Menu
RSS

O "Olho do Sol" descrito por Jaime Vilinga

Os peritos chamam-lhe o “Olho do Sol”. Foi captado por um punhado de cientistas, que a 9 de Março partiu para a  Indonésia, para a cobertura  do Eclipse Total do Sol, na manhã desse dia.

Esta bela imagem do “Olho do Sol”, acabada de publicar pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), pode agora ser contemplada pelo mundo inteiro.

As abordagens feitas em torno desta maravilha estão  traduzidas em 22 línguas. O gesto da NASA vem, assim, consagrar todo um trabalho árduo e de muita dedicação à ciência desenvolvido pelos pesquisadores.

Esta imagem ilustra um dos grandes avanços científicos, no qual a combinação de esforços com observações a partir do espaço e do solo pode dar em surpreendentes resultados que, tal como escreve o astrofísico Jaime Vilinga, “são mais fáceis de serem estudados, analisados e interpretados”.

Segundo descreve o professor Vilinga, ao portal ciência.ao,  o “disco negro no centro da imagem é a Lua a obstruir o disco solar, de onde sobressai uma protuberância rosada, na parte superior esquerda. A sua volta está representada a Coroa Solar Interna, observada a partir da ilha de Ternate, no North Maluku, na Indonésia”.

O geofísico angolano estava lá, entre os cientistas mobilizados para observar o espectáculo celeste,  cujo tratamento das imagens foi realizado por Reinhold Wittich, da Alemanha.

Vilinga acrescenta, na sua descrição que “a parte avermelhada da imagem, representa a Coroa Solar Externa, observada no espaço pelo Satélite Espacial e Heliosférico (SOHO – Solar and Helyospheric Observatory), exactamente no mesmo instante, ilustrando a potência da emanação do vento solar por toda a Heliosfera”.

A foto composição destas imagens foi da responsabilidade de Serge Koutchmy, da França. Trata-se de  um trabalho de equipa bem sucedido, cujo resultado permite o estudo das mudanças constantes da actividade magnética, tanto próximo como distante do Sol. Segundo remata o astrofísico,  “é essa actividade que produz as famosas auroras polares, tanto aqui no nosso planeta-terra como nos outros planetas do nosso Sistema Solar.”

 

SOHO, o satélite

O satélite espacial SOHO, fabricado pela Agência Espacial Europeia (ESA) e lançado por um foguete americano da NASA, foi enviado para o espaço a 2 de Dezembro de 1995, planificado originalmente para uma missão de dois anos de observações permanentes do Sol a partir do Ponto de Lagrange número 1 (Ponto de equilíbrio gravitacional entre a Terra e o Sol), numa órbita perpendicular a linha imaginária que liga a Terra ao Sol.

Passados 21 anos desde a sua entrada em órbita, o satélite espacial SOHO já descobriu mais de 3.000 cometas e continua a operar ininterruptamente, controlando o Sol durante 24 horas por dia, tendo ajudado bastante na compreensão das relações entre a Terra e o Espaço, numa nova disciplina que hoje se conhece como “Meteorologia do Espaço”.

 

Jaime Vilinga

O  também professor angolano Jaime Manuel Pombo Vilinga é o director geral do Instituto Superior Técnico Militar (ISTM), das Forças Armadas Angolanas. Integra, desde finais de Novembro de 2015, o corpo docente da universidade da Beira Interior, na Covilhã, Portugal, como catedrático convidado.

O docente é pós-graduado em “Química e Física de Atmosferas Planetárias” e “Aquecimento Global do Planeta” pelo Observatório de Ciências do Universo e Laboratório de Glaciologia e Geofísica da Europa, da Universidade Joseph Fourier de Grenoble (França).

A nível do país (Angola), Vilinga é também membro do Conselho Consultivo do Ministério da Ciência e Tecnologia para a implementação das Ciências Geoespaciais em Angola.

Integrado em equipas internacionais e multinacionais desde o ano de 2001, participou em missões de investigação científica em vários países do mundo, entre os quais a República Islâmica do Irão, Bélgica, Itália, Egipto, Estados Unidos da América, Austrália, Portugal, Sibéria na Rússia, Uganda e França e agora, mais recentemente, na Indonésia.

 

 

Ler mais ...

Nanotecnologia reduz consumo de energia e propicia desenvolvimento

O director-geral do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional, Zolana João disse , em Luanda, que a nanotecnologia garante uma eficiência no funcionamento e ajuda a poupar energia eléctrica, proporcionando um desenvolvimento exponencial.

O responsável, que apresentou o tema "a nanotecnologia no desenvolvimento das sociedades", isto durante o projecto “café com ciência e tecnologia”, realizado pelo Centro Tecnológico Nacional (CTN), explicou que um satélite convencional pesa 1000 quilogramas; o microsatélite, de 10 a 100 quilogramas; já o nanosatélite pesa em torno de 1 a 10 quilogramas.

Conforme referiu, este exemplo é um claro sinal do benefício da tecnologia nana no desenvolvimento das sociedades. "É graças a nanotecnologia que nós hoje temos os smartphones, robôs e tantos outros materiais em formatos muito reduzidos, como os que permitem a realização de cirurgias médicas com ou sem micro aberturas ao corpo humano", referiu.

Esta tecnologia não cria novas matérias, adverte o funcionário sénior do Ministério da Ciência e Tecnologia, esclarecendo depois que ela serve para dar consistência às matérias já existentes, podendo dar prevalência ao cimento, ao vidro, aos tecidos e até mesmo as embalagens de conservação de alimentos.

Em matéria de custos, segundo cálculos  redondos apresentados pelo prelector, perante uma tenta plateia que o ouvia com atenção,  no caso dos satélites, a tecnologia nano reduziu as aplicações financeiras de USD 100 milhões, pelos satélites normais, para USD 100.000, um nanosatélite reduzido a um tamanho de pelo menos 10 centímetros e consequente consumo de energia eléctrica.

Explica que, por estarem estacionados em baixa órbita, os satélites nanos permitem, por exemplo, o controlo eficiente de fronteiras, cidades ou outras funções como a prevenção, a gestão e o controlo de calamidades.

A nanotecnologia é importante para a academia e institutos de investigação em Angola porque permite desenvolver competências humanas e soluções tecnológicas na área espacial, usando os chamadas pico e nanosatélites.

Os nanosatélites podem ser usados ainda para a formação, em alta tecnologia, nas áreas das engenharias e ciências exactas.

 

Ler mais ...
Assinar este feed RSS

Links Úteis

Links Externos

Contactos

Redes Sociais