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Iniciativas contra a Corrupção: o que as universidades podem fazer?

 

A recente Declaração da União Africana que institui o dia 11 de Julho, Dia Africano de Combate à Corrupção – e 2018 como o Ano contra a Corrupção – chama a atenção às universidades para o seu papel no combate à corrupção na sociedade e nas instituições.

À margem da recente 31ª Cimeira da União Africana (UA) realizada na Mauritânia, Sarah AnyangAgbor, Comissária da UA para os Recursos Humanos, Ciência e Tecnologia, destacou o facto de a corrupção em África se ter espalhado por todos os sectores, incluindo a educação.

“A corrupção também se espalhou no sector da educação e precisamos abordar sobre o assunto. Acreditamos que a UA deve não só ratificar as decisões, mas também as implementar”, disse Agbor na Cimeira realizada de 25 de Junho a 2 de Julho, sob o tema: Vencer a Luta contra a Corrupção: um caminho sustentável para a transformação de África”. Agbor enfatizou ainda a importância de se combater a corrupção na educação como um “ponto de partida” para todos os programas destinados a construir, desenvolver e capacitar o continente.

 

A UniversityWorldNews buscou opiniões de interessados e observadores relevantes sobre como isso poderia ser alcançado.

Universidades na vanguarda

MahamaOuedraogo, Chefe da Departamento de Ciência e Tecnologia e Director Interino do Gabinete de Recursos Humanos, Ciência e Tecnologia da Comissão da União Africana, concordou que as universidades deveriam estar à frente na luta contra a corrupção. “De facto, as instituições de ensino superior têm um papel no avanço do conhecimento, contribuindo para a solução de problemas africanos e impulsionando o desenvolvimento económico. Espera-se dessas instituições o ensino da ética e de comportamento moral apropriado e a transmissão de conhecimento tradicional africano sobre a convivência. As universidades africanas também podem desenvolver cursos sobre a corrupção e métodos de combate e tornar esses cursos obrigatórios nos programas curriculares. Podem também organizar workshops e liderar debates sobre a corrupção, o seu efeito no desenvolvimento africano e como combatê-lo. As faculdades de direito, em particular, podem promover reflexões sobre os métodos apropriados de detecção e redução da corrupção e documentar casos bem-sucedidos de mecanismos e instituições eficazes para abordar a questão”, disse ele.

Peter Okebukola, professor de Ciência e Ensino de Informática da Universidade Estadual de Lagos, com sede na Nigéria, e presidente da Rede Global de Universidades para Inovação (GUNi-Africa), disse que as universidades africanas têm dois papéis principais a desempenhar. “Em primeiro lugar, através dos seus programas curriculares, eles devem garantir a produção de licenciados que condenem a corrupção. Por sua vez, esses licenciados transmitirão valores contra a corrupção àqueles que tiverem oportunidades de liderar ou interagir nas suas comunidades. Ao longo de várias décadas, as futuras gerações de africanos teriam absorvido valores sociais tão estimados”. “Em segundo lugar, as universidades devem apresentar modelos de governança que condenem a corrupção, inclusive a aplicação de sanções aos transgressores de políticas universitárias contra a corrupção. Digno de menção é que a Comissão Nacional de Universidades da Nigéria está a liderar uma campanha contra a corrupção académica no seu Plano de Revitalização 2018-23. Todas as 165 universidades na Nigéria estão a inscrever-se para a implementação do plano”.

 

Treinamento de liderança ética

Beatrice Muganda, Directora do Programa de Ensino Superior da Parceria para a Investigação Africana Social e sobre Governança, sediada em Nairobi, no Quénia, disse que as universidades africanas podem fornecer formação em liderança ética para futuros líderes.

Intervenções mais imediatas implicariam oficinas para treinar líderes africanos em vários quadros sobre liderança ética e sólidos processos de políticas públicas. Disse ainda que treinamentos similares podem ser direccionados à sociedade civil, incorporando habilidades de defesa e de pressão.

Muganda disse que as universidades também poderiam desenvolver estudos de caso focados nas consequências da corrupção. Eles podem realizar investigação sobre corrupção e compartilhar as descobertas em fóruns que reúnam as principais partes interessadas. Disse ainda que deve haver uma comunicação abrangente dos resultados da investigação para “sensibilizar as partes interessadas” e encorajar o “fortalecimento geral de estudantes e funcionários para se engajarem em processos de participação pública”.

De acordo com Mashupye Herbert Maserumule, professor de Relações Públicas na Universidade de Tecnologia de Tshwane, na África do Sul, as universidades africanas não fizeram muito para erradicar a corrupção. “As universidades parecem ter-se esquecido da sua responsabilidade de não apenas criar intelectuais cognitivamente experientes, mas também cidadãos com princípios éticos. Talvez um módulo multidisciplinar deva ser desenvolvido para cada aluno. Com o objectivo de assegurar que os estudantes desenvolvam capacidade de compreender como criar uma sociedade ética e a perniciosidade da corrupção nas economias africanas. As universidades podem fazer mais para acabar com a corrupção ”, disse ele.

