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INAGBE Realizará candidaturas às Bolsas Internas de Graduação e Pós-graduação Online

Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo - INAGBE anuncia que a submissão de candidaturas a bolsas de estudo internas de Graduação e Pós-graduação decorrerá de 24 de Maio a 22 de Junho de 2019, e que serão feitas Online. O Executivo disponibilizou para 2019, um total de 6.500 bolsas internas. 

Os candidatos deverão acessar o seguinte website: https://inagbeonline.com. Para se candidatarem, deverão remeter através do portal do INAGBE os seguintes documentos:

CNIC realiza Workshop no âmbito do Projecto de Obtenção de Culturas Ambientalmente Sustentáveis

O Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC) realizou no dia 16 de Maio de 2019, pelas 09:30, no seu Auditório, um Workshop cujo tema teve como foco a exploração das potencialidades da Energia Atómica para fins civis, especificamente no melhoramento genético de plantas e na obtenção de novas variedades de interesse económico.

O evento enquadra-se no Projecto, em curso, de Obtenção de Plantas Resistentes à Seca, aos solos da Província do Cunene, através da indução de mutação por radiação gama.

Considerando a problemática da estiagem prolongada na região Sul de Angola, e os respectivos impactes ambientais e na qualidade de vida das populações, o presente projecto afigura-se como uma das estratégias, gizadas pelas Instituições Angolanas e a Agência Internacional de Energia Atómica, para mitigar de forma persistente os efeitos da seca e da escassa pluviometria, e diversificar as fontes de nutrientes e reforçar a segurança alimentar daquela região de Angola. 

O objectivo do Projecto é de obter culturas ambientalmente sustentáveis, com raízes mais tolerantes, e capazes de extrair eficientemente água do solo. De realçar que o projecto é coordenado pelo Instituto de Recursos Hídricos (Ministério da Energia e Águas) e pelo CNIC. Cabe, todavia, ao CNIC a tarefa árdua de gestão da parte científica, nomeadamente a selecção das variedades melhoradas e respectiva multiplicação.

Relativamente à indução de Mutação (entende-se por mutação as mudanças que ocorrem na estrutura ou na sequência de DNA que compõe determinado gene, transmissível para as gerações seguintes), o método por raios gama é amplamente utilizado em diversos países, e com elevada eficácia na obtenção de novas variedades de espécies de plantas de elevado interesse estratégico para a agricultura, como o caso referido da Citricultura. No entanto, a técnica carece de procedimentos específicos, nomeadamente de elevada perícia dos técnicos e normas de segurança para o efeito. 

Razões para o emprego de Energia Atómica no melhoramento de plantas? Trata-se de um método que aumenta a frequência de mutação (probabilidade de obtenção de mutantes) cinco (5) vezes mais, os métodos empregues nos programas de melhoramento por hibridação ou cruzamento natural. Por outro, reduz significativamente o tempo de investigação relativamente ao melhoramento clássico como a selecção de mutantes obtidos de forma espontânea.

Estiveram presentes, no evento, docentes universitários, investigadores, técnicos de distintos Departamentos Ministeriais (Ensino Superior, Ciência Tecnologia e Inovação; Agricultura; Energia e Águas) instituições privadas especializadas no melhoramento genético e multiplicação de clones como o Viveiro Afroplant.

O prelector foi o Professor Doutor Rodrigo da Rocha Latado, especialista em melhoramento genético do Instituto Agronómico de Campinas (Brasil) e da Agência Internacional de Energia Atómica. 

9 Conselhos para o Início da Vida Académica

Se você, hoje, pudesse voltar lá para os seus primeiros dias de aulas no ensino superior, o que você diria para si? É comum que, após o término da graduação, reflictamos sobre os caminhos que percorremos no universo académico.
Hoje, entendo a importância de orientar quem está a começar um percurso que já fizemos. Por isso, como iniciei meu estágio de docência neste período, decidi escrever um texto de boas-vindas aos alunos. O texto que eu gostaria de ter recebido na minha época de caloira. Com a ideia em mente, fiz uma publicação no LinkedIn com a pergunta inicial deste texto. Muitas pessoas responderam e contribuíram bastante. Algumas das respostas estão destacadas ao longo deste artigo que é o texto que entreguei, porém com alguns trechos adaptados. As citações das pessoas só foram inseridas aqui mesmo. Vamos lá!!

 

O início da jornada no ensino superior

Primeira semana de aula no ensino superior, o começo de uma vida nova: novos compromissos, novas responsabilidades, novos professores, novos lugares, novos amigos e novos aprendizados.  Quanta novidade!
Você talvez se sinta meio deslocado neste novo ambiente, é normal nas primeiras semanas. Com o tempo você se acostumará e a universidade se tornará praticamente a sua segunda casa.

É bom receber orientações de quem já viveu o que vamos — ou queremos — viver, pois, assim, temos algumas referências do que fazer e não fazer. Por esse motivo, escrevi este texto, com sugestões dadas também por outras pessoas, para que você tenha um bom início na sua jornada no ensino superior. Leia-o sempre que necessário!

