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dezembro 2014

INAGBE Realizará candidaturas às Bolsas Internas de Graduação e Pós-graduação Online

Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo - INAGBE anuncia que a submissão de candidaturas a bolsas de estudo internas de Graduação e Pós-graduação decorrerá de 24 de Maio a 22 de Junho de 2019, e que serão feitas Online. O Executivo disponibilizou para 2019, um total de 6.500 bolsas internas. 

Os candidatos deverão acessar o seguinte website: https://inagbeonline.com. Para se candidatarem, deverão remeter através do portal do INAGBE os seguintes documentos:

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As Ciências Sociais no Império da Opinião (Ciência para quê?)

O processo de revolução dos meios de comunicação, e a preponderância destes nas formas de socialização, inaugurou novas formas de acção, moldadas pelo acesso aos mais variados tipos de informação. A Idade Mídia (RUBIM, 2000), com seu leque de informação, propiciou o surgimento de um novo sujeito: o “opinador“, visualizado pelas tecnologias de mídia. Enquanto o cientista leva horas do dia e anos da vida a estudar um mesmo assunto, o “opinador” é capaz de falar da formação das nuvens à organização das sociedades no Egipto antigo. 

Estudos de Psicologia vêm mostrando que processamos informação através de “atalhos cognitivos”, esquemas que auxiliam nossas escolhas sem a necessidade de uma reflexão profunda sobre determinados assuntos. Entre esses atalhos, encontram-se os estereótipos e os papéis sociais. De acordo com as teorias do comportamento eleitoral, também é assim que votamos, através de “atalhos cognitivos” (ai que dó). Beaudoux entre outros (2005) dizem que: “los seres humanos tratamos de invertir el menor esfuerzo posible en la busqueda de la información”. Nesse sentido, o conhecimento costuma exigir mais esforço e cuidado do que a mera opinião: vai pelos caminhos longos, buscando fugir dos atalhos. A racionalização, premissa básica de todo método que se pretenda científico, leva ao desencantamento, de modo que o cientista, muitas vezes, chega a informações não tão confortáveis. Se conseguimos viver apenas com a informação, processando-a através de atalhos (geralmente pra confirmar o que já se pensa), poderíamos nos perguntar: Ciência para quê? Não chegamos a um momento da história em que uma ciência social é completamente desnecessária? O mundo de informações ao qual temos acesso e a autocracia da opinião pessoal levariam a crer que sim. E justamente, por isso, faz-se mister a Ciência. Umberto Eco disse, uma vez, que “informação demais é pior do que a falta de informação”. As condições de emergência da assertiva remetem ao contexto contemporâneo, no qual as informações são amplamente partilhadas, via mídias novas e tradicionais. Voltando a Eco, não seria a ignorância, em si, um mal maior? A dúvida surge porque o excesso de informação impede de ver que ele não afasta, necessariamente, da ignorância: pode ser usado para difundir inverdades, imprecisões, obscurecer versões da história que não conseguiram o status de notícia. Muita informação, às vezes, pode significar pouco conhecimento. 

Vale lembrar que a mídia tem uma linguagem e gramática próprias, portanto, nem tudo é exactamente noticiável. E, apesar da interacção permitida pelas redes sociais, estas não deixam de ser, também, instrumentos de reprodução das mídias tradicionais. Ademais, a retórica, essa “loba em pele de cordeiro” dos debates públicos, anda ousada com o advento da Internet: defende a redução da maioridade penal, afirmando que é preciso haver punição contra os crimes praticados (como se essa punição não existisse nem fosse prevista na nossa lei); quer a destruição dos partidos políticos (ocultando o facto de que isso é próprio das ditaduras); prega a redução de direitos falando em bondade. Como lembra Shakespeare, em O Mercador de Veneza, “o diabo pode usar as escrituras quando lhe convém”. Dito isto, cabe afirmar que o cientista social tem um papel ainda maior na “Idade Mídia”: mostrar que o conhecimento não se reduz à informação (e, muito menos, não se reduz à informação não questionada). 

