Março Mulher, conheça Nara Katchilingui, mestranda em Direito Civil Destaque
- Escrito por UNI.AO
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Nara Paulina da Silva Katchilingui é mestranda em Direito Civil pela Faculdade de Direito da Universidade Katyavala Bwila (UKB), curso financiado pelo Programa UNI.AO, licenciada em Direito, Magistrada do Ministério Público há 10 anos, com a categoria de Procuradora da República colocada e chefe da sala de Trabalho do Tribunal da Comarca do Lobito.
O seu percurso académico e profissional é marcado por várias formações e funções, entre as quais: monitora da cadeira de Direito Internacional Privado na Universidade Lusíada de Benguela; desempenhou as funções de 2ª ajudante de conservador na Conservatória dos Registos comercial, predial e automóvel; foi Escrivã de Direito de 3ª classe na Procuradoria-geral da República.
Frequenta o curso de mestrado em Direito Civil, onde são apenas duas mulheres na turma. “Presumo que assim seja por falta de maior divulgação do curso por um lado, por outro lado, é possível haver interesse em outras áreas de direito para formação de mestrado” – disse.
Várias são as razões que a levaram a fazer o curso. A principal prende-se com a necessidade de aquisição e aperfeiçoamento dos seus conhecimentos para desta forma exercer com eficácia e excelência a Magistratura.
O curso de mestrado permite-lhe actualizar-se sobre o estado actual da evolução do Direito tendo em conta as novas realidades sociais tal como a globalização. Portanto, foi para desafiar-se como pessoa e como profissional, proporcionando-lhe um exercício de autoconhecimento essencial para efectivamente compreender a complexidade das situações com que se parte no quotidiano.
Pese embora esteja na fase inicial do curso, a rotina e a dinâmica do curso obriga maior busca de conhecimento por via de pesquisa bibliográfica e documental. “Tenho descoberto neste processo muita doutrina, legislações, jurisprudências e outros documentos, que me levam a fazer reflexões e análises sobre a evolução e aplicação do Direito”, acrescentou.
Tendo em conta que Angola é um país em crescimento, diz que o actual contexto mostra social cada vez mais interesse das mulheres em se formarem. Quanto aos desafios que as mulheres enfrentam, disse que a sociedade angolana é BASTANTE conservadora, porquanto as mulheres sempre tiveram vários papéis e conciliar a vida familiar e académica torna-se desafiadora.
“O principal desafio prende-se na primeira linha com a falta de oportunidades e o elevado custo da formação traz como consequência o desinteresse. Numa segunda linha, as razões também estão associadas ao fato do próprio papel que a mulher exerce na sociedade como mãe, esposa e profissional, onde em diversos casos a mulher assume o papel de chefe de família, assumindo-o por ser mãe solteira ou mesmo confrontando-se com o dilema de que apesar de estar casada é ela provedora da família. As vezes as mulheres preterem a formação em detrimento das responsabilidades que assumem no lar. São factores que têm influenciado bastante na continuação da formação por parte destes, ficando quase sempre somente pela licenciatura.”
Para as mulheres que desejam trilhar o mesmo caminho, frequentar um curso de pós-graduação, Nara Katchilingui fez menção a frase “o saber não ocupa lugar!”. Disse que as mulheres não devem esquecer que a formação é como se fosse uma escada, que a cada degrau que sobem fecha-se um ciclo e acelera as valências.
“Devemos estudar, capacitar-nos cada vez mais, investindo no autoconhecimento para conquistarmos lugares de mérito que também podem ser ocupados por mulheres e não só por homens, por sermos também capazes de assumir cargos de responsabilidade e posições de destaques e de liderança. Só com a formação é que estaremos em condições de requisição condições igualitárias na promoção e tratamento nas relações laborais, no que se consubstancia em: não ocorrência do género no local de trabalho, igualdade no acesso ao trabalho, segurança na ocupação efectiva no local de trabalho, igualdade de igualdade para trabalho”, concluiu.
Benguela, 10 de Março de 2023
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