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CTN Certifica 21 Técnicos em Técnicas de Ensaios Não Destrutivos

O Centro Tecnológico Nacional (CTN), instituição tutelada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT) realizou, no passado dia 8 de Julho, a cerimónia de entrega de certificados a 21 finalistas da 1ª e 2ª edição do Curso de Técnicas de Ensaios Não Destrutivos. Este curso teve como objetivo a criação do sistema de certificação para operadores do controlo de qualidade de materiais em conformidade com as normas internacionais.

A formação de técnicos nesta área é uma forte aposta do CTN, através do seu Laboratório de Testes Não Destrutivos (LTND), enquanto factor determinante para desenvolvimento e melhoria de desempenho dos sectores tecnológicos nacionais. Pretende-se, deste modo, formar localmente os actores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Técnicas de Ensaios Não Destrutivos para responder às necessidades do crescimento do sector industrial observado nos últimos anos.  

De forma a conciliar a teoria à prática os formandos contaram com um período de estágio na TAAG. Deste modo, puderam adquirir experiência profissional nas actividades que envolvem Testes Não Destrutivos, cumprindo com as exigências da Norma Internacional ISO 9712. Por outro lado, os formadores deste curso são investigadores do CTN, Qualificados de Nível 2, em Técnicas de Ensaios Não Destrutivos, certificados pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). 

Presidiu a cerimónia de entrega de certificados a Ministra da Ciência e Tecnologia, Cândida Teixeira, que considerou ser importante para o país alargar a formação de quadros nesta área. “Tivemos oportunidade de ver que estas técnicas têm impacto ou utilização directa na indústria metalúrgica, na construção civil e na verificação de eventuais defeitos que possam existir em barragens. É uma tecnologia muito importante para o nosso país, precisamos de aumentar o número de pessoas formadas nestas áreas.”, afirmou a Ministra. A titular afirmou ainda, que o CTN está de portas abertas para todas as empresas interessadas em adquirir este conhecimento. 

 

 

União Africana Abre Concurso Público para Avaliadores de Projectos de Investigação

Na sequência do lançamento do Programa de Bolsas de Investigação da União Africana 2016, na área de Alimentação, Segurança Nutricional  e Agricultura Sustentável, a Comissão da União Africana abre o concurso público para apresentação de manifestação de interesse a Avaliadores de Projectos de Investigação.

O programa de Bolsas de Investigação da União Africana (AURG) apoia a investigação e inovação em África e é financiado pela União Europeia através do programa Pan-Africano (2014-2020) com um orçamento de € 17,5 milhões para duas chamadas, em 2016 e 2017.

O prazo para submissão é até 27 de julho de 2016 às 15h, hora de Addis Abeba.

Os termos de referência e processo de candidatura podem ser consultados online: www.au.int/en/bids/31066/assessors-proposals-african-union-research-grants-ii  

Todas as informações e documentos relacionados com o concurso estão disponíveis no site da AURG: African Union Research Grants II Open Call for Proposals 2016 Edition

 

A Reprodução dos Cogumelos como Factor Decisivo na Cultura Alimentar do País

 

A 6ª edição do Café com Ciência e Tecnologia, realizada a 6 de Julho, sob o tema “Segurança Alimentar e Nutricional - O Caso dos Cogumelos”, reuniu nutricionistas, investigadores, docentes, empresários e estudantes, que aprofundaram os seus conhecimentos sobre o cultivo de cogumelos e o seu valor nutricional e medicinal.

Os cogumelos são corpos de frutificações de fungos pertencentes aos filos Ascomycotas e Basidiomycotas. Estes organismos fazem reprodução sexuada pela junção de hifas. Segundo o investigador Hilário Gomes, “os cogumelos já existem há anos servindo como iguaria aos Faraós do antigo Egipto e servido em grandes festas na Grécia”. Estes organismos particularizam-se pelo seu grande teor de carbo-hidratos, proteínas, gordura, além da acção antioxidante e reforço do sistema imunitário. O aspecto peculiar dos cogumelos é o facto de alguns serem comestíveis e outros não, uma vez que alguns são venenosos.

O cultivo do cogumelo é feito por meio de procedimentos científicos. Existem passos de reprodução dos cogumelos que passam pelo cultivo da sua semente, cientificamente conhecida por micélio, que é colocada em substratos apropriados, esterilizados, sob condições assépticas. A investigadora Eunice Mateus, explica que “A produção deste micélio requer alguns procedimentos como: preparação do meio de cultivo, conservação da semente em tubo de ensaio ou placa petri, isolamento de tecidos de cogumelos frescos que à partida são conservados em frascos com grãos de milho para produção de Spawn [grãos colonizados por micélio de cogumelos], conservação destes grãos em frascos de vidro de 500g, esterilização dos frascos de vidro na autoclave, etc”. 

