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Candidate-se ao Prémio CEDUMED de Educação Médica

O Centro de Estudos Avançados em Educação e Formação Médica (CEDUMED) da Universidade Agostinho Neto (UAN) convida profissionais de saúde, investigadores, docentes, gestores, estudantes e todos os interessados a candidatarem-se ao "Prémio CEDUMED de Educação Médica 2019 Clínica Multiperfil", submetendo trabalhos de (i) investigação sobre a educação médica ou (ii) sobre formação dos profissionais de saúde (oferta de acções de formação ou produção de material didáctico).

O Prémio visa promover a educação médica em Angola, distinguindo os melhores trabalhos produzidos nos últimos dois anos.

Candidaturas

O processo completo de candidatura deverá ser entregue no CEDUMED, sito na Faculdade de Medicina da UAN (recinto do Hospital Américo Boavida, Av. Hoji ya Henda, Luanda - Angola), em suporte impresso e em pendrive, até às 10h00 do dia 20 de Dezembro de 2018.

Para mais informação clique aqui para baixar o respectivo Regulamento ou aqui para baixar o Edital. Pode ainda contactar o CEDUMED pelos canais: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. e (+244) 923 636 805. 

 

Chamada para Candidaturas ao Prémio Diversidade Airbus GEDC 2018 de Engenharia

A Airbus e o Conselho Global de Decisões de Engenharia (GEDC) lançam a chamada para inscrições, até ao dia 7 de Setembro de 2018, para o Prémio Diversidade Airbus GEDC 2018. O Prémio tem como objectivo destacar os projectos bem-sucedidos que inspiram estudantes de todos os perfis e origens a estudar e ter sucesso a engenharia. O Prémio de 2018 será concedido ao projecto que demonstrar o melhor uso da tecnologia para melhorar a diversidade no ensino da engenharia.

Serão anunciados três (3) finalistas em Outubro de 2018 que serão convidados para a Conferência WEEF-GEDC, que se realizará de 12 a 16 de Novembro de 2018, em Albuquerque, Novo México, Estados Unidos da América, para apresentarem os seus projectos aos delegados da conferência e a um júri especializado. 

O projecto vencedor receberá 10 000,00 USD para apoiar o desenvolvimento do seu trabalho e os dois finalistas receberão cada 1 500,00 USD para ajudar a divulgar os seus projectos.

  

Para ter acesso às normas de candidatura ao Prémio, consulte: https://airbusgedcdiversityaward.com/ ou envie um correio electrónico para Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

 

Candidaturas Abertas para 4ª Edição do Programa SCIENCE BY WOMEN para Mulheres Investigadoras Africanas

 

A Fundação Mulheres para África (FMxA), no âmbito da sua missão de contribuir para o desenvolvimento de África através das mulheres, lança a 4ª Edição do Programa SCIENCE BY WOMEN, com o objectivo de promover a liderança das mulheres africanas na investigação científica e transferência de tecnologia e promover a capacidade dos centros de investigação nos seus países de origem.

O principal objectivo é permitir que mulheres africanas investigadoras e cientistas colaborem nos grandes desafios enfrentados pelo continente africano, através da investigação em saúde, agricultura e segurança alimentar, água, energia e mudanças climáticas, bem como ciências matemáticas e económicas. Este Programa permitirá ainda que as mulheres investigadoras africanas desempenhem um papel de liderança na transição de África para uma economia baseada no conhecimento e na liderança pela inovação, através de pesquisas que possam ser transferidas para produtos, processos, serviços e tecnologias com impacto na vida das pessoas. 

Para atingir este objectivo ambicioso, a FMxA colabora com Centros de Excelência espanhóis, cujo prestígio é reconhecido em toda a Espanha e internacionalmente, garantindo assim a excelência da investigação científica em vários campos. 

 

Inscrições 

As inscrições são feitas por meio de preenchimento de um formulário. A data limite para a apresentação das candidaturas é 30 de Setembro de 2018. Em caso de participação, queira por favor notificar a Direcção Nacional de Ciência e Investigação Científica do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.).

As candidatas seleccionadas receberão treinamento, e serão integradas numa equipa de trabalho dinâmica, multidisciplinar e altamente competitiva, em que poderão desenvolver os seus projectos de investigação científica e adquirir habilidades complementares, capacitando-as a transferir os seus resultados em benefícios económicos sociais tangíveis.

 

Para mais informações: https://www.mujeresporafrica.es/en/content/science-women-2018 ou por correio electrónico: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. 

 

 

Os Efeitos da Cocaína no Cérebro

Produzida em 1859, a cocaína tem como origem a planta Erythroxylum coca, um arbusto originária da Bolívia e do Perú (mas também cultivado em Java e Sri-Lanka), em cuja composição química se encontram os alcaloides Cocaína, Anamil e Truxillina (ou Cocamina).