 

Conselhos para a vida académica

1. Leia hoje

Aproveite o seu tempo livre. Ele diminuirá com o passar dos semestres. Faça seu cadastro na biblioteca e pegue livros emprestados com alguma frequência.

 

2. Seja responsável

Não espere que os outros sejam responsáveis pelo que você precisa fazer. Assuma seus compromissos e seja dedicado!

 

3. Seja um aluno activo

Participe dos eventos académicos e de grupos de pesquisa. Apresente trabalhos. Aumente seu conhecimento e enriqueça seu currículo! Seja um estudante autónomo!

“Não se apegue à grade do seu curso e não feche as portas para outras áreas, pois elas podem te surpreender e a vida é bem mais do que o seu curso.” ( Dimitri Vieira)

 

4. Aprenda português

Leia. Escreva. Assista. Ouça. Leia. Escreva. Pratique. O conhecimento surge com a prática, a curiosidade e a pesquisa. Busque referências! Vá atrás e vá além da grade curricular do seu curso!

 

5.  Aproveite os benefícios das redes sociais

Elas podem ser consideradas inúteis por alguns, mas, se bem utilizadas, podem ser óptimos instrumentos para o aumento do seu aprendizado e aperfeiçoamento da escrita. Já pensou em utilizar o Facebook, o Instagram, o Twitter, o Youtube, o LinkedIn ou outra rede social para compartilhar suas ideias?

 

6. Aproveite o momento

Parece que não, mas os anos passam rápido. Aproveite este momento e cultive boas relações!

“Quem faz a faculdade é você. [… ] Por isso, vá muito além das aulas. Leia os livros das bibliografias, veja documentários, escreva artigos e posts. É isso que fará a diferença no mercado depois. Ah, e não se esqueça de fazer bons amigos que serão seus colegas por todo tempo.” ( Raul Santahelena)

 

7. Fique atento(a) ao que acontece fora da universidade

A universidade exige bastante de nós quando estamos nela. É importante vivenciar bem as experiências académicas — iniciação científica, eventos, apresentações, artigos etc. —, porém, não feche seus olhos para o que acontece fora da universidade.

Aproveite o ensino superior para conhecer pessoas de outros cursos, para aperfeiçoar suas capacidades de comunicação, criatividade, pro-actividade etc. Permita-se conhecer outras áreas e aprender com elas! Una teoria e prática! Quando não for possível praticar, observe e leia sobre a realidade do mercado de trabalho.

“Não fique preso somente à universidade, ic, pós, etc. O mercado hoje é muito diferente e muitas disciplinas não vão agregar às necessidades dele. Aproveite disciplinas em outros cursos como na administração, contabilidade, direito e computação.” (Enrico Spiropulos)

 

8. Enfrente os desafios

Algumas dificuldades surgirão no seu caminho, mas mantenha-se animado. Você será capaz de enfrentar os obstáculos e aprender com eles! “Cada passo dado ou cada etapa vivida é única. Cada dia é único. Oportunidades novas virão, novos desafios estão a caminho.” (José Taborda de Faria)

 

9. Aproveite a jornada! 

Às vezes, pode ser que a ansiedade tome conta de você e a vontade de pular etapas também. Construa e aproveite o seu caminho, dê o seu melhor, não deixe que a ansiedade e o medo atrapalhem seus planos. Se precisar de ajuda, peça e converse com outras pessoas.

“Você não vai resolver sua vida em um semestre… nem em seis anos. Não fique ansioso por encontrar seu caminho na vida, a vida é o caminho. Sei que você tem muitas questões para resolver, muitas coisas para conquistar… e tem toda a força e a inteligência para isto. Mas as questões se multiplicam e as conquistas só satisfazem por um instante.” ( Moisés de Andrade )

O facto de ser bom naquilo que você faz não significa que você precisa ser arrogante. Evite fazer comparações entre o seu desenvolvimento e o de outras pessoas, reflicta mais sobre quem você era e quem você é agora. Veja a sua própria evolução!

“[… ] cada pessoa nesse lindo planeta é um agente de transformação e que o conhecimento deve transformar as pessoas em seres humanos melhores. ( Ana Paula Diniz Arruda )”

Como disse Mário Quintana, “São os passos que fazem os caminhos”. Quais serão os seus passos? Quais serão os seus caminhos?

Seja bem-vindo! Transforme-se e seja um agente de transformação do bem por meio do conhecimento.

 

Por: Adelane Rodrigues

Consultoria Linguística | Produção de Conteúdo | Revisão Textual

 

Fonte: Linkedin

 

As Ciências Sociais no Império da Opinião (Ciência para quê?)

O processo de revolução dos meios de comunicação, e a preponderância destes nas formas de socialização, inaugurou novas formas de acção, moldadas pelo acesso aos mais variados tipos de informação. A Idade Mídia (RUBIM, 2000), com seu leque de informação, propiciou o surgimento de um novo sujeito: o “opinador“, visualizado pelas tecnologias de mídia. Enquanto o cientista leva horas do dia e anos da vida a estudar um mesmo assunto, o “opinador” é capaz de falar da formação das nuvens à organização das sociedades no Egipto antigo. 