A autoclave é o aparelho em que a semente é exposta a uma temperatura acima de 100 ºC que seria neste caso a temperatura ideal na eliminação de micro-organismos que em meios rurais pode ser substituído por tambor aquecido a lenha ou outra fonte de combustão. A técnica Jun-cao, iniciada em 1983 na China pelo Professor Dr. Lin Zhanxi e Dr. Lin Zhanhua, permite a mistura de Spawn com diferentes tipos de palhas (de milho, de arroz ou de bananeiras) onde o mesmo se desenvolve em ambiente húmido até frutificar. Este é um método acessível aos meios rurais, sem condições laboratoriais para o cultivo de cogumelos.

O estudo desenvolvido enquadra-se no projecto “Cultura de Cogumelo”, do Centro Tecnológico Nacional (CTN), tutelado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT), encontrando-se já em fase de criação o banco de gemoplasma de cogumelos de interesse alimentar e medicinal. O banco conta já com 24 amostras colhidas em diversas regiões do país. As 24 amostras permitirão a classificação dos cogumelos e o conhecimento das espécies existentes.

“O papel fundamental do CTN nesta área de pesquisa é, acima de tudo, o de beneficiar as populações, tendo em conta que só se faz a colheita para consumo em tempo chuvoso. Treinar os camponeses para que tenham forma de renda com o cultivo, perspectivando a criação de um banco de gemoplasma. Desta forma os camponeses passam a colaborar no cultivo enquanto nós colaboramos na área de pesquisa dos cogumelos consumíveis pela sociedade e de possível reprodução”, afirmou Hilário. 

O contributo desta manhã científica, que contou com uma demonstração física dos procedimentos laboratoriais em ambiente externo, deixou bem patente o papel preponderante da ciência no âmbito da diversificação económica no país. 

Este é mais um projecto, dentre os vários do MINCT, com grandes perspectivas de futuro, tendo em conta o seu nível de abrangência e pesquisa. 

Ministra da Ciência e Tecnologia anuncia criação da Academia de Ciências de Angola

Durante a 1ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, a Ministra da Ciência e Tecnologia, Cândida Teixeira, deu a conhecer aos participantes deste conselho Directores Nacionais, Investigadores e docentes das instituições que se dedicam a investigação científica alguns projectos a serem implementados no país, dentre os quais a criação da primeira Academia de Ciências de Angola (ACA) e as Instituições de Divulgação da Ciência (IDC).

A ACA é um projecto previsto no Plano Nacional de Desenvolvimento que deverá ser criado até finais de 2017, estando ainda em discussão. Despois de discutido, o projecto será submetido à Comissão para a Política Social e daí à aprovação do Conselho de Ministros. Com a sua aprovação, de acordo com a ministra, a ACA actuará como sociedade científica e vai contribuir para o estudo de temas de grande importância para formulação de políticas públicas. A sua principal função deverá ser o desenvolvimento científico do país, a interação entre os cientistas angolanos e estrangeiros, acrescentou a ministra.

No Conselho foram também abordadas questões relacionadas com o Plano Anual de Ciência Tecnologia e Inovação (PLANCTI) e os moldes de adequação das Instituições Públicas de Investigação Científica, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (IDI) ao novo Decreto Presidencial 125/15, de 1 de Junho. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT), na voz da sua titular, voltou a reforçar o apoio deste departamento ministerial no processo de adequação dos Estatutos Orgânicos das IDI ao Decreto vigente.

Por outro lado, a governante disse que a sociedade deve esperar pela organização do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI), através de recolha de contribuições e formas de trabalho deste sistema que passam pela formação de quadros, investigadores, entre outros.

Nesta lógica, a governante frisou que “a nível da formação está o Programa Nacional de Formação Doutoral em Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), criado pelo MINCT com apoio da UNESCO e da Fundação Calouste Gulbenkian, mas que se regista um abrandamento devido à situação económica que o mundo vive”.  O MINCT tem a obrigação de formar até 2020, no âmbito do Programa Nacional de Formação de Quadros (PNFQ), 140 doutores nas áreas de incidência da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (PNCTI), nomeadamente, Agricultura e Pescas; Telecomunicações e Tecnologias de Informação; Indústria, Petróleo, Gás e Recursos Minerais; Saúde; Recursos Hídricos; Energia e Ambiente.

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