Julgo importante ressaltar quatro papéis fundamentais das Ciências Sociais: 1)Permitir o acesso ao conhecimento da realidade social; 2)Escapar do determinismo; 3)Ampliar a possibilidade dos indivíduos; 4)Soltar-nos das amarras da aparência. Sobre esses papéis, importa dizer:

1) A Ciência permite sair da mera opinião, dos pré-conceitos e preconceitos. O questionamento do que é naturalizado, a busca da “história social dos problemas” (BOURDIEU, 1989), permite a ruptura com o senso comum: mostra que a realidade é sempre mais complexa do que nossas abstracções. Contrastar os dados da realidade social e o resultado de pesquisas empíricas com a nossa opinião é um modo poderoso de escapar dos perigos do “achismo”. 

2) O estudo das causas históricas e sociais dos problemas, deixou, a partir dos clássicos da Sociologia, uma importante herança para a produção de sociedades mais igualitárias: o social é construção. Escapar do determinismo é uma forma também de escapar de estereótipos e do que nos é imposto como papel social.

3) Se da desigualdade de classes aos papéis de género, tudo é construção social, somos relativamente livres para elaborar novas sociedades com menor opressão.

4) Esse item se refere à importância do levantamento de dados e à busca de teorias que capacitem o olhar para entendê-los. As informações divulgadas pela mídia permitem chegar até os dados levantados por cientistas, mas é a Ciência que leva aos “como” e aos “porquês”, ou seja, à compreensão. Um conhecimento científico leva à busca de outro, à necessidade de um “referencial teórico”. Não se deixa estagnar por convicções. 

O quarto e último dos papéis das Ciências Sociais, elencados aqui, o qual retroalimenta os outros, é o sentido de existir de todas as ciências. Em resumo, a Ciência é necessária porque nossos sentidos são ardilosos: lembram do caso recente da cor do vestido? Nesses dias de império da opinião, recordo a famosa frase de Marx: “se a aparência e a essência das coisas coincidissem, toda ciência seria supérflua”.

 

Autora: Joyce Miranda Leão Martins – Socióloga e Mestre em Sociologia pela UFC. Doutora em Ciência Política pela UFRGS. Investigadora-visitante na Universidad Complutense de Madrid (UCM).

 

Fonte: https://cafecomsociologia.com/as-ciencias-sociais-no-imperio-da/

 

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Angola na Sessão Anual da Comissão das Nações Unidas para Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento, em Genebra, Suíça

 

NOTA DE IMPRENSA

ANGOLA NA SESSÃO ANUAL DA COMISSÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO, EM GENEBRA, SUÍÇA

 

A Ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança Sambo, participa desde hoje (Segunda-feira), em Genebra, na 22ª sessão anual da Comissão das Nações Unidas para Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento (CSTD), para analisar as oportunidades e desafios resultantes de descobertas científicas para o desenvolvimento sustentável.

Durante a abertura da sessão anual, a Ministra Maria do Rosário Bragança Sambo, que se faz acompanhar da representante de Angola em Genebra e demais organizações internacionais, Margarida Izata, considerou o encontro bastante positivo, por constituir uma soberana oportunidade de intercâmbio e troca de experiência entre os distintos países, através de uma discussão de alto nível de temas que convergem para a melhor implementação da Agenda 2030.  

O evento que se prolongará até ao dia 17 do corrente mês, conta com a realização de um diálogo entre eminentes cientistas que analisam o papel da ciência, tecnologia e inovação para a construção de resiliência das comunidades e uma mesa redonda para discutir o impacto do rápido crescimento tecnológico para o desenvolvimento sustentável.

No entender da Ministra angolana do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Angola tem ainda como desafios superar as assimetrias que desfavorecem as regiões do Leste e do Sul, vencer o analfabetismo, atingir a taxa de escolarização básica de 100 por cento, bem como reforçar a educação básica e de nível médio na formação em domínios de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

No campo da segurança alimentar, disse que embora ainda existam desafios, a convergência da investigação científica em biologia vegetal com tecnologias para melhoria direccionada de certas características pode contribuir para produzir variedades de muitas culturas de melhor qualidade, para aumentar a produtividade e a resiliência das culturas às mudanças climáticas.

