros para dar vazão à implementação das acções, dos projectos e programas estabelecidos para suprir os problemas da sociedade e também que visam reforçar o próprio SNCTI. De resto foram criados os instrumentos necessários para uma implementação efectiva.

 

6. Portal Ciencia.ao: O que pensa do actual estado de recursos humanos em CTI no país? O que está a ser feito ou pensa fazer para melhorar? 

Profª. Cândida Teixeira: Continua a haver uma grande carência de recursos humanos com diferenciação e experiência adequadas às exigências da actividade de investigação científica, particularmente se estivermos a falar da obtenção de resultados.

Segundo os resultados do 1º Inquérito Nacional sobre CTI, realizado em 2013 para o período 2011/2012, dentre os investigadores científicos colocados nas instituições de investigação Científica e Desenvolvimento (Instituições de I&D) 52% são Licenciados, 29% Mestres e 19% PhD (Doutores). Nas instituições de Ensino Superior, dentre o pessoal que teoricamente realiza actividades de investigação científica, refiro-me aos docentes universitários, 49% são Licenciados, 31% são Mestres e 20% são PhD (Doutores). Dentre os investigadores científicos nacionais 27,1% são mulheres. 

Para além de se ter de trabalhar para o aumento significativo do número de Mestres e Doutores, torna-se também imperioso fazer com que haja muitos mais docentes universitários que se dediquem efectivamente a realizar actividades de investigação científica. É importante que, para cada nível da categoria de docente universitário, seja tipificada a carga horária destinada às actividades lectivas e outra para as actividades de investigação científica. 

 

7. Portal Ciencia.ao: Julga que a actual carreira de investigador científico satisfaz as necessidades do país nesse domínio? Pensa que esta é atractiva? Se não, como pretende atingir esse fim? 

Profª. Cândida Teixeira: Em relação Carreira do Investigador Científico - CIC (Decreto-Lei 04/01, de 19 de Janeiro), a mesma terá permitido lançar uma carreira específica para o investigador científico não docente universitário. Contudo ficou aquém da concretização de alguns objectivos, particularmente que têm a ver com a valorização e retenção dos poucos quadros disponíveis com diferenciação e experiência científica adequadas. De tempo em tempo, observa-se a fuga de quadros ou cérebros para outros sectores da vida nacional, pelo que urge inverter este quadro. Pensamos ser importante reforçar o diálogo entre os actores que realizam actividades de investigação e desenvolvimento com o sector da ciência e tecnologia e outros como finanças, para se adoptarem medidas que visem adequar a CIC aos desafios da retenção de quadros que se destacam na investigação científica. O MINCT está a finalizar uma proposta para se iniciar a discussão com os actores e com outros sectores.

 

8. Portal Ciencia.ao: Qual a sua visão sobre o estado actual do nível e mecanismos de financiamento da CTI em Angola? Muitos investigadores depositaram muitas esperanças no Plano Anual de Ciência, Tecnologia e Inovação (PLANCTI). Qual o ponto de situação? 

Profª. Cândida Teixeira: Em 2013 criou-se um mecanismo denominado “Plano Anual de Ciência, Tecnologia e Inovação” – PLANCTI (Dec. Pres. 90/13, de 20 de Junho) – instituído com a finalidade da inserção de Projectos de Investigação Científica e Desenvolvimento (Projectos de I&D) no Orçamento Geral do Estado do nosso país, tendo em atenção o Programa de Governação. 

Como resultado, em 2014 publicou-se o primeiro edital, aberto aos actores públicos e privados, fossem eles colectivos ou singulares. Dos 105 projectos de I&D submetidos foram seleccionados 41 (39%), por uma Comissão Científica Interinstitucional Ad-hoc, composta por docentes universitários e investigadores científicos. Alguns destes projectos foram implementados em 2015, mas a maior parte aguarda por financiamento, pelo que se pretende que os mesmos sejam cabimentados para o orçamento de 2017. Neste caso, cada detentor de Projecto de I&D já aprovado no âmbito do PLANCTI, deverá trabalhar com a órgão responsável do sector a que pertence para que os referidos projectos de I&D sejam inseridos no OGE/2017.

