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Quénia lança satélite de fabricação própria

A República do Quénia lançou, recentemente, a partir do Centro Tsukuba da Agência Espacial do Japão, o seu primeiro satélite de fabricação própria. A fabricação do satélite é obra de cientistas da Universidade de Nairobi, apoiados por especialistas japoneses. Trata-se de um nanossatélite, denominado 1KUNS-PF, com 1.2 kg de massa, dez centímetros de comprimento e dez de altura, capaz de fornecer observação terrestre limitada e transmissão de áudio. De acordo com Peter Mbithi, Vice-Chanceler da Universidade de Nairobi, a equipa de cientistas esperava "fazer história" ao se aventurar na ciência espacial.

 

Utilidade do satélite

Espera-se que o satélite 1KUNS-PF esteja em órbita em 18 meses. O satélite será usado em sectores como o da previsão meteorológica, da vigilância da vida selvagem, da elaboração de mapas de segurança alimentar e da gestão de desastres naturais. O nanossatélite "leva duas poderosas câmaras e microfones que ajudarão a captar imagens e gravar sons antes de as postar na internet", explicou o professor da Escola de Engenharia da Universidade de Nairobi, Mwangi Mbuthia.

A Ministra da Educação do Quénia, Amina Mohamed, descreveu o lançamento do satélite, que custou cerca de 834 mil euros, como um dos mais "notáveis desenvolvimentos científicos do nosso tempo". Na África Subsaariana, apenas o Gana, a Nigéria e a África do Sul contam com satélites em operação no espaço.

 

Futuro promissor

Se o vôo for bem sucedido, os cientistas da Universidade de Nairobi planeiam desenvolver satélites maiores e de alta resolução "com sérios valores científicos e tecnológicos para o país", de acordo com uma declaração divulgada. O Quénia espera agora lançar o seu próprio programa espacial – com o custo de 500 mil a um milhão de dólares por ano –, segundo a universidade.

Os satélites comerciais têm um potencial económico considerável para o Quénia, incluindo mapeamento e uso do solo, previsão do tempo, mapeamento da segurança alimentar, gestão de desastres, monitoramento de fronteiras e da costa, manejo e monitoramento da vida selvagem.

Os cientistas quenianos já estão a colaborar com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior, com a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) e com a Universidade de Roma, em Itália, para impulsionar a inovação no Quênia.

Mais informação: DW

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A Importância do Financiamento dos Governos Africanos em Formação Doutoral

Embora o financiamento proveniente de doadores internacionais para programas de formação de Doutoramentos em África ajude a acelerar o progresso e a alcançar resultados, as contribuições financeiras dos governos africanos para estes programas são fundamentais e têm uma série de benefícios a longo prazo.

Aminata Sall Diallo, professora de fisiologia na Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar, no Senegal, e Ekua Bentil, especialista em educação da região do Banco Mundial em África, que trabalha na implementação de iniciativas da Parceria para Habilidades em Ciências Aplicadas, Engenharia e Tecnologia (PASET), disseram à University World News que seria importante que os governos liderassem o financiamento de iniciativas de formação para Doutoramentos, a fim de melhorar o desenvolvimento sustentável. A dupla falava após o lançamento de 15 bolsas de estudo de doutoramento no âmbito do Fundo Regional de Bolsas de Estudo e Inovação do PASET (RSIF), no mês passado. A iniciativa, liderada por governos africanos, verá esta coorte inaugural de académicos iniciar programas de doutoramento em segurança alimentar, tecnologia da informação e comunicação (TIC) e materiais, minerais e engenharia de mineração. O RSIF pretende formar 10.000 doutores em 10 anos.

A formação é oferecida em uma das quatro universidades anfitriãs do RSIF, nomeadamente: Sokoine University of Agriculture, Tanzânia; Universidade Felix Houphouet-Boigny, Costa do Marfim; Universidade Africana de Ciência e Tecnologia, Nigéria; e a Universidade Gaston Berger, Senegal.

Ao elogiarem o RSIF, os especialistas reforçaram que a formação a nível de doutoramento, as bolsas de investigação e as bolsas de inovação, ajudarão a superar muitos dos desafios que os países africanos enfrentam.

De acordo com Diallo, o RSIF pretende arrecadar cerca de 100 milhões de USD dos governos africanos, do sector privado, das fundações e de parceiros de desenvolvimento para o programa. Até ao momento, a República do Ruanda contribuiu com 1 milhão de USD e o Quénia com 2 milhões de USD para o RSIF, e outros três países (Senegal, Etiópia e Costa do Marfim) firmaram compromissos firmes. Outro grupo de países, incluindo Nigéria, Tanzânia e Guiné, manifestou forte interesse.

“Embora a região tenha muitas prioridades imediatas concorrentes, se a maioria dos governos africanos se unir em iniciativas como o PASET e comprometer fundos para isso, sim, eles podem financiar os doutoramentos e o ensino superior”, diz Diallo.

A Professora Aminata Sall Diallo também é membro da Academia de Ciência e Tecnologia do Senegal e Assessora especial do Ministro do Ensino Superior e Investigação do Senegal, Mary Teuw Niane, diz que nenhum governo africano é capaz de financiar programas nacionais de ensino superior (especialmente iniciativas de pós-graduação) em todos os países. Mas sim nas áreas necessárias para atender às necessidades de desenvolvimento e se tornar globalmente competitiva. Daí o valor de parcerias como o PASET, bem como a necessidade dos governos criarem incentivos para que o sector privado participe como parceiro central.

Embora Bentil e Diallo concordassem que havia espaço para o financiamento de doadores no esquema de financiamento do RSIF, os mesmos afirmam ser importante que os governos africanos assumam a liderança no financiamento da iniciativa. “Há também um senso de propriedade mais forte que aumenta as chances de o programa ser sustentável. Os governos africanos também têm uma mão mais forte na determinação de quais programas receberão alocações com base nas prioridades do país" disse Bentil.

Com a população mais jovem do mundo, os especialistas dizem que o continente africano está a entrar numa nova fase de desenvolvimento económico do qual a juventude não poderá ficar de fora. Diallo afirma que o doutoramento é urgentemente necessário em toda África para melhorar as qualificações do pessoal universitário existente, muitos dos quais possuem apenas mestrados e são incapazes de ensinar a nível de pós-graduação e podem não ser capazes de oferecer ensino avançado em nível de graduação.

A preparação de um doutoramento também é necessário para expandir o número de investigadores qualificados na região, não apenas para trabalhar no sector de ensino superior e investigação, mas também no sector industrial. Sem um suprimento maior de talentos nacionais e altamente qualificados em áreas como agricultura, energia, indústrias extractivas, construção, fabricação e TIC, será difícil desenvolver soluções inovadoras para enfrentar os desafios do desenvolvimento do continente.



Gilbert Nakweya
University World News, 11 de Maio de 2018.

Fonte original: http://www.universityworldnews.com/article.php?story=20180509132730221   

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