Em Angola, o Centro de Recursos Fitogenéticos da Universidade “Agostinho Neto” é, na opinião da Ministra Maria do Rosário Bragança Sambo, a instituição de investigação e desenvolvimento que trabalha com os agricultores, colhendo variedades de sementes para estudos de melhoramento genético. 

Todavia, os avanços na investigação dependem ainda de um significativo investimento em biotecnologia e em capacitação humana que terá de ser feito, esclareceu.

O programa desta 22ª sessão anual da Comissão das Nações Unidas para Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento (CSTD), reserva uma excursão dos Ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação à Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), para visitar o maior laboratório de física de partículas do mundo. 

 

Serviços de Imprensa da Missão Permanente da República de Angola Junto das Nações Unidas em Genebra, aos 13 de Maio de 2019. 

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Programa de Bolsas FLAIR | Chamada de candidaturas

 

O Programa de Bolsas FLAIR (Future Leaders - African Independent Research) é uma iniciativa da African Academy of Sciencies e da Royal Society, com o apoio do Global Challenges Research Fund (GCRF). As bolsas destinam-se a investigadores talentosos em início de carreira investigativa em África, oferecendo-lhes a oportunidade de construírem uma carreira de investigação independente numa instituição da África Subsaariana, e realizar investigação científica focada nas necessidades do continente. Serão concedidas, em 2019, até 30 bolsas FLAIR.
As candidaturas podem ser feitas, online, até 15 de Maio de 2019, através do Sistema de Gestão de Bolsas da Royal Society Flexi-Grant®

Critérios de Elegibilidade 

  • Ser nacional de um país da África Subsaariana;
  • Ser doutor;
  • Ser investigador em início de carreira, com experiência mínima de dois anos desde a conclusão do doutoramento, e não mais de oito anos em investigação em pós-doutoramento;
  • Desenvolva a investigação numa instituição investigação científica de um país da África Subsaariana;
  • Ter uma proposta de investigação científica claramente definida e alinhada com uma ou mais das áreas do programa Global Challenge (consultar documento em anexo).
  • Valor e duração da Bolsa.

Cada bolsa será no valor de até 150 mil libras por ano, durante dois anos, que incluirá:

  • Subsídio de investigação, até 45 mil libras por mês;
  • Despesas de investigação:
    • Assistência à investigação
    • Custos de equipamento
    • Despesas de viagem
    • Consumíveis para a investigação
  • Despesas institucionais, até 15 mil libras mês. 

O Programa de Bolsa também inclui orientação, cursos de formação, oportunidades de colaboração internacional e oportunidades de trabalho em rede a nível  regional e internacional.

Para mais informação, consulte o documento em anexo.

 

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Parque de Ciência e Tecnologia: Projecto de Arquitectura e Modelo de Gestão

Um dos principais objectivos do Projecto de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia (PDCT) é conceber e implantar um Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) sustentável em Luanda, com enfoque tecnológico generalizado, que contribua, através dos seus serviços, para melhorar o ecossistema de inovação angolano, conduzindo ao desenvolvimento económico. Os objectivos específicos são os seguintes:

 

- Melhorar o crescimento da economia local, criando novas empresas inovadoras baseadas em conhecimento / tecnologia (ex. startups, spin-offs), levando à criação de emprego sustentável;

- Transferir tecnologia e resultados de investigação científica das universidades para empresas / indústria;

- Apoiar as empresas existentes a serem mais inovadoras e a desenvolver redes nacionais / internacionais;

- Estimular o empreendedorismo baseado no conhecimento;

- Proporcionar serviços de consultoria empresarial de alto nível às Pequenas e Médias Empresas.