Importa sublinhar que um estudo apresentado recentemente pela Associação da África Austral para a Gestão da Investigação Científica e Inovação (SARIMA), estabeleceu que os países detentores de Fundos para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico, apresentam índices bastante elevados de optimização dos recursos financeiros disponíveis, o que contribui imensamente para o aumento da eficiência dos seus Sistemas nacionais de CTI. Os resultados deste estudo vão ao encontro de diagnósticos anteriores feitos pelo MINCT e daí está-se a trabalhar a nível do Governo para que seja instituído um Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECIT), que passará a fazer a gestão e acompanhamento da utilização do investimento destinado à implementação das actividades de IDI para que os referidos valores sejam disponibilizados e aplicados de forma mais optimizada. 

 

9. Portal Ciencia.ao: Julga que existem instrumentos (por exemplo revistas científicas nacionais, conferências nacionais, etc.) suficientes para que os investigadores possam publicar os seus trabalhos?

Profª. Cândida Teixeira: Temos sim alguns meios (ex. Revista Ciência e Tecnologia), que em nosso entender podem melhorar bastante. Contudo, os dados que possuímos apontam mais para a carência de trabalhos elegíveis do que para a limitação em instrumentos em si. No que tange à qualidade das revistas científicas, em seu tempo também serão alvo de avaliação para a respectiva acreditação e estabelecimento de rankings.

 

10. Portal Ciencia.ao: O que pensa da avaliação às instituições de investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação, e aos respectivos investigadores? Já se realiza esta prática no país? Se não, pensa materializá-la? 

Profª. Cândida Teixeira: A avaliação constitui um vector incontornável, particularmente se quisermos falar da qualidade. As boas práticas que estão a ser promovidas precisam fazer-se acompanhar de processos de auditoria e avaliação, não somente para se aumentar a eficiência e eficácia, mas também para se poder estratificar as instituições e todos outros actores por rankings ou categorias e com isso estabelecerem-se critérios de acesso, por exemplo, ao financiamento e à promoções nas carreiras.

 

11. Portal Ciencia.ao: Em termos de CTI, o que pensa da actual infra-estrutura que o país oferece? 

Profª. Cândida Teixeira: As infra-estruturas são importantes. Há instituições, como é o caso do Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC), que não dispõe de laboratórios, visto que a instituição vem sendo reconstruída um tempo a esta parte e a fase de aquisição dos laboratórios coincidiu com as limitações financeiras que o país vive. Nesta condição encontram-se também instituições de outros sectores. Mas como a vida não pára vamos ter que redefinir estratégias e prioridades para se encontrar uma solução mesmo que transitória. É isso, parados é quer não devemos ficar e não vamos! Não, não….! 

 

12. Portal Ciencia.ao: Na sua óptica, como deve ser a relação entre as Instituições de Investigação Científica, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e as Instituições de Ensino Superior? Verifica-se esta prática actualmente? 

Profª. Cândida Teixeira: Esta relação deve ser reforçada e não pode ser apenas na perspectiva de as instituições de I&D acolherem estudantes para a realização de trabalhos de fim de curso. É importante que existam muitos projectos de I&D conjuntos e que tenham nas equipas de investigação investigadores das instituições de I&D e docentes universitários.

No que diz respeito aos estudantes do Ensino Superior têm recorrentemente utilizado as nossas instalações para os seus estágios de final de curso. 

Temos que superar a lacuna geralmente observada, de haver alguma colaboração entre cientistas estrangeiros e uns poucos angolanos e muita pouca colaboração entre os próprios angolanos. É bom que hajam equipas interinstitucionais/multidisciplinares. O caminho é este!

 

13. Portal Ciencia.ao: Em termos de cooperação científica, como avalia o estado do país? Comparativamente aos países da SADC, como se situa Angola? 

Profª. Cândida Teixeira: Precisamos melhorar significativamente, tanto em termos de mecanismos de financiamento como em termos de eficiência e eficácia na obtenção de resultados; aliás os dados espelhados acima são elucidativos a este respeito.

Um dos mecanismos que tem sido utilizado para se melhorar é tirar partido do potencial existente na região e no mundo através da inserção de angolanos em equipas de investigação regionais e internacionais. A título de exemplo, estão em curso 11 projectos conjuntos de I&D com a África do Sul (cooperação bilateral) e 13 no âmbito de um consórcio da África Austral de ciência e serviços para as adaptações climáticas e uso sustentável do solo (SASSCAL), que conta com a participação da África do Sul, Alemanha, Angola, Botswana, Namíbia e Zâmbia.