As propriedades primárias da droga bloqueiam a condução de impulsos nas fibras nervosas, quando aplicada externamente, produzindo uma sensação de amortecimento e enregelamento. A droga é também vaso constritora, isto é, contrai os vasos sanguíneos inibindo hemorragias, além de funcionar como anestésico local, sendo este um dos seus consumos na medicina. Ingerida ou aspirada, a cocaína age sobre o sistema nervoso periférico, inibindo a reabsorção, pelos nervos, da norepinefrina (uma substância orgânica semelhante à adrenalina). Assim, ela potencializa os efeitos da estimulação dos nervos. A cocaína é também um estimulante do sistema nervoso central, agindo sobre ele com efeito similar ao das anfetaminas.

A quantidade necessária para provocar uma overdose varia de uma pessoa para outra, e a dose fatal vai de 0,2 a 1,5 grama de cocaína pura. A possibilidade de overdose, entretanto, é maior quando a droga é injectada directamente na corrente sanguínea. O efeito da cocaína pode levar a um aumento de excitabilidade, ansiedade, da pressão sanguínea, de náusea e até mesmo de alucinações. Um relatório norte-americano afirma que uma característica peculiar da psicose paranóica, resultante do abuso de cocaína, é um tipo de alucinação na qual formigas, insectos ou cobras imaginárias parecem estar a caminhar sobre ou sob a pele do cocainómano. Embora exista controvérsia, alguns afirmam que os únicos perigos médicos do consumo da cocaína são as reacções alérgicas fatais e a capacidade de a droga produzir forte dependência psicológica, mas não física. Por ser uma substância de efeito rápido e intenso, a cocaína estimula o consumidor a consumi-la seguidamente para fugir da profunda depressão que se segue após o seu efeito. A Coca-Cola, um dos refrigerantes mais populares, foi originalmente uma bebida feita com folhas de coca, e vendida como um "extraordinário agente terapêutico para todos os males, desde a melancolia até a insónia". Complicações legais, todavia, fizeram com que a partir de 1906 o refrigerante passasse a utilizar na sua fórmula folhas de coca descocainadas (Revista Planeta, Julho,1986).

 

Os malefícios da cocaína

A cocaína é a droga que mais rapidamente devasta o seu consumidor. Bastam alguns meses ou mesmo semanas para que ela cause um emagrecimento profundo, insónia, sangramento do nariz e coriza persistente, lesão da mucosa nasal e tecidos nasais, podendo inclusive causar perfuração do septo. Doses elevadas consumidas regularmente também causam palidez, suor frio, desmaios, convulsões e paragem respiratória. No cérebro, a cocaína afecta especialmente as áreas motoras, produzindo agitação intensa. A acção da cocaína no corpo é poderosa, porém, breve, durando cerca de meia hora, já que a droga é rapidamente metabolizada pelo organismo.Interagindo com os neurotransmissores, tornam imprecisas as mensagens entre os neurónios.

 

Função Normal da Dopamina no Cérebro

Sabe-se que neurotransmissores como a dopamina, noradrenalina e serotonina (esta última recentemente descoberta) são catecolaminas sintetizadas por certas células nervosas que agem em regiões do cérebro promovendo, entre outros efeitos, o prazer e a motivação. Depois de sintetizados, estes neurotransmissores são armazenados dentro de vesículas sinápticas. Quando surge um impulso eléctrico no terminal nervoso, as vesículas direccionam-se para a membrana do neurónio e libertam o conteúdo, por exemplo, da dopamina, na fenda sináptica. A dopamina atravessa, então, essa fenda e liga-se aos seus receptores específicos na membrana do próximo neurónio (neurónio pós-sináptico). Uma série de reacções ocorre quando a dopamina ocupa receptores dopaminérgicos daquele neurónio: alguns iões entram e saem do neurónio e algumas enzinas são libertadas ou inibidas. Após a dopamina se ter ligado ao receptor pós-sináptico, ela é capturada novamente por sítios transportadores de dopamina localizados no primeiro neurónio (neurónio pré-sináptico).
A recaptura dos neurotransmissores é um mecanismo fundamental para manter a homeostasia e permitir que os neurónios reajam rapidamente a novas exigências, já que o trabalho do cérebro é constante. 