 

O PDCT está actualmente no processo de contratação de uma empresa que conceberá o Projecto de Arquitectura e o Modelo de Gestão do futuro Parque de Ciência e Tecnologia em Luanda.

 

- Publicação no Jornal de Angola do pedido de manifestação de interesse (REOI) - Concluído;

- Criação da Comissão de Avaliação - Concluído;

- Elaboração do relatório de avaliação - Concluído;

- Informação da shortlist - Concluído;

- Envio do Pedido de Propostas (RFP) - November 2019.

 

Última actualização: 4 November 2019. 

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Workshop com Bolseiras do Ensino Secundário no Âmbito do PDCT

No âmbito do processo de atribuição de 250 bolsas de estudo para meninas vulneráveis, do ensino Secundário, nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Projecto de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia (PDCT), realizou no dia 03 de Abril de 2019, um Workshop com as bolseiras da província de Luanda, no auditório do Magistério Mutu Ya Kevela, que contou com o Coordenador do PDCT, a Assistente de Monitoria e Avaliação do PDCT,  Directores Pedagógicos, Directora Nacional do Ensino Técnico-Profissional do Ministério da Educação, 87% das bolseiras e os seus Encarregados de Educação.

O Workshop enquadra-se no âmbito das actividades do PDCT e teve os seguintes objectivos:

  • Apresentação do PDCT
  • Destaques da Nota Conceptual sobre a Fomento à Participação de Meninas Carenciadas/Vulneráveis na Ciência, Tecnologia e Inovação
  • Destaques do Acordo de Financiamento
  • Esclarecimento de dúvidas / Recepção de Preocupações
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Escola Superior Pedagógica do Bengo Realiza 2.ª Conferência Internacional sobre Extensão Universitária em Angola

  • Publicado em Eventos

A Escola Superior Pedagógica do Bengo realiza, nos dias 23 e 24 de Maio de 2019, na cidade de Caxito, província do Bengo, a 2.ª Conferência Internacional sobre Extensão Universitária em Angola, sob o lema: Por uma Extensão Universitária Fundamentada no Desenvolvimento Humano Sustentável. A Conferência tem como objectivo perspectivar a extensão universitária como um meio fundamental de participação da universidade no desenvolvimento humano sustentável. A mesma estará assente na apresentação de painéis e discussão em mesas-redondas, e destina-se a extensionistas, investigadores, professores, estudantes, gestores de Instituições de Ensino Superior e demais parceiros educativos.

 

Inscrições

A participação na Conferência está sujeita ao pagamento de uma taxa de inscrição no valor de 2 000,00 kz para Estudantes, 4 000,00 kz para Professores, e 5 000,00 kz para outros participantes. Serão ministrados cursos pré-conferência, no dia 22 de Maio, que estão sujeitos a uma taxa de inscrição de 4 000,00 kz.

O pagamento das taxas de participação na Conferência e nos cursos deve ser efectuado na tesouraria da mesma instituição até ao dia 10 de Maio de 2019 para espectadores, e para prelectores interessados em submeter os seus resumos, até ao dia 05 de Maio de 2019.

 

Para mais informação, ligue para: +244 923808290, ou visite: http://espbengo.org/

 

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Revisão por Pares – Sobre as Estruturas e os Conteúdos

Ao longo da história da comunicação científica (pelo menos desde o século XVIII, quando a Royal Society nomeou um Committee of Papers), o processo de avaliação por pares foi fundamental na selecção de manuscritos para assegurar que reunissem um conjunto de critérios de qualidade. A prática da avaliação por pares, em que pese as limitações e múltiplas críticas, se manteve estável por longo tempo, até à introdução da Internet.

As possibilidades de comunicação online, junto com o movimento de Acesso Aberto primeiro, e agora da Ciência Aberta, fez surgir inúmeras ideias sobre como desenhar procedimentos de avaliação por pares mais eficientes, rápidos, confiáveis, sem distorção, superando as limitações económicas e de recursos humanos que são as críticas frequentes do sistema. Sobre este tema publicamos em meses recentes dois posts relacionados. Um que analisa ideias sobre como poderia ser a avaliação por pares dentro de 10 ou 15 anos, e outro sobre as mais de vinte visões diferentes que têm os editores e investigadores sobre as avaliações abertas.