  

14. Portal Ciencia.ao: Que importância atribui ao Conselho Nacional de CTI e ao Conselho Superior de CTI? 

Profª. Cândida Teixeira: O Conselho Nacional de CTI é de suma importância, visto ser um órgão de consulta do titular do Departamento Ministerial responsável pela Política de CTI. Constitui um órgão que privilegia a auscultação dos actores de CTI e complementa-se com o Conselho Consultivo, que ausculta tanto actores como parceiros. 

O Conselho Superior de CTI reveste-se de uma particular relevância pelo facto, de ser o órgão que auxiliará o Titular do Poder Executivo na condução dos aspectos ligados à Ciência, Tecnologia e Inovação, reunindo membros do Executivo que desenvolvem nos seus pelouros Investigação Científica.

 

15. Portal Ciencia.ao: De uma forma geral, qual o estado de implementação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação? 

Profª. Cândida Teixeira: Torna-se premente reforçar a componente de recursos humanos, a disponibilidade de recursos financeiros e implementar-se um sistema de avaliação que seja específico para a actividade de investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação. De resto, tal como afirmei acima, temos políticas e outros instrumentos estabelecidos e segundo classifica a UNESCO no relatório bi-anual sobre o estado da ciência no mundo, a Política Nacional de CTI é viável.

  

16. Portal Ciencia.ao: Que projectos estruturantes estão em curso ou irão iniciar a curto prazo? 

Profª. Cândida Teixeira: Em termos de projectos estruturantes destaque para o Plano Nacional de Formação Doutoral em CTI (PNFD-CTI) para reforçar as instituições de I&D não universitárias, dos mais variados sectores, que conta com a assistência técnica da UNESCO; as acções ou projectos que visam o reforço da base material, onde se inclui a aquisição de laboratórios; o projecto de criação do FUNDECIT para uma melhor estruturação e optimização dos meios financeiros de apoio à ciência; a criação da Academia de Ciências de Angola e a implementação de um Sistema de Avaliação específico para as instituições e actores individuais.

  

17. Portal Ciencia.ao: Algo mais que gostaria de acrescentar ou recomendar? 

Profª. Cândida Teixeira: Apenas dizer que me sinto motivada a continuar a empenhar-me para a implementação do Programa de Governação e que no médio e no longo prazo a C&T feita em Angola contribua de forma efectiva para o desenvolvimento da economia nacional e para a melhoria das condições de vida da população.

 

  

 

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Cigarros Electrónicos: Sim ou Não?

  • Publicado em Saúde

 

São muitas as vozes que se levantam a favor e ao incentivo do uso de cigarros electrónicos, por os considerarem serem mais saudáveis do que os cigarros convencionais, sendo recomendáveis para quem queira deixar de fumar. Com estes argumentos, os cigarros electrónicos têm ganho muita popularidade. Cresce cada vez mais o número de pessoas a optarem por estes cigarros. Ainda persistem dúvidas sobre os efeitos secundários da nicotina de cigarros electrónicos, considerando-se, por uns, não causar problemas de saúde em adultos, apesar do vício eminente. Há do mesmo modo, vozes a desaconselhar o uso. Perante os prós e contras ao uso dos cigarros electrónicos, não é de estranhar que em algumas investigações realizadas, com vista a identificarem agentes cancerígenos e tóxicos no valor de cigarros electrónicos, encontrem-se vários destes agentes, a exemplo do formaldeído e o acetaldeído, a níveis nove vezes mais baixos e 450 vezes mais baixos, respectivamente, do que nos cigarros convencionais e noutras investigações a níveis muito superiores.  

Porém, um artigo publicado no Jornal Português “Público” revela que fumar cigarros electrónicos pode não ser tão inócuo como se pensa. Pois, “os cigarros electrónicos são inaladores de nicotina, dissolvida numa mistura de glicerina (ou propilenoglicol), água e substâncias aromatizantes. A solução é aquecida e transforma-se num vapor muito fino, que é inalado.”, lê-se no Público. Neste processo de aquecimento da solução, embora não se libertem produtos como os da combustão do tabaco, ocorre como reacção química a liberação de um aerossol de nicotina. 