Estudos de Psicologia vêm mostrando que processamos informação através de “atalhos cognitivos”, esquemas que auxiliam nossas escolhas sem a necessidade de uma reflexão profunda sobre determinados assuntos. Entre esses atalhos, encontram-se os estereótipos e os papéis sociais. De acordo com as teorias do comportamento eleitoral, também é assim que votamos, através de “atalhos cognitivos” (ai que dó). Beaudoux entre outros (2005) dizem que: “los seres humanos tratamos de invertir el menor esfuerzo posible en la busqueda de la información”. Nesse sentido, o conhecimento costuma exigir mais esforço e cuidado do que a mera opinião: vai pelos caminhos longos, buscando fugir dos atalhos. A racionalização, premissa básica de todo método que se pretenda científico, leva ao desencantamento, de modo que o cientista, muitas vezes, chega a informações não tão confortáveis. Se conseguimos viver apenas com a informação, processando-a através de atalhos (geralmente pra confirmar o que já se pensa), poderíamos nos perguntar: Ciência para quê? Não chegamos a um momento da história em que uma ciência social é completamente desnecessária? O mundo de informações ao qual temos acesso e a autocracia da opinião pessoal levariam a crer que sim. E justamente, por isso, faz-se mister a Ciência. Umberto Eco disse, uma vez, que “informação demais é pior do que a falta de informação”. As condições de emergência da assertiva remetem ao contexto contemporâneo, no qual as informações são amplamente partilhadas, via mídias novas e tradicionais. Voltando a Eco, não seria a ignorância, em si, um mal maior? A dúvida surge porque o excesso de informação impede de ver que ele não afasta, necessariamente, da ignorância: pode ser usado para difundir inverdades, imprecisões, obscurecer versões da história que não conseguiram o status de notícia. Muita informação, às vezes, pode significar pouco conhecimento. 

Vale lembrar que a mídia tem uma linguagem e gramática próprias, portanto, nem tudo é exactamente noticiável. E, apesar da interacção permitida pelas redes sociais, estas não deixam de ser, também, instrumentos de reprodução das mídias tradicionais. Ademais, a retórica, essa “loba em pele de cordeiro” dos debates públicos, anda ousada com o advento da Internet: defende a redução da maioridade penal, afirmando que é preciso haver punição contra os crimes praticados (como se essa punição não existisse nem fosse prevista na nossa lei); quer a destruição dos partidos políticos (ocultando o facto de que isso é próprio das ditaduras); prega a redução de direitos falando em bondade. Como lembra Shakespeare, em O Mercador de Veneza, “o diabo pode usar as escrituras quando lhe convém”. Dito isto, cabe afirmar que o cientista social tem um papel ainda maior na “Idade Mídia”: mostrar que o conhecimento não se reduz à informação (e, muito menos, não se reduz à informação não questionada). 

Julgo importante ressaltar quatro papéis fundamentais das Ciências Sociais: 1)Permitir o acesso ao conhecimento da realidade social; 2)Escapar do determinismo; 3)Ampliar a possibilidade dos indivíduos; 4)Soltar-nos das amarras da aparência. Sobre esses papéis, importa dizer:

1) A Ciência permite sair da mera opinião, dos pré-conceitos e preconceitos. O questionamento do que é naturalizado, a busca da “história social dos problemas” (BOURDIEU, 1989), permite a ruptura com o senso comum: mostra que a realidade é sempre mais complexa do que nossas abstracções. Contrastar os dados da realidade social e o resultado de pesquisas empíricas com a nossa opinião é um modo poderoso de escapar dos perigos do “achismo”. 

2) O estudo das causas históricas e sociais dos problemas, deixou, a partir dos clássicos da Sociologia, uma importante herança para a produção de sociedades mais igualitárias: o social é construção. Escapar do determinismo é uma forma também de escapar de estereótipos e do que nos é imposto como papel social.

3) Se da desigualdade de classes aos papéis de género, tudo é construção social, somos relativamente livres para elaborar novas sociedades com menor opressão.

4) Esse item se refere à importância do levantamento de dados e à busca de teorias que capacitem o olhar para entendê-los. As informações divulgadas pela mídia permitem chegar até os dados levantados por cientistas, mas é a Ciência que leva aos “como” e aos “porquês”, ou seja, à compreensão. Um conhecimento científico leva à busca de outro, à necessidade de um “referencial teórico”. Não se deixa estagnar por convicções. 

O quarto e último dos papéis das Ciências Sociais, elencados aqui, o qual retroalimenta os outros, é o sentido de existir de todas as ciências. Em resumo, a Ciência é necessária porque nossos sentidos são ardilosos: lembram do caso recente da cor do vestido? Nesses dias de império da opinião, recordo a famosa frase de Marx: “se a aparência e a essência das coisas coincidissem, toda ciência seria supérflua”.

 

Autora: Joyce Miranda Leão Martins – Socióloga e Mestre em Sociologia pela UFC. Doutora em Ciência Política pela UFRGS. Investigadora-visitante na Universidad Complutense de Madrid (UCM).

 

Fonte: https://cafecomsociologia.com/as-ciencias-sociais-no-imperio-da/

 

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