Para efeito de ordenar a discussão do tema, é interessante analisar uma taxonomia das variantes da avaliação por pares tomada de um trabalho de Bo-Christer Björk. Observe que nesta taxonomia não são considerados aspectos clássicos da avaliação como o simples-cego ou duplo-cego, porque nenhuma das novas propostas importantes parecem incorporá-los.

O modelo que analisaremos, cujo exemplo são os “open access mega-journals” (OAMJs), realiza uma revisão mínima por parte do corpo editorial, e translada a etapa pós-publicação, o resto da avaliação, a cargo do público (também poderíamos considerá-lo como revisão parcial). É o modelo usado pela PLoS ONE, entre outros.

Nos periódicos convencionais o processo de avaliação ocorre antes da publicação e baseia-se num conjunto de critérios expressos de uma maneira ou outra nas “instruções aos revisores” disponíveis nos sites dos periódicos. No processo clássico de revisão por pares, estes critérios são constituídos por quatro elementos:

  1. Novidade e originalidade: o trabalho faz um avanço intelectual contribuindo de forma inovadora ao conhecimento, seja por novos métodos, novos resultados empíricos, ou novas interpretações teóricas.
  2. Significado e importância: o trabalho adiciona algo ao corpus do conhecimento, produzindo um impacto que melhora o entendimento ou a prática.
  3. Relevância: o tema está dentro do interesse dos leitores do periódico.
  4. Solidez e rigor (rigor técnico ou científico) que está relacionado com a precisão metodológica, coerência e integridade, qualidade da argumentação, lógica na interpretação dos dados.

As novas formas de publicação incorporam enfoques alternativos de avaliação e, como já mencionamos, uma destas formas são aquelas usadas pelas OAMJs, entre as que se destacam a PLoS ONE (a primeira do género) desde 2006, e Scientific Reports, lançado pela Nature em 2011. A estas duas iniciativas somam-se uma dezena de outras instituições, entre elas a American Institute of Physics (AIP Advances), BMJ Open, F1000 e PeerJ, cobrindo as ciências biológicas. Os dados que são aportados neste post foram retirados da literatura, em particular “Let the community decide? The vision and reality of soundness-only peer review in open-access mega-journals (2018)”, que é o estudo mais exaustivo até ao momento sobre os mega-journals, no qual foram entrevistados 31 editores seniores que representam 16 organizações editoriais que publicam OAMJs.

As OAMJs têm cinco características principais: grandes volumes de publicação, amplo alcance temático, modelo de publicação em acesso aberto, financiamento mediante Article Processing Charge (APC), e um enfoque inovador da avaliação por pares. O enfoque inovador requer que os editores e revisores somente avaliem a solidez e rigor técnico (a estrutura formal) e não levem em conta nem a originalidade nem a significância ou a relevância (ou seja, o conteúdo). Quer dizer, dos pontos anteriores, somente consideram o item 4, não levando em conta os primeiros três tópicos. A avaliação destes outros critérios translada “corrente abaixo” para que sejam julgados pela comunidade académica tão logo o artigo seja publicado. Os indicadores a nível de artigo (citações, downloads e altmetrias) serão as ferramentas usadas para a avaliação pós-publicação.

A separação dos três critérios de conteúdo da etapa de revisão tem sido altamente discutida na publicação científica com opiniões a favor e contra. Entre os argumentos a favor, está a ideia de que ao revisar somente a estrutura do artigo, estão alterando o papel tradicional de gatekeepers dos editores de periódicos. Os corpos editoriais e revisores já não são mais os únicos árbitros que decidem os limites dos paradigmas da disciplina. Além disso, este novo tipo de avaliação dá maior eficiência ao processo de publicação reduzindo o tempo da espiral de apresentação-rejeição que têm muitos artigos antes de conseguir ser publicados em algum periódico. Finalmente, também, poderia ser considerado uma “democratização” da ciência. Como disse Gary Ward, CEO da PLoS, “… se o artigo está bem escrito e as conclusões são coerentes, que seja a comunidade a decidir sobre o impacto”.

