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Ministra volta a defender intensificação do ensino das ciências técnico-científica em Angola

A Ministra da Ciência e Tecnologia reiterou o desafio do Executivo angolano de intensificar o ensino nos domínios tecnológico-científicos como eixo para o desenvolvimento de Angola. Maria Cândida Teixeira fez estes pronunciamentos na cidade da Praia, Cabo-Verde, onde se encontra em trabalho, no âmbito do Seminário “Estratégia de Cooperação para o Fomento da Pós-Graduação Enquanto Mecanismo de Formação de Cientistas no Espaço da CPLP”.

A governante revelou que o Ministério da Ciência e Tecnologia de Angola está a levar a cabo, este ano, junto das escolas do país, uma campanha denominada “Uma Viagem ao Mundo da Ciência, Tecnologia e Inovação”, que visa incentivar as crianças e adolescentes a optarem pelas áreas técnico-científicas  de formação, tendo por objectivo a criação de um stock sustentável de quadros nacionais. 

“Há um défice muito grande constatado a partir de um diagnóstico feito no âmbito do Plano Nacional de Formação de Quadros, relativamente às áreas tecnológicas e científicas. Temos mais quadros humanos em áreas das ciências sociais e humanas, em detrimento dos domínios tecnológico-científicos. É nosso desejo reverter este quadro. Precisamos de mais engenheiros e de cientistas nas diversas áreas, quer em ciências da terra, física, química, matemática, biologia, enfim, que são muito preteridas e bastante essenciais para o desenvolvimento e fomento das ciências, até mesmo da própria indústria em Angola”, disse.

Acrescentou que o projecto iniciado em Abril passado, está a ser desenvolvido num universo de cerca de 100 mil alunos de duzentas escolas do país.  O mesmo versa sobre pequenas experiências científicas à base representações teatrais, estilo lúdico muito apreciado pelos angolanos e que, por conseguinte, está a ser bem recebido pelos professores, alunos, pais e encarregados de educação.

Segundo Cândida Teixeira, hoje, com o fim da guerra, Angola já vive um cenário que lhe permite assumir, nos diferentes países, as despesas em formação de quadros nas diferentes áreas em que o país carece de profissionais.

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Uma Viagem ao Mundo da Ciência, Tecnologia e Inovação

 

QUANDO FOR GRANDE QUERO SER...

 

Quem de nós, na infância, nunca se deixou um dia, intimidar pela matemática, química ou física? Pessoas há que mudaram radicalmente o seu futuro profissional só porque queriam evitar essas áreas por considerá-las um bicho de sete cabeças.

Acontece que na actual conjuntura de novos desafios para Angola, mais de 12 anos depois do alcance da paz, começa a destacar-se a grande necessidade de os jovens angolanos olharem para estas áreas das ciências técnicas e tecnológicas de forma positiva e ambiciosa, devendo optar pelas diversas engenharias (civil, petrolífera, minas, química, etc.), biologia, matemática, física, entre outras profissões, em cujas áreas o país se revela ainda bastante carente.

E porque o futuro faz-se com opções de hoje, o Ministério da Ciência e Tecnologia  está a desenvolver um inovador programa educativo para sensibilizar os jovens angolanos a optarem para o estudo das áreas da ciência, tecnologia e inovação.

Chama-se “Uma Viagem ao Mundo da Ciência, Tecnologia e Inovação” e está a ser desenvolvido nas escolas do país, mediante recurso ao  teatro, uma linguagem muito apreciada pelos crianças, adolescentes e jovens angolanos.

O projecto lançado em Luanda, em Abril passado, pela Ministra da Ciência e Tecnologia, Prof. Doutora Maria Cândida Pereira Teixeira, tem como públicos-alvo cerca de 100 mil alunos, a partir dos 11 anos de idade, a frequentar os anos escolares do 1º Ciclo do Ensino Secundário. Na ocasião, a Ministra destacou que Angola precisa de mais conhecimento nas áreas técnicas para que haja profissionais nacionais.

 

 

A The Bridge Angola, empresa de direito angolano é a entidade parceira do Ministério da Ciência e Tecnologia que está a realizar o projecto “Uma Viagem ao Mundo da Ciência, Tecnologia e Inovação”. E porque a ideia é levar a iniciativa às 18 províncias do país, o seu desenrolar conta com o envolvimento de mais de 4 mil pessoas, entre  professores e coordenadores pedagógicos. Neste momento, o projecto está já em fase de conclusão, tendo sido elevada em maias de 50 escolas.

Na prática, tudo começa com uma visita às escolas durante a qual, os alunos recebem uma brochura com informações e material didático. A par disso, os professores e coordenadores pedagógicos recebem toda a informação referente ao programa e um kit constituído por material didático no domínio das ciências para que os professores possam juntamente com os alunos, fazer experiências e prepará-los para o projecto. Cada kit tem cerca de 80 experiências diferentes.

Numa segunda fase, é agendada, com as escolas, a apresentação da peça teatral com o tema “Quando eu crescer eu vou ser...”, uma forma divertida de estimular e sensibilizar a sociedade para o conhecimento científico. Durante cerca de 30 minutos, dois actores encarnam o papel de jovens personagens e um terceiro actor representa um ilustre cientista angolano, o Professor Bué. A peça permite uma interacção cultural, divertida e muito dinâmica. Nos diálogos dos actores estão sempre presentes os temas do programa e são abordadas as várias profissões ligadas ao mundo da ciência, da tecnologia e da inovação. Durante a representação da peça, os actores realizam também diversas experiências científicas, que prometem gerar momentos de grande animação e surpresa. E como conclusão, ainda existe o concurso entre escolas sobre a melhor redacção com o tema “o que quero ser quando for grande e porquê”.

  

 

 

A aplicação do projecto no terreno tem sido muito positiva, marcada por uma grande interacção entre formadores, actores e crianças, durante a peça de teatro, cujo fim é desfazer o pavor que muitos ainda têm em torno das ciências e criar desde cedo uma nova perspectiva de as encarar.

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