 

Os estudantes como principais actores

Blair Glencorse, membro do Conselho da Agenda Global do Fórum Económico Mundial contra a Corrupção e para Transparência, e Diretor Executivo e Fundador do AccountabilityLab, incubadora de ideias voltadas à juventude para prestação de contas e transparência, disse que as universidades africanas têm um papel fundamental a desempenhar na luta contra a corrupção desde a base. “Primeiramente, combater a corrupção implicará uma mudança geracional, e os estudantes devem ser os principais actores dessa mudança. Isso significa que os programas curriculares das universidades devem incluir conteúdos relacionados com questões de corrupção, participação cívica, governação aberta e transparência. Em segundo lugar, as universidades precisam garantir que os seus próprios sistemas, processos e regras sejam transparentes, justos e credíveis – e pressionem o máximo que puderem para garantir o mesmo às escolas de onde vêm os seus estudantes. Em terceiro lugar, as universidades podem juntar forças para apoiar as redes nacionais e internacionais de investigação e aprendizado em toda a África, em conjunto com os governos, para garantir que as lições relevantes se tornem a base para a acção conjunta”.

AmerKhayatt, Secretário-Geral da Organização Árabe de Combate à Corrupção, com sede em Beirute, no Líbano, disse que a educação representa uma plataforma para combater a corrupção. “Não podemos combater a corrupção a menos que nos comprometamos com a liberdade e a justiça; em outras palavras, boa governação. O tripé da boa governação, para combater a corrupção e para o progresso, requer uma plataforma. Esta plataforma é a educação. Assim, o papel da União Africana deverá melhorar a sua mensagem educacional, enfatizar a necessidade de praticar na academia medidas contra a corrupção, bem como promover a integridade das instituições de ensino superior e proteger as universidades de práticas inadequadas”, disse Khayatt.

 

Instituições quase-intelectuais

De acordo com Mirjana Radovic Markovic, especialista em empreendedorismo e educação, nada pode arruinar mais um país do que um sistema educacional pobre e corrupto. Como base para o desenvolvimento de uma nação, proteger os sistemas de educação é primordial, disse ela. Pediu ainda uma “campanha maciça em África” para fechar instituições quase-educacionais que produzem “deficientes intelectuais”. A campanha também se deve concentrar em preocupações éticas que afectam o sector de ensino superior, nomeadamente o plágio, os trabalhos escritos por fantasmas, entre outras transgressões. “Consequentemente, deveria ser devolvida à educação o seu papel original; no entanto, com uma nova ênfase: criar educação voltada para as necessidades dos estudantes e para conhecimentos que correspondam à demanda dos mercados de trabalho locais, regionais e globais ”, disse ela.

David Chapman, professor de Liderança Educacional na Universidade de Minnesota, Estados Unidos, disse que a corrupção dentro das universidades só será resolvida quando os líderes e funcionários da universidade tomarem uma posição firme na aplicação de medidas contra a corrupção. “É preciso que haja sérias consequências, consistentemente aplicadas a situações de comportamentos corruptos. No entanto, com muita frequência, os líderes e funcionários das universidades falham na conduta, são, por vezes, cúmplices. Dito isso, as universidades precisam ter directrizes claras sobre o que constitui um comportamento aceitável e um não aceitável. Por exemplo, o que constitui um "presente” aceitável e o que constitui um suborno? Quais são as consequências de os estudantes copiarem num exame? ”, disse Chapman.

 

 

Para ter acesso ao texto original (em Inglês), clique aqui.

 

Os Perigos da Pseudociência

São cada vez mais numerosos os casos de pseudociência na produção científica mundial, sem que haja algum sinal de abrandamento ou pausa. 

Ao lado da ciência poderá estar a pseudociência, pois o conhecimento também pode ser falsificado. A pseudociência, protagonizada por “cientistas”, caracteriza-se pelo uso de métodos não-científicos  que abrangem ideias e medidas incorrectas, e outras formas de má ciência, sem qualquer fundamentação científica.

No âmbito de uma colaboração denominada Fake Science (pseudociência), alguns meios de comunicação internacionais, como a NorddeutscherRundfunk (NDR), o SüddeutscheZeitung, o The New Yorker, o Aftenposten e o Le Monde investigaram a extensão e o impacto do fenómeno da pseudociência. Na investigação, o Le Monde procurou saber a forma como a pseudociência se manifesta. Tendo verificado que durante uma década, editoras como Omics e ScienceDomain (Índia), Waset (Turquia) e a Scientific Research Publishing (China) criaram centenas de revistas de acesso aberto sem qualquer equipa editorial. Cobram taxas para quem quiser publicar trabalhos, sem precisar passar pela revisão por pares. A revisão por pares, antes de qualquer publicação científica, é um dos principais passos para a construção da ciência, na medida em que há a validação por diferentes especialistas. 