Os resultados do estudo que citamos sugerem que os critérios baseados somente na solidez formal e rigor do documento podem influir nas decisões editoriais e, de facto, o fazem. Porém, os editores também consideram que as avaliações pós-publicação sobre novidade, significância e relevância, todavia, contêm aspectos de interpretação problemática. Embora as medidas altmétricas para a avaliação pós-publicação de um artigo sejam partes integrantes do modelo OAMJ, os editores não estão seguros do quão efectivas são na prática. Em particular, os editores tiveram opiniões mistas sobre quais altmetrias poderiam servir para medir a importância ou significância de um artigo.

Há que reconhecer, pesando as diferentes críticas às limitações do processo actual de revisão por pares, as atitudes e comportamentos sobre este tema estão profundamente enraizados no DNA da comunidade científica e são difíceis de mudar.

Não obstante, o slogan “que a comunidade decida” é fortemente atractivo (inclusive politicamente correcto), e a intenção de implementar este paradigma, até ao momento, tem sido altamente controversa e permanece problemática.

 

Por: Ernesto Spinak - Colaborador SciELO, Engenheiro de Sistemas e Licenciado en Biblioteconomia, com diploma de Estudos Avançados pela Universitat Oberta de Catalunya e Mestre em “Sociedad de la Información” pela  Universidade Oberta de Catalunya, Barcelona – Espanha

 

Fonte: https://blog.scielo.org/blog/2018/05/30/revisao-por-pares-sobre-as-estruturas-e-os-conteudos/#.XLHL_y1OrYI

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Cientistas Estão a Usar o Pictionary para Ensinar "Senso Comum" à Inteligência Artificial (IA)

A inteligência artificial (IA) tem feito avanços incríveis na análise de dados para a busca de padrões ocultos, mas ainda não chega perto da capacidade humana em compreender um determinado contexto ou o senso comum. A impossibilidade da IA em compreender o senso comum é um dos principais obstáculos para o desenvolvimento de chatbots (programas informáticos de conversação automática) e assistentes de voz que sejam genuinamente úteis. Além disso, enquanto os programas de IA podem prejudicar os melhores jogadores humanos de muitos jogos, como o xadrez, o Go e (mais recentemente) o StarCraft, dominá-los oferece apenas uma pequena medida de IA. Para ajudar os algoritmos a aprenderem sobre o senso comum, o Allen Institute for Artificial Intelligence criou uma tarefa incomum: colocar algoritmos de aprendizagem automática a jogar o Pictionary, de modo a perceberem como o mundo funciona. 

Em que consiste o jogo? O jogo consiste em a máquina adivinhar que frase está por trás de um desenho. Pode ser um jogo frívolo depois do jantar, mas o Pictionary talvez pudesse dar aos programas de IA uma compreensão mais profunda de como os conceitos se encaixam no mundo real. Os Investigadores do Allen Institute for Artificial Intelligence acreditam que o Pictionary poderia impulsionar a inteligência das máquinas além dos seus limites actuais. Para esse fim, eles criaram uma versão online do jogo que junta um jogador humano com um programa de IA. Isso faz com que seja o veículo perfeito para ajudar a ensinar máquinas. A equipa desenvolveu uma versão online do jogo, chamada Iconary, que junta um utilizador e um programa de IA chamado Allen AI. Ambos podem apresentar-se como o artista e o adivinho. Jogando como artista, o utilizador recebe uma frase e depois esboça as coisas para as transmitir. Os esboços são primeiro transformados em ícones de clip art usando a visão computacional; então o programa de computador tenta adivinhar a frase a partir de um banco de dados de palavras e conceitos e de relação entre eles. Se o programa receber apenas parte da frase, ele pedirá que outra imagem seja esclarecida. Dando a frase “virando uma página”, por exemplo, um jogador pode tentar desenhar um livro, uma mão e uma seta curva. Nesse caso em particular, o programa Allen AI adivinha correctamente após apenas algumas tentativas.

