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Investigador Angolano Co-autor de Estudo Premiado pela Academia de Ciências de Cuba

 

Foi atribuído o Prémio Anual da Academia de Ciências de Cuba, referente ao ano 2016, ao trabalho de investigação científica denominado "A Apropriação Significativa de Conteúdos Matemáticos como Processo Básico na Formação do Profissional Universitário" .

O referido trabalho foi elaborado pelos seguintes autores, dos quais se destaca o Professor Doutor Eurico Wongo Gungula, Reitor da Universidade Óscar Ribas:

Raquel Diéguez Batista1, Mirtha Numa Rodriguez1, Nereyda Pérez Sánchez1, Eurico Wongo Gungula2, Vicente Eloy Fardales Macías3, Osmany Puig Jiménez1, Raudel Torrecilla Díaz1, Agustín Martín Pérez1, Elena Anatolievna Dugareva1.

1- Universidade de Ciego de Ávila (Cuba)

2- Universidade Óscar Ribas (Angola)

3- Universidade Médica de Sancti Spiritus (Cuba)

Salienta-se ainda que o Prof. Doutor Eurico Gungula é Licenciado em Matemática pela Universidade Agostinho Neto, Mestre em Novas Tecnologias Aplicadas à Educação pela Universidade Máximo Gómez Báez (Cuba) e Doutor em Ciências Pedagógicas pela Universidade de Oriente (Cuba).

Instituições Angolanas Estudam a Fertilidade dos Solos Predominantes em Angola

Investigadores do Centro Nacional de Investigação Científica (CNIC), em parceria com a Universidade Independente de Angola (UNiA), a Estação do Desenvolvimento Agrário de Cacuaco e o Laboratório Central da Agricultura e Pecuária, com base na análise das propriedades químicas dos solos ferralíticos, estão a desenvolver estudos que permitam perceber a fertilidade dos solos predominantes em Angola.

Angola é considerado como o 16º país do mundo com maior potencial agrícola. Esta classificação deve-se fundamentalmente pelas seguintes razões: (i) grandes extensões de solos aráveis, estimados em cerca de 58 milhões de hectares, (ii) abundância em recursos hídricos e (iii) energia radiante ao longo de todo o ano. Apesar destes enormes recursos, a agricultura angolana regista actualmente baixas produções unitárias. O principal factor que condiciona a produção agrícola está relacionado com a baixa fertilidade dos solos ferralíticos. Estes solos são os mais predominantes em Angola, ocupam cerca de 22,64% do território nacional.

No período colonial, a agricultura tinha um papel muito importante, satisfazia a maior parte das necessidades alimentares do mercado nacional, e exportava a produção das culturas de rendimento (café, algodão, sisal e banana). O sucesso desta agricultura fundamenta-se pelo profundo conhecimento científico e técnico dos solos de Angola e pela especialização dos Engenheiros Agrónomos em questões de pedologia e em problemas respeitantes a fertilidade dos solos. Com efeito, as investigações realizadas no então Instituto de Investigação Agronómica de Angola, mostraram que 92% dos solos angolanos apresentavam carências de azoto e 94% carência de fósforo. O azoto e o fósforo são os dois nutrientes que mais limitam a produtividade dos solos tropicais, e em particular dos angolanos.

As amostras do solo para este estudo, foram recolhidas na localidade do Sequele, município de Cacuaco, nas profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm. Nas amostras determinou-se o pH, a matéria orgânica, o fósforo, as bases trocáveis, bem como as variáveis que deles derivam, como a soma de bases, capacidade de troca catiónica, saturação por bases e por alumínio. Estes parâmetros foram interpretados utilizando cinco classes de fertilidade designados de “Muito baixa”, “Baixa”, “Média”, “Alta” e “Muito alta”, onde os três primeiros correspondem os valores entre zero e o teor crítico, e as duas últimas a valores superiores do teor crítico.

Os resultados obtidos das análises químicas indicaram que a maior parte dos valores médios dos parâmetros estudados variaram de “Muito baixa” a “Baixa”. Estes resultados corroboram com os estudos antes realizados neste tipo de solos. Neste contexto, considerando que os solos ferralíticos são pobres em nutrientes e que o país gasta anualmente elevados recursos financeiros na importação de adubos químicos, para este tipo de solo, antes de se aplicar os adubos, deve-se primeiro realizar a análise química do solo, em seguida a calagem para a correcção do pH. Através desta prática, pode-se determinar a quantidade do elemento no solo e estimar as necessidades de calagem e dos nutrientes essenciais necessários para a obtenção de uma produção economicamente rentável para o agricultor.

 

Para informação adicional contacte os autores do estudo.

Dr. Domingos Bongue, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., 926 289 870

Dr. João Carlos Ferreira, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., 924 224 839

Dr. Pedro Guilherme João, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., 923 524 803

Eng.ª Márcia da Graça de Sousa Gaspar, Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., 929 342 827

 

5ª Edição do Concurso Imagine Cup Angola-2017

  • Publicado em Eventos

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MINCT), em parceria com a multinacional Microsoft Angola, realiza nesta sexta-feira, dia 12 de Maio de 2017, às 09:30, na Mediateca de Luanda, sito no Largo das Escolas, a final da 5ª Edição do Concurso Imagine Cup Angola-2017.