O mesmo mecanismo existe para conferências científicas: muitas vezes são solicitadas por correio electrónico, os investigadores registam-se, pagando uma taxa, para apresentar seu trabalho. Mas muitas vezes não há ninguém para ouvir essas conferências simuladas.

A Internet é o meio de difusão da pseudociência. João Cerqueira, médico e autor do blogue Scimed, numa entrevista ao jornal português o Público, afirma que o “problema é o da literacia das pessoas, que vão à Internet e não conseguem diferenciar a informação credível de pseudociência”. 

É importante distinguir a ciência da pseudociência, fundamentalmente quando diz respeito a questões de saúde. Isto porque, como considera Sven Ove Hansson, a ciência médica se desenvolve e avalia tratamentos segundo as provas da sua eficácia. Actividades pseudocientíficas nessa área dão origem a intervenções ineficientes e por vezes perigosas. 

Uma forma de fugir aos perigos da pseudociência, é começar por verificar se há referência a estudos científicos e, de seguida, procurar saber que tipos de estudos são esses. “Usam-se estudos laboratoriais, estudos feitos em animais e com baixas amostragens para validarem teorias que já foram descredibilizadas em estudos clínicos [em pessoas]”, frisou João Cerqueira.

 

Artigo orginial: Le Monde

 

Angola participa no Fórum Ministerial sobre Inovação e Inclusão Digital na Educação “MENA INNOVATION 2018”

  • Publicado em Eventos

NOTA DE IMPRENSA

 

ANGOLA PARTICIPA NO FÓRUM MINISTERIAL SOBRE INOVAÇÃO E INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO “MENA INNOVATION 2018”

Angola participou, a convite das autoridades do Egipto, no Fórum Ministerial sobre Inovação e Inclusão Digital na Educação “MENA Innovation 2018”, evento que decorreu no Cairo/Egipto de 29 a 31 de Julho do ano em curso. A delegação angolana liderada pelo Secretário de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação, Prof. Doutor Domingos da Silva Neto, em representação da Ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Prof. Doutora Maria do Rosário Bragança Sambo, integrou o Embaixador de Angola no Egipto, António da Costa Fernandes e quadros seniores e intermédios deste Departamento Ministerial e do Ministério da Educação, com destaque para os Directores Nacionais dos Gabinetes de Tecnologias de Informação dos dois Ministérios.

No segundo dia, 30 de Julho, Angola, através do Secretário de Estado Domingos Neto, interveio na sessão dedicada à “Inovação no Ensino Superior e Investimentos em Universidades Inteligentes”, tendo destacado na sua intervenção os principais desafios para a inovação no Subsistema do Ensino Superior em Angola. Enfatizou, que o Governo de Angola, através do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, trabalha no sentido de se encurtar a distância entre as Instituições de Ensino Superior e o empresariado, tendo ressaltado a necessidade de se estabelecerem acções que vão permitir os estudantes finalistas realizarem estágios profissionais e de iniciação à investigação científica no ambiente empresarial, a realização de projectos de investigação científica que vão de encontro aos problemas das empresas, tendo destacado que em Setembro deste ano será levado a cabo o primeiro Workshop intitulado a “A Ciência, Tecnologia e Inovação e a Agenda Empresarial”.

Mais adiante, no que concerne ao desenvolvimento de infra-estruturas de apoio ao desenvolvimento digital destacou a necessidade de se reforçar a digitalização de serviços, de acesso livre à Internet para estudantes e docentes, assim como a de criação de uma rede de partilha de informações e dados entre instituições de ensino superior como uma tarefa que urge ser levada a cabo.

Durante a sessão do dia 31 de Julho a delegação angolana interagiu com outras delegações presentes e estabeleceu contactos atinentes à inovação e ao desenvolvimento digital de todo sistema educacional em Angola.

 

MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, em Luanda, aos 04 de Agosto de 2018.

 

Malária: Novos Caminhos para a sua Erradicação

Há cada vez mais progressos no desenvolvimento de estudos para a erradicação da malária. Investigadores descobrem caminhos para estudar o metabolismo do plasmodium. A malária ainda continua a ser uma das principais causas de morte no mundo.

No estudo realizado, investigadores do Laboratório de Inovação e Aplicações Moleculares (CNRS/Université de Strasbourg/Université Haute-Alsace), do Instituto de Biologia Molecular e Celular (Université de Strasbourg, CNRS, Inserm), do Instituto Alemão Max Planck e do Laboratório de Estudos do Metabolismo de Medicamentos (CEA) desenvolveram mecanismos inovadores para o combate da malária.  

Nesta descoberta, os investigadores foram capazes de enriquecer uma molécula antimalária com composto de carbono 13 e sete dos seus metabolitos persistentes e criaram mecanismos moleculares que, analisado por espectroscopia de massa nos agentes da malária (parasitas), permitiram compreender o metabolismo do plasmodium in vitro e in vivo

 

Mais informação em: http://www.cnrs.fr/inc/communication/direct_labos/davioud4.htm

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