O programa de IA recorre a uma combinação de técnicas de IA para desenhar e adivinhar. Com o tempo, jogando contra pessoas suficientes, a Allen AI deve aprender com o seu senso comum de como conceitos (como “livros” e “páginas”) andam juntos na vida quotidiana, diz Fahadi. Também ajudará os investigadores a explorar formas de os humanos e as máquinas se comunicarem e colaborarem de forma mais eficaz.

No total, existem 1200 ícones, 75 000 frases possíveis e um vocabulário de 20 000 palavras. E existem dois modos: fácil e difícil. O objectivo é criar um quadro de líderes para destacar o espírito competitivo das pessoas e ajudar a acelerar a aprendizagem da IA. Fahadi diz que Iconary é uma medida melhor de IA do que o Go ou o xadrez, porque requer uma inteligência muito mais ampla. “Os jogos têm sido uma plataforma de sucesso para testar IA”, diz ele, “mas a inteligência é mais do que correspondência de padrões”.

Eventualmente, afirma, poderia ser utilizado como um novo tipo de teste de Turing – os jogadores poderiam tentar adivinhar se o companheiro de equipa deles é humano ou uma máquina.

Mais informação, clique aqui.

 

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Programa de Bolsas de Estudo de Graduação e Pós-graduação "Learn Africa" para Mulheres Africanas

Estão abertas as candidaturas, até o dia 7 de Abril, para o Programa de Bolsas de Estudo de Graduação e Pós-graduação "Learn Africa" para mulheres africanas que queiram estudar em universidades espanholas e portuguesas.

Este programa é promovido pela Fundação Mulheres para África, e tem como objectivo promover a transferência de conhecimento, o intercâmbio e a formação de estudantes africanas de Graduação e Pós-graduação, através de bolsas de estudo em universidades espanholas e portuguesas que colaboram nesta iniciativa. As estudantes podem assim concluir a sua formação universitária noutro país e depois inverter o conhecimento adquirido para o benefício das suas comunidades, contribuindo para o progresso das sociedades africanas.

As bolsas são, maioritariamente, financiadas pelas universidades participantes do Programa - todas elas membros da Conferência de Reitores das Universidades Espanholas (CRUE), e cobrem as viagens de ida e volta, mensalidades e taxas académicas, acomodação, alimentação e seguro médico.

 

Duração das Bolsas

As bolsas têm duração variável, dependendo da modalidade acordada com cada uma das universidades anfitriãs e do programa de formação oferecido, compreendendo períodos que vão desde estadias curtas, como é o caso de alguns projectos de investigação, até estadias de quatro anos para as estudantes de Mestrado e Doutoramento. A maioria das bolsas oferecidas neste Programa são para o ano lectivo de 2019-2020.

 

Requisitos e documentos para as candidaturas

As candidatas devem estar matriculadas numa universidade africana ou ter um diploma de licenciatura emitido por um país africano (para candidatas à pós-graduação). As mesmas deverão submeter a sua candidatura online. Os documentos requeridos são os seguintes:

  • Fotocópia do Passaporte ou Bilhete de Identidade
  • 1 Foto
  • Currículo
  • Certificado ou Diploma de licenciatura ou mestrado
  • Histórico académico
  • Carta de motivação pessoal
  • Cartas de referência
  • Nível de Língua Requerido
  • Projecto de Investigação (necessário apenas no caso de bolsas de doutoramento)

 

Processo Selectivo e Resultados

O processo de selecção será coordenado pela Fundação Mulheres para a África e decorrerá de  8 e 30 de Abril

 

Para mais informações, visite: https://www.mujeresporafrica.es/en/content/2019-learn-africa-scholarship-program

 

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