De acordo com a Fundação Portuguesa do Pulmão, “no aerossol dos cigarros electrónicos encontram-se quantidades variáveis de formaldeído, acetaldeído, acroleína, tolueno, xileno, cadmio, níquel e chumbo, que são substâncias reconhecidamente tóxicas. A nicotina é transportada em partículas ultra-finas.” Lembremos que a nicotina é o princípio activo do tabaco, sendo por isso, como considera essa fundação, “um mito considerar que o utilizador de cigarros electrónicos apenas está a inalar nicotina e que o seu uso não induz fumo passivo nos não fumadores, uma vez que a nicotina é reconhecidamente um tóxico, com efeitos significativos na saúde dos que a ela estão expostos e que no tabaco é a droga que induz dependência!”

É assim que se considera que “os cigarros electrónicos parecem bem menos tóxicos, mas estão muito longe de serem inócuos.” E isso vale também para os vapeadores passivos. (...) os investigadores alertam em particular para riscos de toxicidade do vapeamento passivo das crianças. (...) a exposição durante a gravidez afecta negativamente o desenvolvimento cerebral do feto, aumenta o número de partos prematuros e de nados-mortos. Na adolescência, a nicotina também tem consequências negativas no desenvolvimento do cérebro.”

Relativamente à teoria de que os cigarros electrónicos ajudam a deixar de fumar, verificam-se, segundo dá conta o Público, divergências entre os vários estudos, uma vez que “Uma investigação realizada nos Estados Unidos revelou que 22% dos fumadores que vapeavam diariamente deixaram de fumar ao fim de um mês e 46% ao fim de um ano. Segundo um inquérito realizado no Reino Unido quase metade dos vapeadores são ex-fumadores”. Outro trabalho conclui que “há um maior risco de reincidência no tabagismo entre utilizadores de cigarros electrónicos”. Também há indicações que “alguns adolescentes que nunca fumaram iniciam o consumo de nicotina através dos cigarros electrónicos”.

 

Mais informações:

https://www.publico.pt/ciencia/noticia/os-cigarros-electronicos-sao-inocuos-como-iogurtes-1744306?page=-1

http://www.fundacaoportuguesadopulmao.org/CIGARROS_ELECTRONICOS-MITOS_E_REALIDADES.html

 

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Café com Ciência e Tecnologia do CTN: As Energias Renováveis no Desenvolvimento das Sociedades

  • Publicado em Energia

 

A 8ª edição do Café com Ciência e Tecnologia realizada no pretérito dia 7 de Setembro, no Centro Tecnológico Nacional (CTN), debateu aspectos relacionados com energias renováveis no desenvolvimento das sociedades. O tema foi apresentado por Armindo Pedro da Conceição, licenciado em Física e Pós-graduado em Energias Renováveis e, actualmente, Director geral do Centro de Formação de Quadros de Electricidade do Ministério da Energia e Águas.

Armindo da Conceição começou a sua abordagem identificando os principais pontos que giram em torno das energias renováveis e o seu enquadramento a nível mundial e regional, qualificando as fontes, a origem das mesmas e apresentando uma definição exacta do tema em análise. 

As energias renováveis são aquelas que provêm da utilização de recursos naturais renováveis passíveis de serem reutilizados (sol, vento, etc). São importantes e necessárias para elevar a qualidade de vida das sociedades. Também conhecidas como energias limpas, garantem impactos menos nocivos comparados com as energias não renováveis.

A utilização de energias renováveis deve obedecer a alguns critérios, visto que podem causar alguns impactos ambientais como, por exemplo, a erosão dos solos pela energia hidroeléctrica, causando impacto negativo à vegetação, etc. Porém, a conservação energética (património ecológico) que é a não utilização da energia, impossibilita que as sociedades adquiram o salto tecnológico pretendido. Por isso, “É importante utilizar os recursos tendo em conta o seu impacto na natureza, pois numa avaliação metódica, a má racionalização no estudo e avanço na utilização das novas tecnologias, no âmbito das energias renováveis, podem causar impactos negativos na natureza”, afirmou Armindo.

O impacto menos nocivo das energias renováveis é garantido por tecnologias modernas e de alta qualidade, mas as mesmas estão sujeitas a investimentos muito elevados em infra-estruturas. 

A nível do sector, Armindo mencionou que o elemento mais crítico gira em torno da formação de quadros e da promoção da cooperação para manutenção dos sistemas de energias.

No evento foram apresentados os programas do governo para área das energias renováveis, com projectos a serem implementados apenas em 2030. Armindo reforçou que “Angola irá implementar uma série de projectos em simultâneo que outrora, em países desenvolvidos foram implementados de forma faseada”, sendo um projecto que garante energia para todos de forma equitativa.