 

A Entrada de Cocaína no Cérebro

Quando a cocaína entra no sistema de recompensa do cérebro, ela bloqueia os sítios transportadores dos neurotransmissores acima mencionados (dopamina, noradrenalina, serotonina), os quais têm a função de levar de volta estas substâncias  que estavam a agir na sinapse. Desta maneira, ela possibilita a oferta de um excesso de neurotransmissores no espaço inter-sináptico à disposição dos receptores pós-sinápticos, facto biológico cuja correlação psicológica é uma sensação de magnificência, euforia, prazer, excitação sexual. Por este motivo, denomina-se o consumo da cocaína "Sindrome de Popeye", numa analogia dessa droga com o espinafre do conhecido marinheiro das histórias em quadrinhos. Uma vez bloqueados estes sítios, a dopamina e outros neurotransmissores específicos não são recapturados, ficando portanto, "soltos" no cérebro até que a cocaína saia. Quando um novo impulso nervoso chega, mais neurotransmissor é libertado na sinapse, mas ele se acumula no cérebro pelos seus sítios recapturadores estarem bloqueados pela cocaína. Acredita-se que a presença anormalmente longa de dopamina no cérebro é que causa os efeitos de prazer associados ao consumo da cocaína. Quando imaginamos que ocorrem cerca de trilhões de trocas neuroquímicas por minuto, fica evidente que o preço pago por viver uma experiência de euforia é alto demais em relação às características que o indivíduo terá que confrontar. O consumo prolongado da cocaína pode fazer com que o cérebro se adapte a ela, de forma que ele começa a depender desta substância para funcionar normalmente, diminuindo os níveis de dopamina no neurónio. Se o indivíduo parar de consumir cocaína, já não existe dopamina suficiente nas sinapses e então ele experimenta o oposto do prazer – fadiga, depressão e humor alterado. 

 

Os Efeitos Euforizantes Causados pelo Consumo da Cocaína

Recentemente, cientistas investigaram os efeitos euforizantes da cocaína através de estudos de imagens cerebrais, utilizando a tomografia PET (Positron Emission Tomography), um sofisticado método que permite observar a função dos neurónios através do seu metabolismo, usando substâncias radioactivas. O trabalho foi publicado na Revista Nature.

Eles descobriram que a cocaína ocupa ou bloqueia os "sítios transportadores de dopamina" nas células cerebrais (conforme dito acima, dopamina é uma substância sintetizada pelas células nervosas que age em certas regiões do cérebro promovendo, entre outros efeitos, a motivação). Os "sítios transportadores de dopamina" levam a dopamina de volta para dentro de certos neurónios, após ela ter dado uma "passeada" pelo cérebro, promovendo os seus efeitos. Se a cocaína ocupar o mecanismo de transporte da dopamina, esta substância fica "solta" no cérebro até que a cocaína saia, e é justamente a presença anormalmente longa dela no cérebro que causa os efeitos eufóricos associados ao consumo da cocaína.   

Tanto a dopamina como outras substâncias aumentadas no cérebro podem produzir vasoconstrição e causar lesões. Estas lesões podem incluir hemorragias agudas e enfarto no cérebro (zona de morte celular, causada por falta de oxigénio), bem como necrose do miocárdio, podendo levar à morte súbita.

Grávidas que consumam cocaína podem afectar os seus fetos, levando-os ao nascimento com baixo peso ou risco de rompimento da placenta, e até lesões irreversíveis do cérebro, causando deficiências mentais e físicas. Em muitos países, os  "bebés da cocaína" são um sério problema de saúde pública, que se está a agravar com a ampla disponibilidade do  "crack".

 

Porque a Cocaína Vicia?

A dependência à cocaína resultadas suas propriedades psico-estimulantes e acção anestésica local. A dopamina é considerada importante no sistema de recompensa do cérebro, e o seu aumento pode ser responsável pelo grande potencial de dependência da cocaína.

Um estudo de PET, feito por cientistas da Johns Hopkins University e o National Institute on Drug Abuse (NIDA) nos EUA, concluiu que o vício pela cocaína está directamente relacionado com um aumento no cérebro dos receptores para substâncias opióides, como as endorfinas, que são naturais, e drogas de abuso, como a heroína e o ópio. Quanto maior a intensidade do vício, maior é o número de receptores. 

Quando os viciados em cocaína que foram testados no estudo ficavam um mês sem consumir a droga, em alguns deles o número de receptores voltava ao normal, mas em outros continuava alto. Pode haver uma correlação entre esse facto e a susceptibilidade de o consumidor de drogas voltar ao vício ou não. 

 

Autores:

Sílvia Helena Cardoso, PhD, é doutorada em Psicobiologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorada pela Universidade da Califórnia em Los Angeles.
É investigadora associada do Núcleo de Informática Biomédica da UNICAMP e colaboradora da revista  "Saúde e Vida On Line" e editora chefe da revista Cérebro & Mente.

Renato M.E. Sabbatini, PhD, é doutorado em fisiologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pelo Instituto Max Planck de Psiquiatria, Munique.
É investigador e Director do Núcleo de Informática Biomédica da UNICAMP, colaborador das revistas  "Saúde e Vida On Line" e Cérebro & Mente, e do jornal  "Correio Popular".

 

Fonte: http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/anim1.htm

 

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