Cientistas Descobrem Novo Catalisador que Pode Transformar Dióxido de Carbono em Álcool
- Publicado em Ciência
Uma equipa de investigadores do Collège de France e do CNRS desenvolveu um catalisador à base de cobre capaz de transformar dióxido de carbono (CO2) em álcool, portanto, em combustíveis. Os resultados do estudo foram publicados na revista AngewandteChemie.
O CO2 é um composto químico essencial à vida no planeta, na medida em que participa na realização da fotossíntese. Na atmosfera da terra, a libertação de dióxido de carbono provocada pela acção do homem, fundamentalmente com a queima de combustíveis fósseis e com a desflorestação, tem sido gravosa para o planeta, no que diz respeito às alterações climáticas.
A transformação do CO2 em moléculas orgânicas ricas em energia, útil para a indústria química, é uma estratégia fascinante não apenas como meio de armazenamento de energias renováveis intermitentes em energia química estável, mas também para permitir a utilização de CO2 como fonte de carbono, alternativa aos recursos fósseis de carbono. Todo o processo pode ser feito num electrolisador alimentado por energia solar. Entre os produtos que participam no processo estão o etileno e etanol (álcool). O etileno é o maior produto de tonelagem na indústria química (220 Mt/ano) e é um dos principais precursores na indústria de polímeros. O etanol é amplamente utilizado na indústria como combustível, solvente e matéria-prima para uma variedade de produtos derivados.
A descoberta de tais catalisadores constitui hoje uma importante linha de investigação na indústria e nos laboratórios universitários.
Sob condições amenas, em água com pH neutro, em temperatura ambiente, o catalisador permite a produção de etanol, não apenas com um rendimento muito alto (rendimento farádico próximo a 60%, quase um recorde), mas também com nível de selectividade muito alto, visto ser o único produto do CO2 presente na fase líquida; na fase gasosa contém uma mistura de CO e H2.
A transformação é reversível, para que o catalisador possa ser considerado como muito estável. Esta descoberta abre novas perspectivas no desenvolvimento de novos catalisadores para a transformação de CO2 em etanol.
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