Numa sala cheia e muito participativa, o debate suscitou diversas intervenções que serviram de pontos de reflexão entre os presentes. 

O Café com Ciência e Tecnologia é uma actividade que ocupa um espaço a nível do Sistema Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação, com vista à discussão de temas actuais relacionados com ciência, tecnologia e inovação, pretendendo indicar problemas e apresentar soluções.

 

Antónia de Lima e Silvestre Estrela

 

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Bolsas para Mulheres Geocientistas Visitantes

Estão abertas até 30 de Setembro de 2016 as candidaturas para o programa de bolsas para mulheres geocientistas visitantes. O referido programa representa uma das actividades centrais com vista a incentivar o ingresso de mulheres em estudos de pós-graduação. O programa é financiado no âmbito do Acordo de Cooperação 2014- 2017 entre a UNESCO e a Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (Sida). 

 

Objectivos

Incentivar as melhores estudantes em prosseguir a formação a nível da pós-graduação e a carreira em ciências da Terra. O programa apoiará visitas em ambiente de investigação (instalações, instituições, programas, etc.) numa instituição africana.

 

Público-alvo

Esta chamada tem como público-alvo instituições que queiram:

  • Encorajar as suas melhores estudantes de mestrado a ingressar em programas de doutoramento;
  • Apoiar as estudantes que frequentam o programa de doutoramento.

 

Duração

O programa tem a duração de dois (2) meses.

 

Valor da bolsa

O valor máximo da bolsa é de 2.500 USD por estudante que inclui os custos de viagem e estadia.

 

Inscrições

As instituições devem apresentar em nome da sua melhor estudante de pós-graduação (apenas uma por instituição) uma ficha de inscrição que inclua:

  • Uma proposta detalhada descrevendo a actividade que pretende realizar, justificando como o programa irá ajudar no avanço da sua pesquisa (5 páginas no máximo); apela-se que se incluía também os contactos da estudante e dos seus supervisores nas instituições de origem e de acolhimento (e-mail e telefone);
  • Curriculum Vitae da candidata;
  • Uma carta de recomendação da instituição de origem;
  • A carta de aceitação da instituição de acolhimento;
  • Um plano de trabalho para a conclusão do doutoramento.

Será dada prioridade a candidatas que tenham recebido a garantia de prestação de apoio adicional.

 

Relatório

A Rede Africana de Instituições de Ciências da Terra (ANESI) exigirá um relatório da instituição de acolhimento e dos beneficiários logo após a conclusão do programa de intercâmbio.

 

Prazo de Inscrição

As candidaturas devem chegar ao Secretariado da ANESI até 30 de Setembro de 2016 pelo correio electrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

 

Mais informações

http://www.anesi.org/downloads/2016/Call_for_application_for_ANESI_VFW.pdf

www.anesi.org

 

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MINCT realiza 2º Inquérito Nacional sobre Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação 2013/2014

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT) realizou no passado dia 24 de Agosto de 2016, no Campus da Universidade Agostinho Neto (UAN), a cerimónia de abertura para a realização do 2º Inquérito Nacional sobre Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação referente aos anos 2013 e 2014.

A Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação estabelece o apuramento dos indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação de forma a assegurar o acompanhamento deste tipo de actividade pelo Executivo e aferir de forma objectiva o desenvolvimento científico e tecnológico do país.

O acto foi presidido pelo Director Nacional de Ciência e Investigação Científica, Prof. Doutor Domingos Neto, enquanto coordenador, acompanhado pela Directora Nacional de Formação Avançada e Investigação Cientifica do Ministério do Ensino Superior, Doutora Massuquinini Inês, pelo Vice-reitor para a Área Cientifica da UAN, Prof. Doutor Pedro Magalhães, em representação da Magnifica Reitora Maria do Rosário Sambo e pelo Vice-reitor para a Área Académica e Vida Estudantil, Prof. Doutor Domingos Neves Margarida.

A cerimónia contou com a presença de Directores Nacionais e técnicos do Ministério do Ensino Superior e do Ministério da Ciência e Tecnologia, bem como de representantes das unidades orgânicas da UAN.

Nesta cerimónia fez-se a apresentação exaustiva do conteúdo, de toda envolvência e procedimentos relativos ao inquérito.