O Concurso Imagine Cup tem como objectivo a abertura de oportunidades aos estudantes de se juntarem e utilizarem a sua criatividade, a sua paixão e o seu conhecimento de tecnologias para criar aplicativos, jogos e soluções a inúmeros problemas vivenciados pela sociedade angolana e não só.

Para baixar a nota de imprensa, clique aqui.

Ciências da Computação, STEM e Integração

Um artigo publicado na plataforma digital de notícias, Quartz, intitulado “You probably should have majored in computer science”, incentiva os jovens a iniciar estudos em Ciência da Computação (ou Informática) em particular, e em disciplinas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, em Inglês) em geral, dado o enorme diferencial entre os empregos por preencher no mercado e a actual disponibilidade de licenciados na área. No ano de 2015 houve um total de 59581 licenciados contra 527169 postos de trabalho. 

A evidência é clara: à medida que vivemos cada vez mais cercados por dispositivos programáveis, que definem o nosso ecossistema mais claramente e como realizamos mais e mais tarefas, a procura por profissionais capazes de lidar com essa nova realidade cresce incessantemente.

Será que isso significa que devemos ter cada vez mais jovens a optar por estudar Ciência da Computação? De facto, trabalhos que exigem habilidades dentro das chamadas disciplinas STEM mostram um crescimento de mais do que o dobro em relação a outros, e estão entre os mais bem pagos, mas a conclusão não é tão simples. Primeiro, porque a estrutura de muitos desses estudos está longe de ser perfeita, ela evoluiu muito pouco ao longo das últimas décadas em termos de conteúdo e de metodologia, e como tal está muito longe do que o mercado parece exigir. E em segundo lugar, porque quando tudo é dito e feito, a sociedade precisa de profissionais de muitos tipos e com habilidades variadas.

Faz sentido um futuro em que todos se dediquem à computação? Obviamente não. Faz todo o sentido que a demanda por esses empregos cresça, dado que a tecnologia evolui e ocupa um espaço maior nas nossas vidas, mas não faria sentido que todos os postos de trabalho fossem preenchidos por formados em Ciência da Computação. O que acontece, porém, é que a as Ciências da Computação estão a incorporar-se de forma natural em mais e mais disciplinas profissionais: o trabalho do biólogo, do médico, do arquitecto ou do agricultor do futuro tem, sem dúvida, uma componente tecnológica cada vez mais importante e essa componente exige cada vez mais o desenvolvimento de competências necessárias não só enquanto simples usuários, mas também para a sua conceptualização (na construção de conhecimento).

A solução está, sem dúvida, em incorporar a STEM na educação a todos os níveis. A grande procura por profissionais de STEM não se reflecte só na necessidade de trabalhadores dedicados estritamente às STEM, mas também na falta de diplomados de muitas outras áreas com conhecimentos operacionais suficientes para desenvolver adequadamente os seus trabalhos. 

A formação de um fazendeiro tem estado tradicionalmente muito distante das disciplinas de STEM, e hoje em dia, para uma agricultura eficiente, é preciso lidar com as tecnologias que vão desde tractores autónomos a drones, através da sensorização, planificação de produção ou de criação de redes de produtores como a Farmers Business Network (FBN), uma iniciativa da Google Ventures. E se isso acontece numa actividade supostamente tão tradicional como a agricultura, o que dizer de outras áreas? Na medicina, os médicos que realizarem procedimentos cirúrgicos através de um sistema de assistência robótica, terão certamente mais vantagens sobre os que fizerem de maneira tradicional, e embora a disciplina ainda esteja em fase de tecnologias proprietárias e não modificáveis, em breve, chegar-se-á à fase em que o próprio médico poderá definir e parametrizar as suas necessidades através da interacção com a máquina. 

Da mesma forma, indo para uma área pouco suspeita de interacção com a Ciência da Computação, um licenciado em Direito deverá ser capaz de entender como interagir com sistemas de inteligência artificial como o Ross, capaz de marcar hoje em dia uma grande diferença relativamente ao tempo de preparação de um julgamento. A incorporação da tecnologia acontece num elevado número de áreas, no entanto, a procura por profissionais deve ser satisfeita não só pela criação de mais licenciados em STEM, mas também pela integração de STEM noutras áreas, sobretudo integrando a sua aprendizagem nos primeiros níveis de ensino.

No momento em que a educação for separada da realidade do mundo em que vivemos, a sociedade passará a ter um grave problema de adaptação. Não se trata de aprender "novas tecnologias" (quanto mais tempo continuaremos a usar esse termo, já que actualmente todos usamos as "novas" tecnologias?), mas, integrá-las normalmente no processo educativo em todos os níveis. Nenhum currículo de educação deve ser considerado completo ou adequado sem a necessária incorporação das Ciências da Computação, sem entender como a tecnologia pode afectar o desenvolvimento desta actividade no futuro e sem preparar profissionais para isso. Precisamos de mais licenciados em STEM, mas também mais matérias de STEM em todos os graus, em todos os níveis. Mais STEM, sim, sem dúvida. Mas também muito mais integração.

 

 

Artigo Original:

Por Enrique Dans

Senior Advisor for Innovation and Digital Transformation at IE University 

Linkedin, 12 de Março 2017 

https://www.linkedin.com/pulse/computer-science-stem-integration-enrique-dans (em inglês)

https://www.enriquedans.com/2017/03/computacion-stem-e-integracion.html (em espanhol)

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