 

Para mais informações contacte:

Direcção Nacional de Ciência e Investigação Científica

Ministério da Ciência e Tecnologia

Rua do MAT, Clássicos de Talatona, Prédio Nº2, 6º Andar

Talatona - Luanda

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Faculdade de Ciências da UAN Organiza 1ªs Jornadas Científicas de Engenharia Geográfica

 

Subordinado ao tema: Produção e Divulgação de Informação Geo-espacial para um Desenvolvimento Sustentável, o Departamento de Engenharia Geográfica da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (UAN) promove na sala Magna da Faculdade de Ciências, à Marginal de Luanda, a partir das 8 Horas, de 19 a 23 de Setembro de 2016, as Primeiras Jornadas Científicas de Engenharia Geográfica.

Inserida no âmbito das Jornadas Agostinho Neto - Setembro 2016, em saudação ao 17 de Setembro - Dia do Herói Nacional e do Patrono da UAN., Dr. Agostinho Neto, e ao 28 de Setembro - Dia da UAN, as Primeiras Jornadas Científicas de Engenharia Geográfica têm como objectivos apresentar e discutir questões relacionadas com as atribuições da Engenharia Geográfica, promover maior visibilidade ao curso, realçar o seu papel na diversificação da economia e o seu contributo para um desenvolvimento sustentável por meio da produção de informação Geo-espacial, além de facilitar o intercâmbio entre os estudantes, professores e profissionais do ramo que actuam no mercado.

O evento estará repartido em Palestras, Conferências e Sessão de Posters, baseados nos grandes ramos da Engenharia Geográfica e na produção de informação Geo-espacial, sendo por isso agrupados da seguinte forma:

1. Geodesia e Astronomia Geodésica

2. Topografia Aplicada, Cadastro e Hidrografia;

3. Fotogrametria e  Teledetecção,

4. Cartografia Digital e Sistemas de Informação Geográfica

5. Produção de Informação Geo-espacial,  meio ambiente e formação de recursos humano.

 

A sessão de abertura será presidida pela Decana da Faculdade de Ciências, Professora Doutora Suzanete Costa, sendo depois abordados os temas “O PERFIL DO ENGENHEIRO GEÓGRAFO", pelo Eng.º Joaquim Sucure, Chefe do Departamento de Engenharia Geográfica da Faculdade de Ciências da UAN, e “A ENGENHARIA GEOGRÁFICA E ASTRONOMIA”, pelo Doutor Machado Medeiros, Docente da UAN.

A Conferencia Magistral, subordninada ao tema “MONITORAMENTO DAS DEFORMAÇÕES DAS PLATAFORMAS MARÍTIMAS ATRAVÉS DE OBSERVAÇÕES DE SATÉLITES DO SISTEMA GNSS, será proferida pelo DOUTOR ENG.º António Alves de Carvalho, Professor do  Departamento de Engenharia Geográfica  da UAN.

 

 

Para mais informações contactar:

Dr. Carlos Andrade Neto – Coordenador das Jornadas

T: 923 618 578, ; e-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

 

Gabinete de Informação Científica e Documentação da Universidade Agostinho Neto.

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Calendário de Actividades Científicas e Sócio-Culturais do ISP-Atlântida

O Instituto Superior Politécnico Atlântida (ISP-Atlântida), instituição angolana de ensino superior privado, propõe para o ano lectivo de 2017, no quadro da sua missão de promover e produzir conhecimento através da investigação científica, da experimentação e do desenvolvimento tecnológico e humanístico, um conjunto de actividades multidisciplinares.

As actividades são de carácter científico, social e cultural. Destinam-se à comunidade académica e ao público em geral.

Para mais informação faça o download do calendário clicando aqui.

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Resumo Estatístico da 4ª Edição da Antecâmara da Feira do Inventor/Criador Angolano

 

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT), no âmbito da implementação dos programas “Promoção da Cultura Científica” e “Transferência de Tecnologia e Empreendedorismo de Base Tecnológica”, tem vindo a desenvolver acções que visam elevar a cultura científica, tecnológica e de inovação tanto da população em geral como dos diferentes integrantes do Sistema Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação de Angola.

Tem-se, desde 2013, em todas as províncias do país, realizado Antecâmaras de Feiras de Inventor/Criador. Este ano, no dia 20 de Agosto de 2016, a província do Bengo acolheu a 4ª Edição da Antecâmara da Feira do Inventor/Criador Angolano (FeiCA) das províncias do Bengo e de Luanda. Nesta edição, organizada pelo Centro Tecnológico Nacional (CTN), estiveram presentes 74 expositores com 64 projectos expostos.

Os projectos inscritos foram distribuídos nas seguintes categorias:

  • Instituições de Ensino Superior: 20
  • Instituições de Ensino Geral: 12
  • Instituições de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico: 3
  • Empresas: 7
  • Inventores Freelancer: 22

Os projectos abrangeram as áreas de Construção Civil, Engenharia Ambiental, Arte e Mecatrónica, sendo esta última a mais predominante em termos de projectos expostos.

Em comparação com a 3ª edição da Antecâmara da FeICA em que foram expostos 76 projectos, nesta 4ª edição, houve decréscimo de cerca de 15.7%, considerando os 64 projectos expostos.

 

Classificação por categoria para as províncias de Luanda e do Bengo

Quanto à classificação, para a província de Luanda, foram apurados três (3) classificados para as categorias de Inventor Freelancer, Ensino Superior e Empresas, como estabelece o regulamento. Para as categorias de Instituições de Ensino Geral e Instituições de Investigação Cientifica, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, foram apenas preenchidos os dois (2) primeiros lugares.

Relativamente à província do Bengo, classificaram-se apenas os dois (2) primeiros lugares da categoria de Freelancer e o primeiro da categoria de Instituições de Ensino Geral. Apresentam-se a seguir as classificações gerais:

 

LUANDA: 

INVENTORES FREELANCER

  1. Marco Romero; "Projecto Mandume"
  2. Alberto Jamba Lombungo; "Gerador de Combustão a Gás"
  3. André Afonso Ganga; "Mapa de Angola (Aplicativo Conhece Angola)"

 

EMPRESAS

  1. COART; "Exposição de Peças de Artesanato Fabricadas em Madeira"
  2. ORPHEUS INTERNACIONAL; "Reciclagem e Transformação de Equipamentos Eletrónicos"
  3. LIVRARIA UNIVERSAL;  "Exposição de livros"

 

INSTITUIÇÕES DO ENSINO GERAL

  1. Complexo Escolar Nada; "Integração de Software de Apoio a Fiscalização de Pagamentos de Taxas de Circulação nos Sistemas de Abastecimentos de Combustíveis"
  2. Instituto Médio Politécnico Alda Lara; "Aplicativo sobre as eleições"

 

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

  1. Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC); "As Riquezas do lixo"
  2. Universidade Agostinho Neto (UAN); "Lotus Neutrino (Sistema de Gestão Académica)"
  3. Universidade Metodista de Angola (UMA); "Compilador de Algoritmos"

 

INSTITUIÇÕES DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA

  1. Centro de Pesquisa em Políticas Públicas e Governação Local (UAN); "Pesquisa Comunitária"
  2. Universidade Metodista de Angola (UMA); "Kit de Diagnóstico Médico Móvel"

 

BENGO: 

INVENTORES FREELANCER

  1. Roberto João Muteba; "Central eléctrica"
  2. Manuel Inocência; "Maquete"

 

INSTITUIÇÕES DE ENSINO GERAL

  1. Escola Polivalente Profissional Cidadela das Crianças no 378; "Fogão solar"
 
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Programa do MINCT “Inclusão Digital Com Conteúdos Educacionais” Chega ao Bengo

O Centro Tecnológico Nacional (CTN) leva para a Província do Bengo, município do Dande, Açucareira, parque Adjacente ao Auditório General Foguetão, o Programa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT)- “Inclusão Digital com Conteúdos Educacionais”. O programa, com conteúdos educacionais inseridos em plataformas digitais, está direccionado a crianças e a adolescentes,  no intuito de proporcioná-los um verdadeiro espaço onde de forma lúdica poderão aprender temáticas diversas, com particular destaque para as ciências básicas (Matemática, Física, Química e Biologia). 

O Projecto percorrerá todo o território nacional, num contentor sobre rodas, tendo já passado pela província de Luanda. A nível nacional o projecto permitirá a interacção com cerca de vinte mil participantes entre crianças e adolescentes. 

Nesta primeira fase, de dois meses e meio (30 de Agosto a 17 de Novembro de 2016), espera-se abranger crianças e adolescentes num total de cerca de três mil, sendo a participação gratuita.

É, sem dúvida, um espaço onde crianças e adolescentes encontram uma grande oportunidade para aprenderem coisas novas em diferentes temáticas.

 

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